sábado, 31 de outubro de 2020
Uma exposição tristemente adequada a um lugar
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
HISTÓRIA GLOBAL DE PORTUGAL: AGORA EM CAPA DURA NO CÍRCULO DE LEITORES
Meu texto de apresentação sumária do livro no último "As Artes entre as Letras"
Tive a honra de me juntar
aos historiadores José Eduardo Franco (Universidade Aberta) e José Pedro Paiva
(Universidade de Coimbra) na coordenação do volume intitulado História
Global de Portugal, que acaba de ser publicado pela Temas e Debates (edição
de livraria em capa mole) e pelo Círculo de Leitores (edição de clube do livro
em capa dura, que está agora em distribuição para os membros do Círculo memso preço do livro de capa mole). O volume, 662 páginas, que adoptou como modelo o volume Histoire
Mondial de la France (Seueil, 2017), coordenado pelo historiador
francês Patrick Boucheron, é constituído por cerca de cem artigos de autores nacionais e
internacionais que têm como título uma data e um evento significativo da nossa
história que tenha a ver com trocas relevantes entre Portugal e o mundo.
O livro está dividido,
para maior facilidade de organização e consulta, em grandes capítulos que foram
coordenados por historiadores que são especialistas em determinadas épocas
históricas: João Luís Cardoso (Pré-história e Proto-história). Carlos Fabião (Antiguidade),
Bernardo Vasconcelos e Sousa (Idade Média), Cátia Antunes (Época Moderna) e
António Costa Pinto (Época Contemporânea). O trabalho resultou de um projecto
que foi apoiado por mecenas como a Fundação Eng. António Almeida (Porto), o Montepio
Geral e a Navigator Company (Lisboa), para além das instituições como a Fundação
para a Ciência e a Tecnologia - FCT que normalmente apoiam a investigação
científica.
O livro segue a tendência
contemporânea na historiografia da história global. Esta é uma recente abordagem que analisa acontecimentos e
processos históricos enquadrando-os em contextos globais. As histórias
nacionais (ou regionais) são então tecidas a partir de jogos de conexão e
interação no quadro da vasta comunidade humana. Em particular, Portugal – ou
melhor o território da Europa que hoje se chama Portugal – sempre foi um sítio
de cruzamentos vários: por exemplo, na Pré-história entre os Neanderthal e os Homo
Sapiens, os dois vindos de outros sítios do mundo, na Idade Média entre
árabes e cristãos, com os árabes vindos do Médio Oriente e os cristãos do Norte
e Centro da Europa e, na Idade Moderna, entre povos europeus e os povos de Africa,
América e Ásia, no tempo dito da “expansão marítima” que mais não foi do que um
período de cruzamento de civilizações, e na Época Contemporânea entre os
emigrantes lusos e os povos que os acolherem.
Alguns dos artigos do livro são, na Pré-História e Proto-História, “5500-4500 -. A difusão da agricultura e dos animais domésticos”, de António Faustino Carvalho; na Antiguidade, “16-15 a.C. - A fundação da província romana da Lusitânia”, de Catarina Viegas; na Idade Média, “1140 - D. Afonso Henriques, portugalensium rex, filho de Teresa de Leão e de Henrique da Borgonha”, de António Resende de Oliveira e Bernardo Vasconcelos e Sousa; na Época Moderna, “1519 – Fernão de Magalhães e a primeira viagem em volta do mundo”, de Rui Manuel Loureiro; e, na Época Contemporânea, ”1934 - O bacalhau: nexos globais de um mito nacional”, de Álvaro Garrido.
Para se perceber o que é a história global, um assusto tornado actual no mundo globalizado em que vivemos hoje, vale a pena transcrever um excerto da Introdução Geral, que é assinado pelos três coordenadores:
“Fazer história
global, portanto, não significa desvalorizar um sólido conhecimento do local e do factual nem deixar de reconhecer
que é a esta escala, não esquecendo a atuação dos indivíduos, e neste tipo de contexto
que, muitas vezes, ocorrem dinâmicas cruciais para perceber a mudança, a rutura
e as continuidades. Consequentemente, sem um detalhado e rigoroso conhecimento
dos acontecimentos à escala local e sem o recurso aos documentos guardados nos
arquivos, eles próprios resultantes de construções históricas de viés local e
nacional, jamais se poderá fazer boa história, comporte ela perspetivas
globais, atentas à circulação e à integração de ideias e processos germinados
noutros locais, ou não. Daí que nesta História Global de Portugal se tenha
pedido a especialistas dos locais, dos factos e das pessoas abordados para
repensarem e comporem os seus conhecimentos de um ponto de vista aberto, não
fechado sobre esses mesmos espaços, acontecimentos e personagens.
À luz destas tendências, os países, as regiões, as cidades e as aldeias já não são considerados espaços fechados nas suas fronteiras, antes devem ser perspetivados como plataformas territoriais tomadas na extensíssima duração do processo de humanização, desde as primeiras comunidades humanas – que deixaram multiformes e esbatidos traços que recentes investigações arqueológicas, muito mais sofisticadas, permitiram desvendar – até às novas vagas migratórias, que, apesar de gerarem atávicas tendências de alteamento de muros destinados a contê-las, obrigam a relativizar os limites que anteriormente separavam a humanidade em quadrículas nacionais, regionais e até urbanas e aldeãs.”
O final da introdução geral
é bem elucidativo do propósito do livro:
“Convidamos o leitor a construir uma visão não
paroquial da história de Portugal, aprendendo que hoje não se pode perceber a
história de um local, mesmo que seja um país antigo, ignorando o mundo com o
qual ele foi sempre interagindo. Portugal é o resultado de incontáveis
dinâmicas de diálogo e de choque com outros lugares. E o mundo tem traços das
mediações que os habitantes do espaço de Portugal espalharam. É esta fascinante
história que aqui se pretende contar para melhor percebermos quem somos e o mundo
em que vivemos.”
CONFUSÕES À VOLTA DA FÍSICA
Chegam-me com alguma frequência vários manuscritos e livros, de autores diversos, que são ou pretendem ser, por uma razão ou outra, heterodoxos relativamente a ciência conhecida. Desconfio sempre, com base na minha experiência, dessa heterodoxia espontânea que parece brotar de lado nenhum, embora simpatize com a heterodoxia, por muito insustentada que seja, por autores com obra feita noutros domínios e que pretendem comunicar com a física. É o caso do pintor Nadir Afonso, que escreveu três obras opondo-se a aspectos da teoria da relatividade de Einstein, mas cujo génio artístico eu muito respeito, pelo que escrevi com gosto o prefácio dessas obras para uma reedição pela editora da Universidade do Porto. Criadores como Nadir estão bem estabelecidos e não precisam de apoios de outrem para singrarem.
Em 2010 recebi o opúsculo “De Natura : notas para a
Filosofia da Física” de Henrique A. F. de Lara, publicado em Linda-a-Velha
pelo autor, de 61 páginas, que pretendia, com base numa eventual nova
perspectiva da termodinâmica, propor uma “revolução” da Física. Ora, não é
Einstein quem quer (Nadir Afonso sabia isso e não queria ser Einstein!), e eu,
apesar de várias porfiadas tentativas de ler o texto, não consegui perceber
praticamente nada. O autor, bem
intencionado decerto, mas sem conhecer nem o método da Física nem o método da Filosofia,
jogava com as palavras, misturava-as com equações onde as grandezas quase
sempre eram indefinidas, não invocava qualquer experiência (que é, recorde-se o
imperativo da Física). não conseguindo por isso produzir um discurso articulado
que sustentasse um tese com suficiente coerência e vaidade, seja na Física seja
na Filosofia. Não conseguindo perceber e porque, apesar de toda a minha boa
vontade, o tempo me escasseia, pus a leitura de lado ao fim de poucas páginas e
ofereci o livro ao Rómulo, a biblioteca que fundei na Universidade de Coimbra,
para que ficasse à disposição de outros, que eventualmente ali encontrassem algum
sentido.Uma biblioteca pública é, per omnia, um lugar de descoberta. Vem
um dia em que um livro encontra o seu leitor.
Passada uma década,
recebi o livro seguinte do mesmo autor intitulado “Para a Filosofia da Física :
notas e conjeturas”, com algumas páginas mais, publicado em 2020 pela Sopa de
Letras, de Cascais, uma editora que eu não conhecia. Quando tive tempo para lhe
dar atenção, verifiquei que a primeiras 43 páginas coincidiam com as da obra
anterior, conforme o próprio autor
assinala expressamente em nota prévia. Como ele diz: “com muito poucas
alterações”. A mais importante diferença era a publicação de um simpático
prefácio do, infelizmente já falecido, João Corte-Real, professor de
Climatologia da Universidade de Évora, O resto do volume eram três textos complementares, com um prefácio,
também bondoso mas bastante mais céptico, de José Pedro Mimoso, investigador de
Cosmologia e Astrofísica Relativista da Universidade de Lisboa. O segundo prefácio não era um prefácio aos
textos novos, mas um prefácio aolivro anterior, que assim ficava com dois.
Li os dois prefácios e, compreendendo as razões dos meus
colegas, tenho a dizer que não os consigo acompanhar na totalidade. Acompanho o
segundo ainda menos do que o primeiro. O primeiro prefaciador expõe rapidamente
o digest que ele retirou do livro. Não faz muito sentido: o autor quer
substituir o tempo pela temperatura (relógios e termómetros medem, segundo ele,
a mesma coisa, o que eu não entendo pois não estou a ver como vai cronometrar
uma corrida com um termómetro), quer
ligar a relatividade geral com a teoria quântica (um sonho perseguido e não concretizado
por alguns dos melhores cérebros do mundo) , propõe uma nova constante
fundamental da física que afinal é uma combinação de constantes existentes
(portanto, não é nova), e afirma que acção e entropia são “uma e a mesma coisa”
esquecendo que as unidades são completamente diferentes e que tanto a acção e a
entropia são grandezas relativas a alguma coisa (acção de quê? Entropia de quê?).
O discurso chega a ser poético, mas surrealista: “O tempo está, assim,
associado, à transformação do calor em espaço” No fim, há um “princípio da conservação
da forma”, seja lá isso o que for (a “forma”)
Tentei nas páginas seguinte voltar ao texto que tinha abandonado
há dez anos. Não consegui, por muito esforço que fizesse. Logo na página
inicial está escrito que o “a constante de Planck (h) é um índice da
natureza fundamentalmente discreta do espaço e do tempo.” Índice? Mas o que vem
a ser um índice? E qual é a base para afirmar a natureza discreta do espaço e do
tempo? Bem sei que há autores que defendem tal hipótese, mas com uma sustentação
de que aqui não se vislumbra ponta (não há bibliografia, nao há nada). Logo a
seguir vem uma pretensa relação entre a constante de Planck e a constante de
Boltzmann. Não é indicada que relação possa ela ser. Com pena minha, não
consegui ler mais, pois é como ler uma língua estranha, em que não sei o que as
palavras significam.
Recomecei a ler a obra na sua segunda parte, na esperança de
encontrar o sentido perdido. O texto “Para uma teoria dos processos de
transformação da energia” começa assim: “Energia térmica é, na sua aceção
corrente, energia cinética. Mas pode pensar-se esta última, o movimento, como
uma energia parcialmente congelada, atualização de uma potencialidade. Isto é,
como uma expressão da conversão de radiação em massa (ou vice-versa), da virtualidade
em espaço (ou vice-versa)”. Com esse
começo, fica tudo por dizer, mas pouco mais se pode dizer. Fica tudo por saber.
Acho sinceramente, e não se veja aqui nenhum argumento de autoridade, que faz
falta um maior conhecimento da Termodinâmica e da Mecânica clássicas ao autor,
para já não falar da Física estatística e da Física Quântica. Energia térmica é
uma expressão arcaica a evitar. Deve-se dizer antes energia interna: só uma parte
desta tem a ver com a energia cinética (a não ser no modelo banal do gás
perfeito). E o que quererá dizer que o movimento é “energia parcialmente congelada”?
Que parte está congelada? E o que é aqui o congelamento? Como se congela o
movimento?
Vou oferecer o livro à mesma Biblioteca, onde ele poderá encontrar
autores mais persistentes do que eu. Parece que o autor, cuja vontade de se
tornar físico ou filósofo da Física, não posso deixar de louvar, não atingiu o
seu objectivo que era talvez propor algo que possa ser discutido, através de
refutação, fosse ciência fosse filosofia. Como bem lembra Mimoso, há desenvolvimentos
recentes, da termodinâmica aplicada à cosmologia (segunda lei da termodinâmica para os buracos
negros), que podem parecer aparentados a conteúdos deste livro, mas têm base
matemática e física sólida (Hawking discutiu esses assuntos). Assim
como há ligações formalmente interessantes entre a teoria quântica e a teoria
da difusão, que até servem de base a algoritmos de resolução numérica da
equação de Schroedinger, um assunto que este livro também toca (basta passar o
tempo para a dimensão imaginária). Mas analogias vagas não são nem podem ser leis
físicas, que se baseiam sempre na observação, na experimentação e na lógica
matemática, que aqui estão arredadas. De resto, não se pode pretender que um
autor, que não defina nada nem cite ninguém, possa chegar em poucas páginas a
uma “teoria geral da Física”, o título de um dos textos deste mini-volume, que
basicamente repete o anterior, sem que se perceba o acrescento havido.
JOÃO, UM MENINO QUE JOGOU AO PIÃO DA VIDA COM AS LETRAS DO ABECEDÁRIO
Breve introdução: Por Moçambique fazer parte da História de Portugal desde que a nau de Afonso de Albuquerque aportou a estas terras (1497), enviando para lá os seus primeiros colonos (1600), tenho-me mantido informado sobre os seus acontecimentos mais relevantes com a saudade dos 18 anos em que aí vivi e iniciei uma frutuosa vida docente na Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque de Lourenço Marques, tendo-me nesta antiga capital nascido uma prole de meia dúzia de filhos.
Soube, anteontem, do falecimento de um dos seus mais destacados radialistas de que aqui dou conhecimento, chamado João de Sousa. Este o leitmotiv deste artigo em sua memória que reproduzo abaixo:
terça-feira, 27 de outubro de 2020
A VELHICE
Devo estar a ficar velho: as Paulas Cristinas têm mais de 20 anos, os Brunos Miguéis já vão nos 15, as Kátias e as Sónias deram lugar a Martas, Catarinas, Marianas. A maior parte dos polícias são mais velhos do que eu. Comecei a gostar de sopa de Nabiças. A apetecer-me voltar mais cedo para casa. A observar, no espelho matinal, desabamentos, rugas imprevistas, a boca entre parêntesis cada vez mais fundos. A ver os meus retratos de criança como se fosse um estranho. A deixar de me preocupar com o futebol, eu que sabia de cor os nomes de todos os jogadores do Benfica (…). A desinteressar-me dos gelados do Santini que o Dinis Machado, de cigarrilha nas gengivas achava peitorais.Se calhar, daqui a pouco, uso um sapato num pé e uma pantufa de xadrez no outro e vou, de bengala, contar os pombos do Príncipe Real que circulam, de mãos atrás das costas como os chefes de repartição, em torno do cedro. Ou jogar sueca, com colegas de boina, na Alameda Afonso Henriques de manilha suspensa no ar, numa atitude de Estátua de Liberdade. Quando der por mim, encontro o meu sorriso na mesinha de cabeceira, a troçar-me, num copo de água, com 32 dentes de plástico. Reconhecerei o meu lugar à mesa pelos frasquinhos dos medicamentos sobre a toalha, que me farão lembrar as bandeiras que os exploradores antigos, vestidos de urso como os automobilistas dos tempos heróicos, cravavam nos gelos polares.Devo estar a ficar velho. E no entanto, sem que me dê conta, ainda me acontece apalpar a algibeira à procura da fisga. Ainda gostava de ter um canivete de madrepérola com sete lâminas, saca-rolhas, tesoura, abre-latas e chave de parafusos. Ainda queria que o meu pai me comprasse na feira de Nelas, um espelhinho com a fotografia da Yvonne de Carlo, em fato de banho, do outro lado. Ainda tenho vontade de escrever o meu nome depois de embaciar o vidro com o hálito.Pensando bem (e digo isto ao espelho), não sou um senhor de idade que conservou o coração de menino. Sou um menino cujo envelope se gastou".
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
NOVIDADES EDITORIAIS CLASSICA DIGITALIA
Os Classica Digitalia têm o gosto de anunciar 2 novas publicações com chancela editorial da Imprensa da Universidade de Coimbra. Os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital, em Acesso Aberto.
Série “DIAITA - Scripta & Realia” [textos]
- Maria de Fátima Silva & Jorge Paiva, Teofrasto. Causas das plantas. Tradução portuguesa, com introdução e anotação (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020). 376 p.
DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1976-7
[Este volume proporciona a primeira tradução existente em português de Causas das plantas de Teofrasto. A exigência da matéria estimulou a colaboração de uma helenista e de um botânico, de modo a garantir o rigor da tradução e a especificidade da anotação e índices. Além de um número elevado de notas de rodapé, a tradução vem acompanhada de um amplo estudo introdutório, destinado a caracterizar Teofrasto, o seu universo intelectual e a estrutura científica do tratado. Completam o volume uma bibliografia e oito índices: quatro dos termos gregos e respetiva tradução, com remissão para os capítulos do tratado; outros quatro dos nomes latinos das espécies (plantas e animais), com remissão para a numeração das notas de rodapé.]
Série “Humanitas-Supplementum” [Estudos]
- Juan Carlos Iglesias-Zoido (ed.), Conciones ex historicis excerptae. Nuevos estudios sobre las antologías de discursos historiográficos (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020). 254 p.
DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1919-4
[El conjunto de estudios recogidos en este libro está dedicado a un tema al que, hasta hace poco, la crítica había prestado una escasa atención: las antologías de discursos de la historiografía grecolatina publicadas en el Renacimiento y en la Alta Edad Moderna. Este tipo de publicaciones, que conforman un auténtico género editorial que gozó de un enorme éxito y de una amplia aceptación por parte del público contemporáneo, proporciona información de gran interés para profundizar en aspectos esenciales de la historia de la retórica, de los procesos de instrucción e, incluso, de la historia de las ideas en Europa durante los siglos XVI y XVII.]
domingo, 25 de outubro de 2020
Sistemas de ensino públicos e fins particulares
[Em finais de Setembro], "o Governo britânico baniu das escolas todos os livros e materiais escolares associados à promoção do fim do capitalismo. Assim sendo, nas escolas não se deve ensinar ou promover princípios opostos a uma economia cujo objecto único e primordial é a obtenção de lucro, de capital (...).
O mesmo capital responsável pela desregulação desenfreada do mercado de habitação, incluindo o fim da habitação social bem como o direito universal à mesma, obrigando milhares de famílias a viver, literalmente, na rua. O capital responsável pelo desemprego acelerado, ainda para mais em tempo de pandemia, o capital do fim dos sindicatos, o capital dos trabalhadores despedidos em catadupa e rapidamente convertidos em colaboradores com metade do ordenado, sem contrato nem direitos para além do direito a trabalhar (...). O capital onde só estuda quem tem dinheiro para uma educação privada e quem não tem dinheiro não estuda, não aprende, não pensa, assina de cruz para o resto da vida. O capital da saúde apenas ao alcance dos bolsos mais fundos (...).
A reescrita do currículo escolar, o controlo primário e primitivo da informação a que os jovens têm acesso, começando desde logo pelo controlo dos professores e do ensino. Começando pelo controlo de quem ousa pensar. De quem ousa falar."
Vale também a pena ponderar na palavra em destaque no artigo a que me refiro: Bücherverbrennung
"em alemão, significa queima dos livros. Este é um termo associado à propaganda nacional-socialista na Alemanha de Hitler, à data responsável pela organização de grandes piras em várias cidades para a destruição de todos os livros críticos ou contrários ao regime vigente. O objectivo? Purificar a literatura de todos os elementos estranhos passíveis de alienar a cultura alemã."
Em complemento, deixo a referência de um texto assinado por Mattha Busby e publicado no jornal The Guardian de 27 de Setembro passado com o título Schools in England told not to use material from anti-capitalist groups (aqui)
No final, Samuel Paty poderá ficar só
Texto na continuação de outro antes publicado. Ver aqui.
Imagem recolhida aqui. |
É de prever, pois, que, mesmo tendo sido tão acompanhado na morte, Samuel Paty fique, no final, só.
DEPOIS DO MILAGRE EDUCATIVO FINLANDÊS, EIS 0 MILAGRE EDUCATIVO PORTUGUÊS
as reformas portuguesas, feitas nestas duas décadas explicam a "espectacular" melhoria dos resultados (que Espanha não conseguiu). Entre essas medidas conta-se, sobretudo, o alargamento da escolaridade obrigatória para doze anos, a prioridade curricular dada aos conhecimentos, tendo como referência as competências, a focalização na Matemática, na Língua materna, e nas Ciências e Humanidades, e a orientação profissional precoce. Além disso, tornou-se obrigatório o "mestrado em ensino", com a duração de dois anos, para ingressar na docência, pelo que todos os professores passaram a ter formação específica.
sábado, 24 de outubro de 2020
METER FOICE EM SEARA ALHEIA?
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Nova palestra no RÓMULO: O jornalista José Vítor Malheiros fala sobre jornalismo e ciência
Hora: 27 out 2020 06:00 PM Lisboa
Entrar na reunião Zoom
https://videoconf-colibri.zoom.us/j/83258434327?pwd=djdRT1FqM0l1bVBtR1RWMGh3KzU4dz09
ID da reunião: 832 5843 4327
Senha de acesso: 222138
Lançamento nacional da História Global de Portugal
ÁLCOOL E CIDADANIA
Novo artigo do psiquiatra Nuno Pereira:
Os problemas ligados ao consumo excessivo
do álcool constituem um flagelo nacional, a nível do indivíduo, da família, da
escola, do trabalho e da sociedade em geral. A cultura e as tradições do país
favorecem hábitos precoces de ingestão de bebidas alcoólicas, o que provoca
atrasos no desenvolvimento físico e mental das crianças e contribui para o
insucesso escolar. Portugal situa-se entre os maiores consumidores mundiais de
álcool, que é a substância psicoativa preferida dos jovens.
O papel da educação para a saúde torna-se
pois fundamental, logo nos primeiros anos da escola. Para tal o Ministério da
Educação apresenta várias medidas, em que o Álcool pode fazer parte da Educação
para a Cidadania, «em função das opções e das realidades de cada contexto
educativo». Por um lado, como proposta das Direções-Gerais da Educação e da
Saúde, o Álcool corresponde a um subtema do tema – Comportamentos Aditivos e
Dependências – do Referencial da Educação para a Saúde, «de adoção voluntária».
Por sua vez, a Saúde consiste num domínio da Educação para a Cidadania,
obrigatório para todos os ciclos de escolaridade, que visa contribuir para o
desenvolvimento da área de competências – Bem-Estar, Saúde e Ambiente –
constante no “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”.
As escolas, se não considerarem
prioritários os problemas do álcool, não os incluirão na Estratégia da Educação
para a Cidadania com tempo escasso para tantas e tão extensas áreas temáticas.
Deste modo, muitos problemas importantes do foro da Cidadania podem deixar de
ser abordados, mesmo pertencendo a grupos de domínios obrigatórios, e, se
abordados, podem ser distribuídos tão ralamente no horário (p. ex., do 1º ano
de cada ciclo) que se tornam irrelevantes. O Ministério da Educação, invocando
a autonomia das escolas e a flexibilidade curricular, passa a responsabilidade
para cada escola de compor um diminuto programa de Cidadania, selecionado da
imensidão de subtemas e temas contidos nas dezenas de documentos de apoio.
No caso de a escola optar pelo subtema
Álcool, a abordagem do Referencial da Educação para a Saúde não é a mais conveniente,
porque os objetivos específicos propostos não atendem devidamente ao grau de
desenvolvimento mental das crianças e dos jovens nem à sequência natural do
ensino a partir do que é mais familiar. De facto, entre as falhas contam-se: o
começo da informação pelas consequências do consumo excessivo antes do conhecimento
das bebidas alcoólicas, a ausência de crítica dalguns falsos conceitos sobre o
álcool no 1º Ciclo e a promoção do comportamento saudável face ao consumo de
álcool apenas desde o 2º Ciclo em vez de logo no 1º Ciclo e mesmo mais cedo.
Também, não é muito avisado que as famílias
detenham a plena responsabilidade da Educação para a Saúde sobre o Álcool,
tanto mais num dos países com as mais altas taxas de alcoolização.
Tendo em conta tudo o que se expôs, o
Ministério da Educação deve assumir - sem a capa do «diagnóstico local» - o
encargo de tomar as medidas adequadas para que sejam efetivamente tratados
problemas de magnitude nacional, como o consumo abusivo do álcool com tão
desastrosas consequências individuais, familiares, escolares, laborais e
sociais. Assim, os conteúdos respetivos devem estar expressos no programa
nacional do ensino básico do Estudo do Meio (no 1º Ciclo) e das Ciências
Naturais (nos 2º e 3º Ciclos) e ser trabalhados em projetos no ensino
secundário, de modo que se traduzam em atitudes e comportamentos responsáveis.
Nuno Pereira
(psiquiatra)
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
COIMBRA TEM MAIS ENCANTO NA HORA DA DESPEDIDA
Embora a Fisiologia, matéria de estudo do INEF, que muito me seduziu pela elegância de exposição do seu professor Tibério Antunes, antigo guarda-redes da Associação Académica de Coimbra, que foi meu meu amigo pessoal muito estimado até ao seu falecimento, depois de 25 de Abril. Foi ele meu arguente também da tese de licenciatura (1956), versando aspectos da fisiologia do mergulho de profundidade, tendo-me confirmado o aprendido desde a minha instrução primária, que o coração anatomicamente tem quatro compartimentos (duas aurículas e dois ventrículos). Todavia, o meu coração afectivo docente tem apenas três compartimentos sem qualquer defeito de fabrico!
Um deles, os meus dezoito anos de docência na Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque, de Lourenço Marques, de que me orgulho de ter tido alunos ciosos do seu estatuto académico discente do antigo ensino técnico e da sua supremacia no campo de desporto escolar, longe de um tempo de choradinho igualitário que levou a unificar os antigos ensinos técnico e liceal na mescla de, nem carne nem peixe, do actual ensino secundário. Outro no ensino médio na Escola do Magistério Primário de Coimbra, escola modelo na formação dos antigos professores do ensino primário. E um terceiro no ensino universitário, no ISEF da Universidade do Porto, por concurso nacional, e na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra como assistente convidado.
Porque o ser ou não ser tem o encanto ou desencanto da descoberta, longa e combativa foi a luta pelo ingresso do INEF na Universidade Nova de Lisboa, que chegou a ser anunciada oficialmente antes de 25 de Abril, “tendo subido a pulso o caminho que o haveria de levar à universidade”, segundo Roberto Carneiro”, uma das quatro escolas superiores extra muros universitários, a exemplo de Arquitectura de Belas-Artes, da Escola Superior de Estudos Superiores Ultramarinos, Escola Naval e Academia Militar. Finalmente, a Universidade de Coimbra, com o parecer unânime do seu Senado Universitário, criou a sua oitava e última faculdade, a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, em que é da maior justiça referir o papel do então Reitor, Professor Rui de Alarcão, do Professor de Medicina Poiares Baptista, do Professor de Farmácia Pinho Brojo e do Professor de Psicologia e Ciências da Educação Manuel Viegas Abreu e, “last but not least”, seria lapso de memória imperdoável omitir o nome do Professor Jorge Bento, director da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto.
Aqui chegado, resta-me
dar notícia do meu “coupe de foudre”, pela Academia de Coimbra,
onde não cumpri nenhum plano de estudos de qualquer grau de ensino do ensino primário
ao universitário, apenas em Luanda e Lisboa. Aconteceu este amor à primeira vista, por mero acaso, por me ter deparado na Net com
a balada, salvo erro corria o ano 1993, desta academia intitulado “Coimbra tem mais
encanto na hora da despedida”, da autoria de Fernando Machado Soares, com o Largo
da Sé Velha apinhada de milhares de estudantes
em que, parafraseando o nosso vate “que viu claramente visto”, senti claramente
sentido, as provas de saudade e amizade dos seus muitos intérpretes e assisti às lágrimas, caindo sem parar face abaixo, de despedida das margens do
Mondego por parte das alunas finalistas da sua vetusta Academia numa mística
difícil de descrever longe de idos tempos em que o traje académico obedecia a
certas regras não como hoje em que as capas negras deixaram de esvoaçar ao
vento por os rapazes trajarem calças e coletes pretos e camisas brancas e as
raparigas saias pretas (valha-nos ao menos isso num tempo em que as saias foram trocadas por calças!) .
Bem sei que, regressando a Camões, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, mas nem sempre pelos melhores motivos em que as modas se tornaram “démodé” e passados tempos passam a ser moda novamente. Também posso reconhecer que hoje, em que me tornei num “coimbrinha” dos quatro costados, a minha idade de quase nonagenário, me tenha tornado num velho jarreta achando, em contramão em relação aos jovens do nosso tempo, ainda que remoçado com o calão da malta nova, de que antigamente era tudo "porreiro" ! Talvez sim, talvez não!
COIMBRA CRIATIVA
UM
FUTURO PARA COIMBRA (2021-2029)
O movimento, que nasceu em 2017 como uma iniciativa cidadã, independente de qualquer força partidária, conquistou rapidamente uma adesão significativa da população. Embora abaixo das nossas expectativas iniciais, obteve nas urnas um resultado que todos os observadores consideraram excelente para uma primeira prova, preparada com escassos sete meses de antecedência. Soube, desde então, afirmar-se em defesa de Coimbra como principal força de oposição nos órgãos autárquicos onde está representada, contrapondo-se como força tranquila, confiável e madura, mas também determinada e ambiciosa, a uma gestão que já teve cinco oportunidades de mostrar o que vale e que não foi capaz de aproveitar nenhuma. Porque queremos mais para Coimbra, chegou a hora de um novo impulso renovador que, alimentado pela esperança dos cidadãos e baseado numa visão arrojada e inovadora, livre de jogos partidários, proporcione um futuro de desenvolvimento para a nossa cidade, para o nosso concelho e, portanto, para o nosso país.
A transformação que propomos requer uma mudança na forma de ver, pensar e exercer o poder autárquico. A nossa ambição consiste em dar um futuro diferente à cidade, um destino que a faça aproveitar as oportunidades que se lhe oferecem, de modo a acompanhar e mesmo ultrapassar as cidades da mesma dimensão mais desenvolvidas do país e do mundo. É uma ambição que queremos partilhar com todas as pessoas de Coimbra, com os que cá nasceram ou cá viveram, com os que cá vivem e ainda com aqueles que, estejam onde estiverem, se sentem de alguma forma ligados a esta cidade e são amigos de Coimbra.
A nossa acção será baseada num conjunto de ideias-força, das quais destacamos:
Fixação de empresas e criação de emprego
A crise demográfica é a maior ameaça que muitos municípios terão pela frente nas próximas décadas. Em Coimbra, a população de estudantes do ensino superior esconde ou atenua esta realidade. Apesar de muitos deles atualmente deixarem a cidade quando concluem a sua formação superior, eles constituem um alvo importante na política de retenção e atração de população jovem. Essa política passará pelo fomento à fixação de empresas e à atracção de investimentos, devendo a Câmara ser não só um interlocutor eficiente das empresas que batem à porta da cidade, como um procurador ativo de outras, sabendo que umas e outras, salvaguardados os devidos preceitos legais e ambientais, constituem uma fonte de emprego e de riqueza para a cidade. A Câmara será por isso, para o sector empresarial, uma instância facilitadora.
Justiça Social e Democracia
Vivemos com a crise sanitária tempos difíceis. Nenhuma sociedade ou comunidade moderna atingirá a plenitude com assimetrias e desigualdades económicas e sociais que Coimbra, infelizmente, ainda exibe. Será por isso nossa prioridade adotar políticas de erradicação da pobreza com particular ênfase nos jovens e nos mais idosos. Em articulação com o governo do país e organismos de apoio social, públicos e privados, iremos concretizar medidas de combate, ao desemprego, à desnutrição e à solidão. Solidariedade, justiça social e democracia devem ser objetivos da nossa política de desenvolvimento sustentável. A democracia também deverá ter amplo lugar nas relações entre a Câmara e a Assembleia Municipal e entre a Câmara e e as Juntas de Freguesia ou Uniões de Freguesias, para as quais serão canalisados mais recursos de uma forma mais transparente.
Uso Eficiente de Recursos Naturais
Estamos hoje confrontados com o grave problema das alterações climáticas, um problema que não podemos deixar, sem mais, às novas gerações. E a solução das questões globais começa no ambiente local. É nossa obrigação garantir que os sonhos e ambições das gerações seguintes não serão destruídos ou limitados pelas ações ou omissões da atual geração. Um desenvolvimento ambicioso implica também uma ligação mais harmoniosa entre o centro urbano e as freguesias periféricas, uma ligação que é urgente e que terá de ser traduzida numa efetiva e uniforme redução da pegada de carbono e na implementação de uma taxa virtual de carbono, devidamente estudada com vista à justiça social e ambiental. A boa qualidade da água, do ar e do solo serão nossas preocupações permanentes.
Relação da Cidade com a sua região
É necessária uma melhor
articulação do concelho com os concelhos vizinhos da sua natural envolvente (CIM)
e com a sua região (Centro). No quadro atual e futuro do país, e contrariando
práticas que têm sido infelizmente usuais, faz muito mais sentido a cooperação
do que a competição, de modo que a região Centro possa falar a uma só voz.
Propomos uma articulação permanente com os outros municípios da região de
Coimbra – fazendo sentido a ideia de uma área metropolitana, que sirva
de contraponto às megaáreas de Lisboa e Porto - e uma progressiva aproximação
às expectativas de Aveiro, Leiria, Viseu e Guarda, com vista à consolidação de
estratégias aglutinadoras. Reforçando a
participação e juntando vontades para a prossecução de fins comuns, é por todos
compreendido e por todos aceite que um núcleo mais forte, desde que atento às
necessidades e expectativas dos outros, é um critério de sucesso para todos.
1. Programa
Este programa estratégico centra-se nas pessoas e na sociedade que elas formam e perspetiva-se para um período de oito anos. Os objetivos principais da nossa ação autárquica são: Pessoas felizes numa cidade justa, solidária e inclusiva; exemplar na qualidade e igualdade de acesso aos serviços públicos de saúde e educação, ao trabalho e à cultura, bem como na capacidade de produzir riqueza e de proporcionar emprego; uma urbe que seja um modelo do ponto de vista ambiental, e que esteja na primeira linha da transição digital que hoje caracteriza as cidades inteligentes. Em todas estas vertentes Coimbra tem de ser uma CIDADE CRIATIVA, aproveitando as suas enormes potencialidades materiais e humanas.
A nossa visão de uma COIMBRA
CRIATIVA está alicerçada em quatro pilares principais:
- Pessoas,
- Comunidades,
- Empresas
e Organizações,
- Infraestruturas.
Esses pilares são
contemplados por um conjunto de sete Programas
de Acção que garantirão o desenvolvimento sustentável do nosso concelho e
região, isto é, o seu desenvolvimento económico,
social e ambiental.
São eles:
PA1: Coimbra Saudável,
PA2: Coimbra Educada,
PA3: Coimbra Culta,
PA4: Coimbra Solidária,
PA5: Coimbra Competitiva,
PA6: Coimbra Verde,
PA7: Coimbra Digital.
O conteúdo desses programas será objeto de grupos de trabalho abertos às pessoas que quiserem colaborar. O resultado será um conjunto de medidas devidamente estruturadas e planeadas no tempo.
Vejamos as nossas propostas para os quatro pilares.
2.
Pessoas
Coimbra é uma cidade aberta a todos. O princípio da igualdade consagrado na Constituição é, para nós, sagrado. Não deve haver quaisquer discriminações baseadas no sexo, etnia, idade, etc.
Primeira Infância
Nutrição e cuidados de saúde adequados durante os primeiros anos de vida são essenciais para assegurar ao ser humano um desenvolvimento saudável. Muitos défices cognitivos e desequilíbrios de desenvolvimento, como a tendência para a obesidade, resultam de deficiências acumuladas nesta fase da vida.
Através dos programas Coimbra Saudável e Coimbra Solidária iremos garantir que em Coimbra nenhuma criança acumule problemas de saúde e desequilíbrios nutricionais que limitem o seu processo de desenvolvimento e aprendizagem e a realização de todo o seu potencial. Coimbra, com o impulso da nova Maternidade, com o seu bem equipado Hospital Pediátrico e a boa rede de creches e jardins de infância de que dispõe, tem condições únicas para ser uma cidade de referência nesta área.
Crianças e Adolescentes
A educação na juventude é fundamental ao desenvolvimento do ser humano. Vista no passado apenas como uma boa base para ter emprego, no mundo moderno é considerada o início do processo de aprendizagem que se deve estender por toda a vida. Crianças e adolescentes devem ter pleno acesso a informação e a meios que favorecem a sua aprendizagem, mas a formação, seja profissional, cultural ou outra, deve continuar ao longo da vida. Coimbra deve ser a referência na área da educação, desde o básico ao superior, pugnando por uma educação de excelência para todos. Para isso não podem existir escolas degradadas (caso da Escola Secundária José Falcão) nem com problemas ambientais (por exemplo, com amianto). Em paralelo, todas as crianças de Coimbra devem ter acesso a Parques Infantis, todos os adolescentes a Parques Verdes e a espaços e equipamentos para a prática desportiva.
Através dos Programas Coimbra Educada, Coimbra Verde e Coimbra Digital iremos garantir que em Coimbra todas as crianças e adolescentes beneficiem da melhor educação do País. Em particular, nenhuma será prejudicada no seu processo de aprendizagem escolar por não ter acesso à Internet ou aos meios informáticos essenciais.
Adultos
Trabalho digno e famílias funcionais são traves mestras do desenvolvimento humano na fase adulta. Emprego com remuneração justa e integração numa comunidade solidária, com acesso a serviços públicos de alta qualidade, aumentam significativamente o rendimento disponível, fomentam a natalidade e a atractividade da cidade.
Através do Programa Coimbra Solidária serão oferecidas condições atraentes para fixação de jovens famílias que podem usufruir da segurança da cidade e da qualidade dos serviços de educação e saúde, características que podem ser ainda mais diferenciadoras de Coimbra no panorama nacional. Os casais jovens poderão ter condições facilitadas no acesso à habitação.
Com o Programa Coimbra Digital a cidade proporcionará também a quadros deslocados a oportunidade de exercer a sua atividade profissional no conforto das suas famílias, beneficiando de condições pensadas como resposta à alteração de paradigma em curso no domínio do emprego, que favorece o teletrabalho e o bem-estar associado ao equilíbrio entre a vida profissional e familiar. O mesmo programa proporcionará e favorecerá oportunidades de formação ao longo da vida.
Seniores
O aumento da esperança de vida e a melhoria do estado de saúde da população portuguesa tem um grande impacto económico e social. Em Coimbra a população com idade superior a 64 anos corresponde já a 25% do total, representando um ativo essencial da cidade. Pode-se e deve-se contribuir para a sociedade em qualquer etapa da vida.
Através do Programa Coimbra Solidária serão oferecidas condições de promoção do envelhecimento ativo e do bem-estar em idade avançada, com bom fornecimento de cuidados primários de saúde. Por outro lado, com a promoção do regresso de quadros, que trabalham deslocalizados da sua empresa ou instituição, haverá um benefício imediato para a população mais idosa em consequência da maior proximidade aos filhos e netos.
3. Comunidades
É igualmente função de uma autarquia zelar pelo bom funcionamento das comunidades e relações intercomunitárias organizadas no seu território, seja à escala das pequenas vizinhanças de bairro ou aldeia, seja à escala das associações culturais ou desportivas (clubes), seja ainda fomentando a criação de associações de tipo empresarial e apoiando a articulação interinstitucional. Com efeito, a prossecução de uma política autárquica baseada no novo paradigma requer associações fortes, dinâmicas, modernas e com flexibilidade para acompanhar os novos rumos da sociedade. A Cultura é o indispensável cimento das comunidades. O Desporto assume também papel essencial no bem-estar de cada um e na coesão social.
Vizinhanças
As comunidades que já estão vivas nos sectores social e cultural serão apoiadas, ao mesmo tempo que serão criados instrumentos que fomentem o surgimento de novas comunidades. Um modo de participação que será explorada nas vizinhanças será a dos orçamentos participativos, que em Coimbra não têm tido suficiente expressão.
A boa manutenção dos espaços urbanos e rurais será nossa preocupação constante assim como a boa acessibilidade entre centro e periferia. No quadro do reforço das vizinhanças locais contemplaremos uma mais ampla e justa distribuição dos recursos autárquicos pelas freguesias do concelho, em estrita colaboração com os autarcas eleitos e tendo em vista a satisfação das maiores necessidades.
No Programa Coimbra Solidária atenderemos especialmente às questões colocadas pelas vizinhanças.
Cultura
A Cultura é o grande meio mobilizador das pessoas, com vista à sua realização pessoal e social. Coimbra é eminentemente uma cidade de Cultura, pelo que Cidade e Cultura devem ser indissociáveis, uma ideia que deve ser reforçado através do design e da sinalética. Coimbra precisa urgentemente de uma estética renovada, uma estética que divulgue uma imagem de um futuro promissor alicerçada num passado muito denso.
Coimbra tem de saber ligar o novo com o antigo. A estratégia cultural, da qual o Convento de São Francisco será polo central, será a ligação entre a cultura artística e literária e a cultura científica e tecnológica, aproveitando o grande potencial cultural instalado na cidade, e confluindo em projetos que deem grande visibilidade nacional e internacional à urbe e à região como o Museu de Arte Contemporânea e o Museu da Ciência da Universidade. Os eventos e festivais existentes, como a Bienal de Arte Contemporânea e o Festival das Artes, devem ser valorizados, pelo seu elevado valor simbólico e artístico, e por serem ocasiões especiais de congregação de pessoas. Numa lógica de colaboração com a Universidade, proporemos um novo Festival Artístico Internacional, por exemplo centrado no Teatro, uma área em que há forte tradição em Coimbra. Deveria ser recuperada a colecção e a iniciativa dos Encontros de Fotografia de Coimbra. A Orquestra Clássica do Centro ganharia em ser verdadeiramente a Orquestra da região de Coimbra, residente do Convento de São Francisco, libertando o Pavilhão de Hanôver para exposições temporárias. Aos grupos culturais da cidade com excelentes programa e iniciativas serão dados os convenientes apoios e estímulos, procurando o reforço da colaboração, o que pode ser feito quer como melhor articulação da programação quer com iniciativas conjuntas. Deve ser repensada e reforçada a rede de museus municipais, que merecem ser mais conhecidos. Tem de existir uma Feira do Livro que saiba competir com as de Lisboa e Porto, valorizando os autores, livreiros e alfarrabistas locais, numa cidade de grande tradição literária. A Feira das Velharias deve voltar à Praça Velha da cidade. A gastronomia local deve ser incentivada através de programas próprios com a restauração local.
É a partir de uma maior mobilização dos criadores da cidade e da sua melhor ligação com os criadores da região que projectos como Coimbra, Capital Europeia da Cultura, podem ganhar tracção para se tornarem nacional e internacionalmente credíveis e, portanto, imperativos.
O Programa Coimbra Culta articulará os múltiplos e ricos caminhos da Cultura, no quadro de uma ampla participação de todos os interessados, que incluirá de modo intenso as colectividades culturais e recreativas locais, com uma vida muito rica na música, teatro e artes em geral (uma sua federação pode ser uma mais valia para a sua valorização).
Desporto
O Desporto é um indispensável meio de realização humana. A Associação Académica de Coimbra (AAC) e a AAC – Organismo Autónomo de Futebol são marcas da cidade, que merecem não só o nosso respeito como o nosso acompanhamento. Mas também merecem os outros grupos desportivos, alguns deles à escala da freguesia, que, com grande dificuldade, desempenham um papel social determinante.
Em cooperação com a Universidade, que dispõe de uma experiente Faculdade de Desporto e Educação Física, e com o Instituto Politécnico, também activo na área, fomentar-se-á o desporto nas várias modalidades. Em particular procurar-se-á melhorar as instalações desportivas, incluindo as piscinas, quer municipal quer de outra índole. Procuraremos atrair para Coimbra competições desportivas nacionais e internacionais.
No quadro do Programa Coimbra Verde, fomentaremos o desporto para todos, ao ar livre. No Programa Coimbra Educa será dada particular atenção ao Desporto.
4.
Empresas e
Organizações
Empresas e Emprego
Serviços Públicos
Sector Social
Parceria Câmara-Universidade-Hospital
A elevada qualidade que podemos ter nos serviços públicos em Coimbra é a peça-chave na presente estratégia. Neste aspeto, são particularmente importantes as instituições do sector social e as duas maiores instituições públicas do concelho, a Universidade e o Centro Hospitalar e Universitário (CHUC). Numa autarquia como Coimbra, reconhecida pela sua Universidade e pelos seus Hospitais, a articulação entre estas instituições, sem prejuízo da sua autonomia, deveria ser natural e geradora de mais-valias económicas e sociais. Infelizmente, assim não tem acontecido. Mas, para o desenvolvimento de Coimbra, é mesmo isso que tem de acontecer.
Parque de Inovação
Propomos uma visão integrada para o problema da criação de emprego qualificado, que passa pela vitalização do conceito de Parque Tecnológico, englobando as necessárias contribuições da Universidade e do Instituto Politécnico, dos CHUC, do Instituto Pedro Nunes, do iParque e de outras instituições ligadas à inovação. Para além do óbvio aumento da massa crítica, a integração de atividades facilitará a divulgação e a estratégia de captação de novos projetos e iniciativas empresariais baseadas em recentes tecnologias, nomeadamente as bioindústrias e indústria da saúde, a engenharia informática, as chamadas indústrias criativas e a economia do ambiente. Serão criadas condições para que novas empresas de serviços se instalem na Baixa, contribuindo para a revitalização do tecido urbano. A inovação deve estar por todo o lado; num certo sentido, toda a cidade deve ser um Parque de Inovação.
Tendo em vista a desejável reindustrialização de Coimbra, pretendemos alargar as zonas industriais, nomeadamente as zonas industriais de Taveiro, de Eiras e Souselas, bem como relançr o iParque, em colaboração com o Instituto Pedro Nunes, respondendo às modernas necessidades dos médios e grandes investimentos, designadamente os que se revelem mais inovadores nos dias de hoje, que são de economia do conhecimento baseada na ciência e na tecnologia mas permeada por uma visão humanista.
O Programa Coimbra Competitiva dará substância a este desiderato.
Turismo
Propomos a criação de um Centro de interpretação de Coimbra, contando as histórias e as lendas da cidade, capaz de receber os que nos visitam, de os situar e de lhes proporcionar a ementa de que necessitam para os vários dias de visita à cidade que que ela merece. Esse Centro Interpretativo deverá ser instalado no Convento de São Francisco, dando-lhe finalmente um programa que ele nunca teve e tirando partido de um grande investimento que tem estado muito pouco aproveitado.
O Programa Coimbra Competitiva contemplará o
Turismo, onde o setor privado desempenha papel relevante.
5. Infraestruturas
O investimento em infraestruturas tem sido sucessivamente adiado por força da fraca capacidade de influência das instituições e das gentes de Coimbra junto do governo central. Embora de forma não explícita, os atuais instrumentos de planeamento abrem a porta à concretização de alguns investimentos essenciais para Coimbra. Estando por saber o modo como esse plano, ou partes dele, se vai concretizar, o certo é que existem agora oportunidades de investimentos público, alicerçadas na União Europeia que têm de ser aproveitadas. Para isso são precisos boas ideias e bons projetos, a começar desde logo na mobilidade, mas a prosseguir nas infraestruturas digitais, de saúde, de congressos, judiciais, culturais e ecológicas.
Sistema de Mobilidade Urbana
Trinta anos de políticas erráticas, de opções tecnicamente mal fundamentadas e de decisões inconsequentes conduziram a uma situação, aparentemente irreversível, que passa pela instalação do MetroBus. Não indo a tempo de alterar esta realidade, cumpre-nos gerir o melhor que for possível a situação herdada, procurando redesenhar a rede de transportes urbanos em função dos eixos assegurados pelo MetroBus e procurando diminuir a circulação automóvel no centro urbano. Não causando quaisquer descontinuidades de serviços, pensamos que as soluções planeadas até agora devem ser devidamente testadas, verificando o seu grau de proficiência e sustentabilidade. Uma rede de eléctricos rápidos, tal como existem em cidades europeias da dimensão de Coimbra, poderá vir a ser pensada para o médio e longo prazo. Acima de tudo, o Sistema de Mobilidade de Coimbra não pode estar estruturado em função apenas da ligação à Lousã e Miranda do Corvo, mas deve pensar em Condeixa, Figueira da Foz, Mealhada, Penacova, Cantanhede, e e outras localidades próximas. Um factor essencial será o custo justo dos transportes colectivos, o que se consegue com passes sociais atractivos tal como ocorre noutras cidades.
Estação Ferroviária de Alta Velocidade
Pretendemos fortalecer o Sistema de Mobilidade de Coimbra, articulando a sua rede de transportes urbanos com o sistema ferroviário, viário e uma nova rede de ciclovias nas zonas planas da cidade. Coimbra, como centro geográfico do Centro, tem de ser incluída na rede nacional de alta velocidade, através da ampliação da “Estação Velha” (o nome é elucidativo sobre o estado da cidade!), com eventual relocalização, construindo uma grande e funcional estação multimodal de Coimbra que acomode todos os meios de transporte (urbanos e suburbanos, como o MetroBus; regionais e nacionais). Essa estação deve ter boas ligações aos vários centros urbanos da região Centro.
Regeneração Urbana
Aproveitando não só o actual Parque Verde, que tem de ser bastante revalorizado, como a margem direita entre a Estação Nova e a Estação Velha (para cujo futuro aproveitaremos os estudos e as ideias já consolidadas), liberta da via férrea, desenvolveremos uma ampla zona de aproveitamento do Mondego para fins recreativos, turísticos e culturais. A “Estação Nova” deverá ter uma solução que seja da vontade dos conimbricenses e não de um indivíduo ou grupo. Prevemos um complexo de piscinas ao ar livre com ampliação da minipiscina do Mondego, restaurantes, bares e espaços para eventos, em plano acima do leito de cheia, de modo que os cidadãos, residentes ou visitantes, possam usufruir do rio, à semelhança do que se passa noutras cidades fluviais.
Existem excelentes programas de regeneração urbana na Europa, em particular na Escandinávia, que poderão servir de modelo. Esses programas devem resultar de equipas interdisciplinares de projeto e estabelecer metas quantitativas, designadamente quanto ao incremento de populações em áreas recuperadas.
O Programa Coimbra Competitiva dará especial atenção à recuperação urbana.
Cidade Inteligente
Estruturas Hospitalares
Centro de Congressos
Estruturas judiciais
Estruturas Culturais
No quadro do reforço da marca Universidade de Coimbra – Património Mundial da Humanidade – Alta e Sofia, o selo da UNESCO que a Universidade justamente ganhou, e em parceria com a Universidade de Coimbra, pretendemos avançar com a segunda fase do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, num moderno projeto museológico, que se ofereça ao turismo nacional e mundial em conjunto com o Museu Nacional Machado de Castro, numa estratégia conjunta de afirmação das ricas valências museológicas da cidade.
O Museu de Arte Contemporânea, para os qual estão desde já disponíveis obras de arte do Estado, que se poderiam complementar com algumas coleções privadas, poderia aproveitar o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, cuja dimensão permite a coabitação com um novo hotel para a cidade, de exploração privada, que estaria perto de um conjunto extremamente atrativo de equipamentos culturais: Convento de São Francisco / Centro de Interpretação de Coimbra, Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Portugal dos Pequenitos, para o qual a Fundação Bissaya Barreto tem planos de ampliação, Mosteiro de Santa Clara- a-Velha e Quinta das Lágrimas.
O conjunto de museus da cidade deveria funcionar em rede (ver, por exemplo, o exemplo do Porto) com revalorização, entre outras, do Museu do Chiado, da Torre de Almedina, da Casa Miguel Torga e do Exploratório Infante D. Henrique – Centro Ciência Viva (este em colaboração com a Universidade, que dispõe de um outro Centro Ciência Viva – o Rómulo). Nessa rede poderiam ser integrados pólos que evocassem a memória histórica da cidade na área da saúde como, por exemplo, o Hospital Real e os banhos judaicos.
O Programa Coimbra Culta enunciará as medidas nesta área.
Casa do Conhecimento
Os Programas Coimbra Educada e Coimbra Culta darão substracto ao plano da Casa do Conhecimento.
Cidade Verde
Coimbra tem de ser verde e florida, apetecendo ao olhar. Os seus cidadãos têm de poder mergulhar com facilidade e regularidade na Natureza e tirar partido dos benefícios biológicos e psicológicos que tal proporciona. As instituições verdes da cidade, que são, entre outras, o Jardim Botânico, o Parque Verde, o Parque de Santa Cruz, e as Matas Nacionais de Choupal e de Vale de Canas, devem ser mais acarinhadas. Incentivos a hortas urbanas permitirão que algumas pessoas cultivem, de modo sustentável, os seus próprios alimentos. As ruas devem ser arborizadas e a circulação pedonal deve ser facilitada. Os transportes não poluentes e saudáveis, como as bicicletas, devem ter mais incentivos, estendendo a rede de ecopistas ao longo das margens do Mondego. Deve ser criado um mercado biológico, aproveitando um dos vários espaços não utilizados da cidade.
Em relação com os espaços verdes, a Câmara dará particular atenção ao bem-estar dos animais de companhia, que cada vez mais e muito justamente têm sido alvo da atenção e preocupação dos cidadãos.
A Cidade Verde
será alvo de atenção do Programa Coimbra Verde.
6. Conclusão
Algumas das propostas que apresentamos são novas e representam a visão criativa e inovadora de uma cidade que deve ser a nossa, a cidade que merecemos, mas que ainda não temos. Outras, são velhas de 30 ou 40 anos de promessas não cumpridas por incúria ou incompetência de quem tem dirigido a cidade.
Perguntará quem nos leia porque deve confiar agora nestas intenções, tantas vezes repetidas e tantas vezes abusadas. A diferença é que elas vêm agora de um conjunto de pessoas conhecidas por um percurso profissional de sucesso nas suas várias áreas de intervenção, que decidiram juntar-se por imperativo de consciência; que respeitam os seus concidadãos, querendo com eles a mais ampla participação democrática; que não têm o hábito de prometer o que não têm intenção de cumprir; que pensam por si e não estão manietadas por nenhuma cúpula partidária, nem obedecem à lógica das habituais jogadas de trocas de favores políticos; que conhecem e desprezam os mecanismos de compadrio e de corrupção; que têm como único objetivo, totalmente desinteressado, o darem o seu contributo à cidade em que vivem e trabalham.
Coimbra é de todos e, com a ajuda de todos, vai ser mais de todos e para todos. Coimbra é do país e do mundo. O que precisa, para isso, Coimbra? O que precisa Coimbra para concretizar este Programa Estratégico, que poderá ser reforçado com a participação de todas as pessoas de boa vontade que queiram colaborar.
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