quarta-feira, 29 de junho de 2016

Por que é que as más ideias se recusam a morrer?

Bom artigo no The Guardian, que mão amiga me fez chegar: aqui.

1 comentário:

Caravela disse...

Interpretações várias

Um anjo de algodão desce o céu,
Alastra as asas, no vento sopra:
Move-se o tempo, o sonho e eu
Escondo-me no lençol, pela dobra.

Caravelas deslizam ondulando
Ao sabor da colcha ondulada
E o anjo furioso vai soprando
Até toda a água ser soprada.

Debaixo do mar, um dragão
Rói a trave líquida da cama.
Enrola a curva cauda pelo chão,
Serpente octogonal em chama!

Um deserto de montanhas e areia
Emerge do mar sem demora.
Escoam as horas, oito e meia...
Não consigo levantar-me, por agora!

Sacode a tempestade o quarto inteiro,
Relampeja, ribomba o trovão.
Alguém bate à porta e, primeiro,
Entra o gato a miar, de repelão.

Abre-se a persiana fechada.
Lá fora, um dia quente de verão.
- Então (grita a Mãe) não fazes nada?
Arranca-me do mar, num furacão!

Reviro-me do temporal, dou à costa...
Em terra firme, seca e já de pé
Visto-me à pressa, como a tosta
Que de banho não preciso, é ou não é?

Corro p’ó trabalho, empurro o metro,
Chego a más horas, quase a afogar.
Retorna o dragão verde e preto,
O anjo acolchoado vem espreitar...

Recomeça o onírico pesadelo:
Um polvo estica o azul da parede,
Nadam peixes nas ondas do cabelo,
Um pescador ao fundo mostra a rede.

Navega repetida a caravela,
Aquela que afundou no outro mar...
Sem medo, subo a âncora e vou nela,
Desta vez, para nunca mais voltar!

F.C.

NO AUGE DA CRISE

Por A. Galopim de Carvalho Julgo ser evidente que Portugal atravessa uma deplorável crise, não do foro económico, financeiro ou social, mas...