Este ano celebra-se internacionalmente a luz. O estudo da
luz desvenda-nos a natureza do Universo, a história da evolução do Cosmos. E
neste ano, a editora Gradiva, a quem um dia o Professor José Mariano Gago
apelidou de “Universidade Gradiva”, não podia deixar de nos proporcionar um
livro sobre a luz.
Trata-se do mais recente volume, número 211, da prestigiada
colecção “Ciência Aberta”, com o título “Uma Biografia da Luz – Ou a TristeHistória do Fotão Cansado”. O seu autor é o físico José Tito Mendonça,
professor catedrático reformado do Instituto Superior Técnico (IST), mas que
mantém actividade científica à frente do laboratório de átomos frios e plasmas
quânticos do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do IST.
A “Ciência Aberta” acolhe assim mais um autor português na sua
galeria de excelentes divulgadores de ciência, e este livro enriquece o
panorama da divulgação de ciência em língua portuguesa.
Esta biografia da luz foi lançada no passado dia 28 de
Abril, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
O livro apresenta, numa linguagem acessível e cativante, o
essencial sobre a natureza e as propriedades da luz. Mas o autor também incluiu
diversas passagens em que nos diz a sua opinião sobre a ciência e a vida, onde
narra alguns episódios da sua actividade enquanto cientista. Como o próprio
autor escreve na “Nota Prévia” com que abre o livro, “esta biografia da luz é
polvilhada de fragmentos autobiográficos”. E este aspecto engradece o livro ao
apresentar ao leitor vivências de como a ciência se faz, mas também a relação
entre ciência e arte, numa manifestação multifacetada da luz na cultura humana.
E de facto a luz é um tema transversal aos diversos territórios em que cresce o
conhecimento humano.
As 267 páginas deste livro compreendem nove capítulos, a
desvendar: 1 – Intróito, o pescador irrequieto; 2 – Dualidade; 3 – Ausências; 4
– Os fotões e a cor; 5 – Os lasers e eu; 6 – O quarto elemento; 7 – Estrelas, e
mais além; 8 – Chuva cósmica; 9 – Conclusão, onde se fala sobre compreender a
ciência e esta na terra dos sonhos.
José Tito Mendonça escreveu a pensar no leitor comum. Num
convite à acessibilidade, não usou fórmulas e evitou fazer referências a
trabalhos especializados menos conhecidos do grande público. É assim um livro
para todos, que ilumina quem o ler. Neste ano Internacional da Luz, este é um
livro a não perder.
António Piedade
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