terça-feira, 26 de maio de 2015

"É claro que há muitos estudos que ainda precisam ser feitos"

"Todos estão interessados em saber como as tecnologias digitais, especialmente a internet, afetam o cérebro. A primeira coisa a saber é que viver afeta o cérebro. O cérebro muda a todo instante de nossas vidas. Tudo que é feito durante o dia vai afetar o cérebro. A razão disso é que o cérebro humano se desenvolveu para se adaptar ao ambiente, não importando qual fosse esse ambiente (...) 
Há várias perguntas diferentes a serem respondidas. Eu acho que há três grupos abrangentes. O primeiro é o impacto das redes sociais na identidade e nos relacionamentos. O segundo é o impacto dos videogames na atenção, agressividade e dependência. E o terceiro é sobre o impacto dos programas de busca no modo como diferenciamos informação de conhecimento, como aprendemos de verdade. 
É claro que há muitos estudos que ainda precisam ser feitos, mas certamente há cada vez mais evidências sobre aspectos positivos e negativos (...) é importante começar a fazer pesquisa básica porque, até agora, está claro que coisas boas e coisas ruins estão acontecendo de um modo que não haviam acontecido em gerações passadas.    
Os extractos acima reproduzidos são retirados de uma entrevista feita em 2012 a Susan Greenfield, neurologista que se especializou em fisiologia cerebral. Apesar de já não ser recente, vale a pena lê-la (aqui) pela ponderação que nela transparece acerca do uso das tecnologias da informação e da comunicação na escola. Numa altura em que esse uso é imposto em múltiplos países com a promessa de aprendizagem e motivação garantidas, a prudência científica tende a ser esquecida.

1 comentário:

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Sim. Este assunto à uns e tema à outros segundo importância o estudo.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...