terça-feira, 5 de maio de 2015

CONDENADOS A CASAR


O PSD e CDS tardaram um pouco mas, amigados como estão há tanto tempo, anunciaram casamento para as próximas eleições. Em boa verdade não tinham outra solução que fizesse sentido. Estavam e estão juntos e têm de ser julgados juntos pela sua acção conjunta (por exemplo, a política desastrada no sector da ciência e da educação não é apenas do PSD , é também do CDS, como mostra o facto de Passos Coelho e Pires de Lima terem convergidos nas críticas aos investigadores nacionais e como mostra o facto de Nuno Crato e João Casanova de Almeida terem maltratado os professores em uníssono). Para o PSD será um bom negócio, porque ao misturar os seus votos com os de outros disfarça a sua evidente perda de cotação. Para o CDS será também um bom negócio, pois é como sempre foi um pequeno partido: depois de o seu líder ter pronunciado a palavra "irrevogável", vale também hoje menos, neste caso muito menos, do que ontem, não lhe convindo medir forças sozinho. Para os dois seria mau apresentarem-se separados, pois a campanha eleitoral não deixaria de ser uma sucessão de "passa-culpas" com um a transferir para o outro algumas das medidas mais odiosas ou mais absurdas que em conjunto tomaram. Para a oposição, esta união dos partidos do governo traz algumas vantagens, apesar de poder haver por parte da coligação governamental o ganho de um ou outro deputado pelo método de Hondt. A principal vantagem é que a disputa se torna agora mais clara: ou os mesmos, para mais do mesmo, ou outros, para eventualmente outra coisa.

1 comentário:

Rui Baptista disse...

E viverão felizes para sempre?!

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