O PÚBLICO compilou esta semana um dossier especial sobre a crise na ciência, republicando mais de 100 peças jornalísticas com data de 2014. Aqui fica a nota introdutória, da autoria da jornalista Teresa Firmino, a este dossier.
A crise na ciência portuguesa tornou-se visível no início de 2014, com cortes drásticos nas bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento pagas com dinheiro público, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Foi a gota de água. De repente, o mal-estar que se ia vivendo no sistema científico português sem grande expressão pública até aí saltava para o espaço mediático. Tornou-se evidente que muitos cientistas estão desempregados ou a trabalhar em condições precárias, que os mais qualificados estão a sair do país ou que tem diminuído o dinheiro investido na ciência nos últimos anos, como revela a percentagem do Produto Interno Bruto gasta nesta área, invertendo a aposta do país das últimas décadas.
As vozes, quase todas críticas, surgiram então de todos os lados. Os bolseiros manifestaram-se na rua. Os partidos da oposição forçaram o ministro da Educação e Ciência (Nuno Crto), a secretária de Estado da Ciência (Leonor Parreira) e o presidente da FCT (Miguel Seabra) a irem à Assembleia da República prestar esclarecimentos. Os laboratórios associados, uma rede de 26 laboratórios espalhados pelo país, e outras plataformas de cientistas emitiram comunicados. E houve muitas opiniões sobre o que foi considerado um desinvestimento na ciência e uma mudança sem debate do Governo com a comunidade científica.
O PÚBLICO foi acompanhando esta polémica, em muitos artigos noticiosos e artigos de opinião que iam chegando, incluindo de cientistas de renome. Este dossier reúne muito do que fomos publicando, quer na edição em papel quer na edição online, sobre a ciência em crise.
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