Na rádio, televisão e internet, bombardeiam-nos todos os dias com as bolsas de valores que sobem e descem, mas há uma coisa que sobe todos os dias em cerca de três mil unidades e que não costuma ser notícia: o número de substâncias químicas conhecidas. Dos mais de oitenta e quatro milhões de substâncias actualmente conhecidas, muitas são as que moldam o nosso mundo de forma quase invisível. E muitas outras poderão, talvez, melhorar a nossa qualidade de vida e ajudar a enfrentar as crises que as leis da Finança, improdutiva em termos de substância, nos impõem. E tudo isso poderá, talvez, ser encontrado, de forma directa ou indirecta, na literatura e livros fundamentais da história da humanidade.
Assim, vamos procurar perceber o que é que a narrativa do Livro de Tobias da Bíblia tem que ver com a química. E o que é que a planta que Hermes dá a Ulisses, para este não ser afectado pelas drogas de Circe, tem que ver com a doença de Alzheimer. Vamos procurar a química na Odisseia, em Os Lusíadas, em A Selva de Ferreira de Casto, no conto O Leproso de Miguel Torga, em O Ano da Morte de Ricardo Reis de José Saramago, e em vários outras obras, procurando estabelecer as redes temporais e temáticas que evidenciam as mudanças que a química trouxe ao nosso mundo.
A palestra, Química e Literatura: uma rede que se estende no tempo, vai ser realizada no Anfiteatro do Departamento de Química (no primeiro piso, ao fundo do corredor do lado direito) pelas 15 horas.
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