“Talvez convenha perceber duas coisas sobre corrupção. Primeira, onde há poder há corrupção. E onde há pobreza há mais corrupção. Destes dois truísmos resulta necessariamente que quanto maior é o poder ou a pobreza maior é a corrupção” – Vasco Pulido Valente.
Em plena e azeda campanha eleitoral, em que o “soberaníssimo bom senso”, evocado por Antero, anda tão arredado, há acusações de corrupção que podem vir a afectar a dignidade dos políticos e da própria nação, fazendo perder a fé na Democracia porque, para Aldous Huxley, “nos estados autocraticamente organizados, o espólio do governo é compartilhado entre poucos. Nos estados democráticos há muito mais pretendentes, que só podem ser satisfeitos com uma quantidade muito maior de espólio que seria necessário para satisfazer os poucos aristocratas; a experiência demonstrou que o governo democrático é geralmente muito mais dispendioso do que o governo por poucos". Por outro lado, dá que pensar aos amantes da liberdade que, segundo Edmund Burke, “no meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito”.
“Et pour cause”, pela sua actualidade, sem querer, de forma alguma, generalizar o que deve ser particularizado para não ferir, com infundadas suspeitas, a honra de simples cidadãos, transcrevo um meu artigo de opinião, publicado no Público (26/09/2005), intitulado “Portugal e a corrupção”, em que escrevi:
“Era um vez um pequeno país, na feliz imagem de Afonso Lopes Vieira, “onde a terra acaba e o mar começa”, obrigado, pelo interesse e cobiça da União Soviética, da China Popular e do próprio Estados Unidos, então sob a presidência de J. F. Kennedy, para que Angola e Moçambique deixassem de ser territórios sob administração portuguesa, passando Portugal a “viver orgulhosamente só”. Como se viu posteriormente, os verdadeiros motivos dessas grandes potências mundiais tinha por finalidade uma nova e mais impiedosa forma de colonialismo – o neocolonialismo económico. Tudo isto obedeceu a fortes pressões que se faziam impor nos areópagos internacionais, sob o manto hipócrita de nobres intenções humanitárias, que confinariam Portugal a meras fronteiras europeias, assistindo-se, hoje, apesar da torrente caudalosa dos fundos comunitários (até quando?), a este triste panorama: o salário mínimo nacional é inferior ao da Grécia; os ordenados em Espanha são maiores e o custo de vida menor; os automóveis são 15% mais caros do que a média europeia; a bolsa dos portugueses é onerada com impostos mais elevados que os da grande maioria dos paises europeus; e, “last but not least”, alguns países do Leste Europeu começam a aproximar-se – ou mesmo a superiorizarem-se – ao seu desenvolvimento cada vez menor.
Não fossem os relatórios, nada abonatórios para o nosso país, que nos chegam em catadupa do estrangeiro, e são publicados nos media (bendita liberdade de imprensa!), quase poderíamos ser levados a pensar que o bem-estar da Pátria e a felicidade dos portugueses residem, tão-só, em encontrar respostas para perguntas que lhe angustiam a alma, como estas: Será que a condição de octogenário de Mário Soares deve ser ou não impeditiva da sua corrida ao Palácio da Ajuda? Ou, mais prosaicamente, qual o clube da Superliga de Futebol se sagrará campeão nacional da época 2005/2006?
Numa nada “ditosa Pátria”, com uma tantas personagens com responsabilidade políticas que, em momentos de grave crise nacional, se preocupam com questões de “lana caprina” ocupando os tempos de ócio, sob o derradeiro sol de Agosto, com intrigas de soalheiro e desavenças de comadres, a opinião pública foi, de supetão, sacudida pelo artigo de Daniel Kaufmann que relata, na edição de Setembro deste ano da revista “Finance & Development”, editada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que “Portugal podia estar ao nível da Finlândia se melhorasse a sua posição no “ranking “ de controlo da corrupção”.
Em fim de férias, que normalmente provocam um certo estado depressivo nas pessoas, grande “maldade” a deste articulista na escolha da altura para a denúncia de um “statu quo” em que Portugal deixou de estar “orgulhosamente só” para passar a estar vergonhosamente acompanhado pela corrupção, como que a modos, como diria Pessoa, de um 'cadáver adiado que procria'” .
Numa altura em que a salvação da nossa economia, mercê das asneiras que têm sido feitas e se continuam a fazer com sucessivos Programas de Estabilidade e Crescimento, em que as tentativas de cura se prenunciam como simples e cada vez mais dolorosas panaceias, é encarada, como salvação, “in extremis”, a possível vinda do FMI que poderá fazer recair, como até aqui, sobre os justos as asneiras dos pecadores de um (des)governo que conduziu Portugal à triste e penosa situação actual em que se não divisa a luz ao fundo do túnel. Por mais bruxuleante que seja!
23 comentários:
“Cada vez mais penso que Portugal não precisa de ser salvo, porque estará sempre perdido como merece. Nós é que precisamos que nos salvem dele”.
Este senhor Jorge de Sena tinha o hábito de dizer alguns disparates e este é um deles. Portugal é o que os portugueses fizerem dele.
“Talvez convenha perceber duas coisas sobre corrupção. Primeira, onde há poder há corrupção. E onde há pobreza há mais corrupção."
Há aqui um erro de alguém que, pelos vistos, nunca deve ter lido uma virgula sobre o assunto. Os estudos apontam para uma versão diferente desta frase: Não é onde há mais pobreza que há mais corrupção - é onde há mais desigualdades. A correlação é simples e clara e ajuda-nos a compreender a corrupção que temos. Também somos um dos países mais desiguais da Europa, isto abre o caminho a toda a cunha, a todo o amiguismo e compadrio.
O verdadeiro óbito da sociedade portuguesa, que muitos aqui, por se encontrarem, espera-se que bem, integrados na mais ou menos colegial chucha nacional, é esta persistente, pervasiva, inter-geracional sensação, de que se estaria, que se está, melhor noutra parte do mundo. Penosa e até inconsistentemente, dado que ele vivia na então verdadeiramente paradisíaca e californiana Santa Bárbara (que conheci bem)mas sentia falta de algo no seu Portugal, Jorge de Sena, na citação acima recitada, numa penada disse tudo. O que o nosso Sr. Américo lá em cima diz que não gosta. Pois é Américo. Mas, cumprindo a profecia, se eu tivesse um filho português, dizia-lhe "estuda bem meu filho. Tira um bom curso, um daqueles que dê em qualquer lado. E a seguir emigra - e não olhes nunca para trás". Pode ser que este seja apenas o síndrome de "a relva do meu vizinho é mais verde que a minha". Só que, por comprovada experiência, sei que é. A côr da relva, em Portugal, praticamente há quase 600 anos seguidos que é verde só para uma oligarquia, a que manda no momento e que usa a lei, manipula a riqueza, controla o Estado, para cumprir os seus propósitos, nisto suportada por um exército lambuzante de pequenos funcionários públicos, artistas do inconsequente e cantineiros anónimos, que vão sobrevivendo do biscate, do favor, da cunha, do desenrasque e do subterfúgio. E o óleo que faz esta gigantesca roda girar, oh sempre tão lentamente, é a corrupção, de que a moral é para mim de longe muito mais óbvia do que a meramente monetária. Na eleição que se avizinha, a indigência revelada quanto a uma visão de um futuro viável para Portugal prenuncia que, mais importante e preocupante que os portugueses que nela vão votar, vai ser assistir aos portugueses que, em parte por causa dela, irão votar - com os pés. Neste aspecto, a lucidez comunicada no texto do Dr. Rui Baptista é, mais do que assombrosa, advertida.
Caro Américo: Dando de barato um certo exagero subjacente ao paroxistíco pessimismo de Jorge de Sena (aliás, comungado por grandes vultos da Cultura portuguesa do passado e do presente), sem dúvida, que a acção de uma certa classe política fez de Portugal, em que os escândalos de corrupção se sucedem em catadupa sob o manto diáfano de uma certa e resignada complacência pública, não justifica um clima de optimismo. Bem pelo contrário!
De resto, Jorge de Sena teve a coragem de lutar, com amargos de vida de um exílio nada dourado, por um ideal numa luta de pessoas da Literatura que o acompanharam no seu desânimo: “A nossa vida é cada vez mais ‘engagée’ na luta que você sabe mas a oposição está cheia de aventureiros que sujam e confundem tudo. Está também cheia de tontos”( Carta de Sophia de Mello Breyner a Jorge de Sena, “ Correspondência Sophia de Mello Breyner,/Jorge de Sena”,S/D [fins de Maio de 1962], “Guerra e Paz”, Editores S.A., 2006, p. 37).
São muito destes “tontos” que nos governam fazendo da política uma rendosa e permanente fonte de receita arruinando o país em nome de uma desastrosa governação, segundo se fartam de apregoar, ao serviço da grei...
Prezado Tiago Santos: Como calculará não tenho procuração, muito menos o arrojo de pretender vir em defesa de um vulto da Cultura Portuguesa, não poucas vezes, havido, a exemplo de Jorge de Sena, como um crítico em que o optimismo não pousa, por norma, na frondosa árvore dos seus textos que enriquecem os fins de semana de um jornal de referência como o “Público”.
Este facto não invalida que, também eu, me debruce sobre o conceito crítico de Vasco Pulido Valente. Julgo que todos nós estamos de acordo que “onde há poder há corrupção”, e, outrossim, neste conceito - qual verdade à Monsieur de La Palice merecedora dos seus soldados a jocosa canção: “M. de la Palisse est mort, Mort devantPavie/ Un quart d'heure avant sa mort/ Il était encore en vie ! “ - onde há corrupção há corruptos. Isto para já não falar da famosa frase em prosa da socialite Lili Caneças (que cito de memória penitenciando-me, porventura, de uma reprodução não literal): “Para estar vivo é preciso não estar morto!”
Não sou tão draconiano como o Tiago quando escreve (reportando-se ao texto de Vasco Pulido Valente, em epígrafe no meu post, que me limitei a transcrever): “Há aqui um erro de quem, pelos vistos, não deve ter lido uma vírgula sobre o assunto”. E argumenta o Tiago com uma contradição: “Não é onde há mais pobreza que há mais corrupção – é onde há mais desigualdades”. Essa desigualdade de causa e efeito, trazida pela corrupção, ou simples desbaratamento dos dinheiros públicos, não gera um fosso cada vez maior entre pobres e ricos? Os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos numa sociedade socialista que defende (ou devia defender em nome de um ideal que preconiza, mas não cumpre) a distribuição da riqueza?
Valha-nos isso! Num ponto não podíamos estar mais de acordo quando escreve: “Também somos um dos países mais desiguais da Europa, isto abre o caminho a toda a cunha, a todo o amiguismo e compadrio”. Não apenas na concordância, na discordância também, agradeço o seu comentário, meu caro Tiago que pode ter ajudado a clarificar certos pontos de vista.
A questão é que, ainda que a desigualdade e a pobreza possam andar bastante de braço dado, a nossa atitude para com a corrupção, pelo menos, muda completamente se pensarmos ao nível de desigualdade e não de pobreza.
Por exemplo, a forma como diz VPV, e que me levou a ser um bocado rude com o meu comentário, leva a crer, por aquilo que não diz, que são os pobres os corruptos. Se pensarmos ao nível das desigualdades chegamos a outra conclusão. Uma sociedade desigual sente a corrupção como transversal a si própria. E é entre pobres e ricos. Ricos que querem permanecer ricos e pobres que querem ascender a todo o custo.
Por isso eu acho que a frase de VPV induz em erro e vira-nos para o lado errado daquilo que queremos combater. Por exemplo, esperando que a caridade, que pode ajudar a colmatar a pobreza, resolva qualquer coisa da corrupção. E quanto a mim, não resolve...
Ah...esqueci-me de uma coisa.
O meu muito obrigado pela resposta ao meu comentário.
Cumprimentos
Tiago Santos
Sofia e Sena: que dois! JCN
Que despeitadamente tenebroso era o engenheirinho... que ensinava literatura portuguesa no país do "sonho americano", onde por essa altura havia um catalão que, ensinando a sua língua, a fazia passar por brasileiro com vista aos turistas americanos interessados em visitar o país do cruzeiro do sul! Coisas do arco da velha! Um dia conto. JCN
Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!
-Agora não, que é hora do almoço...
-Agora não, que é hora do jantar...
-Agora não, que eu acho que não posso...
-Amanhã vou trabalhar...
Agora sim, temos a força toda!
Agora sim, há fé neste querer!
Agora sim, só vejo gente boa!
Vamos em frente e havemos de vencer!
-Agora não, que me dói a barriga...
-Agora não, dizem que vai chover...
-Agora não, que joga o Benfica...
e eu tenho mais que fazer...
Agora sim, cantamos com vontade!
Agora sim, eu sinto a união!
Agora sim, já ouço a liberdade!
Vamos em frente, e é esta a direcção!
-Agora não, que falta um impresso...
-Agora não, que o meu pai não quer...
-Agora não, que há engarrafamentos...
-Vão sem mim, que eu vou lá ter...
Deolinda, Movimento Perpétuo Associativo
Caro Tiago Santos: Como "ultima ratio", peço-lhe que analise a imagem do meu post, alusiva ao fenómeno da corrupção, que coloca, lado a lado, simbolicamente, o nababo rico do charuto (cubano?),protótipo do indivíduo que enriqueceu ilicitamente, e o pobre, vestido quase andrajosamente. Ou seja, um, o primeiro, devorou parte substancial da carne da riqueza do país deixando para o outro os ossos!
Pelo andar da carruagem, para a classe média, aquela que paga religiosamente os impostos,nem sempre como dever de cidadania mas porque a isso é obrigada, avizinham-se dias de grande sacrifício que a aproximam dos pobres de um país pobre. E ainda a procissão vai no adro!
Como "ultima ratio", julgo ser essa a alegoria a tirar da frase de VPV quando escreve: "Onde há pobreza há mais corrupção".
Agradeço-lhe os cumprimentos enviados que retribuo com simpatia.
Meu Caro António: O seu suculento e bem documentado comentário diz tudo. Aconselha-me ele, portanto, que eu seja breve na minha resposta. Acrescento apenas que o que se passa em Portugal, no que tange à política do compadrio – tão bem representada pelos “boys” e “girls” das diversas juventudes partidárias – reproduz a papel químico os costumes (os maus costumes) e os usos (os maus usos) do século XIX da sociedade portuguesa, dos políticos e das instituições de uma época magistralmente descrita e criticada em “As Farpas”, pela pena mordaz de Eça e a prosa contundente e pujante de Ramalho, por si próprio descrito como um “Hércules de Feira”.
Os tempos eram outros, a coragem outra também e os homens que criticavam a situação vigente não tinham permanentemente sobre a sua cabeça a espada de Dâmocles dos que recorrem, por vezes, por aquela palha, a tribunais, habitualmente, para o usufruto de chorudas indemnizações e acessoriamente em defesa de uma “honra” ferida que se discute na praça pública das barras dos tribunais sem o recurso bastante ao esclarecimento de ataques, porventura, sem fundamento.
Mal vai uma geração de homens que não se bastam, em primeira instância, no sagrado direito ao contraditório não entupindo a Justiça, não poucas vezes, com questões de “lana caprina”.
Amistosos cumprimentos,
Caro Rui Baptista,
Cá por casa vai-se treinando o melhor que se pode a prole no sentido de se preparar para emigrar assim que chegue o momento de entrar na faculdade. Este país é bom apenas e só para a oligarquia.
Incompetência e Corrupção
E todos os chefes de estado, incompetentes ao léu, barris de lixo virados p’ra baixo à porta da Insuficiência da Época!
Tirem isso tudo da minha frente!
Arranjem feixes de palha e ponham-nos a fingir gente que seja outra!
Tudo daqui para fora! Tudo daqui para fora!
Ultimatum a eles todos, e a todos os outros que sejam como eles todos!
Se não querem sair, fiquem e lavem-se!
Álvaro de Campos
in “Ultimatum”,
Prosa Publicada em Vida, p. 280)
Já decidi em qual dos cinco concorrentes à Presidência da República vou votar, porque ele:
"Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso."
Esse, exactamente, Manuel de Arriaga, que foi o primeiro Presidente da República.
Caro João: Já somos dois (agora somos dois, amanhã milhares, depois de amanhã milhões!) a votar em Manuel de Arriaga. Mais vale votar num cadidato honrado morto...
Um abraço,
Caro João Boaventura,
Li com curiosidade o seu post até pensei que se estava a referir a Oliveira Salazar. E então depois de ler que o dito senhor não precisava de conselhos...
Se em vez de Belém estivesse lá S. Bento e em vez de conselheiros estivesse eleitores, a coisa até se podia dar a confusões...
Reflecti um pouco e acabei por concluir que aquelas qualidades até poderão ser necessárias nos tempos que correm, mas não serão seguramente suficientes...
Cordialmente
Caros João Boaventura e Rui Baptista:
Aos vossos, junto o meu voto.
Com amizade.
Meu Caro Fartinho da Silva: Como denunciou Alexandre Herculano, "há épocas de tal corrupção que, durante elas, talvez só o excesso de fanatismo pessoal possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rigidamente temperadas".
Desta forma, vozes fanáticas (bem-vindo fanatismo!) e nunca desmotivadas, como a sua, dão-nos a garantia do cumprimento do provérbio, “não há bem que sempre dure nem mal que sempre se ature”!
Já chega, portanto de aturar tanto mal. Haja a esperança que a sua prole e os meus netos herdem um país mais sério e solidário. Caso contrário, a emigração é uma possível solução.
Antes de 25 de Abril era ela tida como um opróbrio para o país e seus mandantes. Hoje, com enormes contingentes de portugueses a buscarem o sustento no estrangeiro, tornou-se numa espécie de el-dorado para os cofres depauperados do Estado. Ou seja, a mesma causa nem sempre dá o mesmo efeito.“Ó tempore! Ó mores!”
Caro Rui Baptista:
Disse "candidato honrado" quando queria dizer "candidato poupadinho"?
Manuel de Arriaga tem necessidade de um carro para deslocações oficiais e faz questão de o pagar do seu próprio bolso? Não creio que isso faça dele um homem honrado, antes evidencia que era um homem rico. E então prescindir do Conselho de Estado para poupar dinheiro...
Se insistirmos em que os detentores de cargos públicos devem trabalhar (quase) de graça tem um efeito imediato: a política passa (definitivamente) a ser só para ricos ou para corruptos e dá razão àqueles que, por essa óptica, sempre afirmam que a democracia sai mais cara que a ditadura.
Cordialmente.
Caro Américo,
Essa conversa é muito gira se não compararmos os custos da nossa "democracia" com a monarquia de Espanha, ou o salário do nosso PM com o salário do PM espanhol, ou o salário do governador de Banco de Portugal com o salário do Governador do Banco de Espanha ou até com o Governador do FED americano.
Já agora sabe que na Suíça existe um valor máximo para a reforma? E conhece o valor? 1700 euros... Em Portugal é o que se sabe... os reformados recebem muito mais do que aqueles que lhes pagam a reforma... Mas parece que Portugal é um país muito mais rico que Espanha, EUA e Suíça... desde que haja alguém disponível para nos emprestar dinheiro...
Caro Rui Baptista,
Não me interprete mal. Portugal está para a Europa como o interior para o litoral. Antigamente migrava-se do interior para o litoral, hoje migra-se de Lisboa e do Porto para Madrid, Barcelona, Bruxelas, Londres, Lyon, Berlim , Munique, etc.. Isto é algo perfeitamente natural. As cidades competem umas com as outras, assim como as empresas e as regiões (os antigos países).
Quando aderimos à zona euro deveríamos saber isto.
Assim, devemos preparar os nossos filhos para este mundo novo.
Caro Fartinho da Silva: Como poderia eu interpretar mal um Colega que sempre assumiu as suas opiniões com a frontalidade que lhe reconheço, não ficando na sombra cómoda do silêncio, como tantos outros, a ver em que param as modas, para vir a formular não opiniões próprias, mas a dos outros?
Permita-me que associe ao seu nome, pela regularidade e pertinência dos comentários aos meus post's, o nome de outro Colega, José Batista da Ascenção.
Não se infira daqui, de forma alguma, qualquer espécie de desprimor para com aqueles que discordam das minhas ideias ou meras oiniões. Nada disso.
Segundo Herculano, "das definições possíveis do homem, uma só é verdadeira: o homem é o animal que disputa"!
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