“É assustador ver que na França do século XXI
um professor pode ser decapitado na rua por fazer o seu trabalho”
Professor sindicalista (aqui).
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Samuel Paty é o nome do professor que foi ontem assassinado na rua, numa localidade perto de Paris. Não havia ainda chegado aos cinquenta anos. Ensinava História e Geografia e, ainda, Educação Moral e Cívica (EMC). Terá sido neste último contexto que preparou com os seus alunos do equivalente ao 3.º ciclo do ensino básico português, um debate sobre Liberdade de expressão.
O valor em causa, perigoso desde as suas formas mais rudimentares, não deixou de o ser neste século XXI, no mesmo Ocidente que o inventou. No caso, terá desagradado a uma certa comunidade que fosse tratado numa escola pública, da maneira como o professor havia previsto: livremente. Iniciou-se um diálogo, por certo tenso, entre representantes da escola e elementos da comunidade. O professor, como era seu dever, manteve o que havia decidido. Terá dito: "continuarei a fazer o meu trabalho como o fiz até aqui". E pagou com a vida a defesa de um valor.
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Em França os professores estão na rua: querem demonstrar solidariedade para com o colega e manifestar a recusa da barbárie, mas também para darem a conhecer uma certa forma de violência que os atinge em constante e que nem sempre é manifesta. Em vez de serem encorajados a defender o conhecimento universal e a racionalidade, é-lhes sugerido que tratem certos temas "sensíveis" com "prudência" ou que os evitem. Em vez de serem apoiados pela escola nesse propósito, são deixados à sorte. É a própria identidade da profissão que está em causa, dizem.
“Não devemos mentir uns aos outros, há escolas onde certos assuntos são sensíveis”, declarou um professor e outro explicou que a "educação nacional escolheu fechar os olhos aos problemas e isso, como se vê, pode tornar-se mortal". Continuou, "os professores sentem-se profundamente desencantados, persegue-os um sentimento de abandono. Agora haverá uma homenagem um minuto de silencio (...) Muito bem, mas enquanto os professores não forem escutados, enquanto a sua palavra não for tida em conta pelas hierarquias, outros dramas poderão surgir."
2 comentários:
Eu digo que "é a própria identidade da profissão que está em causa". Não nos deixam ensinar, porque assim os alunos aprendem melhor (quer dizer, têm altas notas na pauta)!
JE SUIS ENSEIGNANT
Liberdade de expressão é humilhar, gozar, morder, portanto, sob o pretexto da liberdade de expressão, numa aula de educação cívica onde os muçulmanos estão dispensados por extraordinário respeito do professor e defesa da causa caricatural. Isto é identidade do quê?
"Os cartoons foram mostrados durante uma aula de educação cívica e moral, de frequência obrigatória, na qual Samuel Paty falava sobre liberdade de expressão, mas, ainda assim, teve o cuidado de permitir que estudantes muçulmanos abandonassem temporariamente a sala.
"“Era para que os alunos não se chocassem. O professor não quis faltar ao respeito”, relatou o pai muçulmano de um dos alunos da turma.""
O que estarei a ver aqui? Na pauta dos muçulmanos, nesta aula, que nota? Uma nota alta por terem saído ou por terem ficado? Pena que o professor não esteja cá para decidir.
Claro que o pai merece nota alta. Compreende que o seu Maomé seja caricaturado academicamente, por mentes superiores, e os filhos gozados por causa dessa premente necessidade de insultar os outros a rir, ou convidados a sair...
Tudo é inacreditável! Ação/Reação.
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