Carlos Fiolhais deixou a ligação para um importantíssimo artigo de opinião assinado pelo director do Museu de História Natural de Londres, publicado ontem no jornal The Guardian.
Aí esse director dá conta de mais uma tentativa, esta recente, por parte de dois países para afastar dos currículos escolares Charles Darwin e a sua teoria da evolução.
No final pergunta: como devemos encarar tentativas deste tipo? E responde: continuando a ensinar a teoria nas escolas. Mas não só: afirma que museus como o seu têm uma especial responsabilidade de manter o conhecimento vivo, fazendo-o chegar, de diversos modos, às pessoas.
O currículo, que confere expressão aos sistemas educativos, sempre foi e há-de continuar a ser visado pelos poderes políticos, económicos e outros que queiram fazer valer os seus intentos. É dever de quem percebe isso dizê-lo e procurar evitá-lo. E ainda mais se tiver funções educativas na escola ou fora dela.
Talvez este artigo não mude, para já, a rumo do currículo nesses dois países mas é um sinal positivo de que alguém está atento e não está disposto a abdicar dos princípios da ciência e do debate racional.
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2 comentários:
Talvez a não apresentação de esquemas ultra-simplistas, que grosso modo levam à conclusão de que "descendemos dos macacos", nos Manuais Escolares.
Um Esquema Evolutivo minimamente detalhado Proto-Primatas => Australopitecos => Homo Sapiens, com as variações paralelas indicadas e fragilidades/lacunas existentes à data, parece-me útil, bem como da configuração das linhas costeiras e continentes coeva com cada passo da Evolução.
E explicar que as ideias religiosas e filosóficas de cada um, legitimas e respeitáveis, ficam à porta da Escola, pelo menos da Pública.
Sempre numa linha de diálogo em que cada argumentação contra a Teoria da Evolução seja rebatido, ad nausium se necessário, por factos e descobertas devidamente comprovados, e nunca com "o mestre(?) disse".
Caro leitor
Na verdade, a Lei de Bases do Sistema Educativo, na continuidade do previsto na Constituição da República para a educação, destaca a neutralidade da escola pública quanto à religião. Mas, de facto, há desvios.
Cordialmente,
MHDamião
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