segunda-feira, 29 de outubro de 2018
O Padre Manuel Antunes e a ciência
Resumo da minha intervenção no Congresso sobre o Padre Manuel Antunes que se avizinha:
Os Jesuítas sempre tiveram uma relação especial com a ciência. O Jesuíta Manuel Antunes foi um grande homem de cultura do século XX português, que acompanhou com inteligência a evolução civilizacional que se deu no seu tempo, em boa parte devida à aceleração da ciência e tecnologia, um processo que, ontem como hoje, foi e é motivo de reflexão filosófica. A partir da Obra Completa do Padre Manuel Antunes, publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian, analisa-se o olhar de Manuel Antunes sobre a ciência e as suas implicações nas nossas vidas. Uma súmula do seu pensamento sobre a ciência encontra-se no texto “Ciência e cultura hoje”, que foi republicado no tomo II daquela colectânea (Educação e Sociedade): “Na verdade, embora a ciência não seja ainda, de facto, nem deva ser de direito, a esperança única do homem, contudo o espírito que ela promove – espírito de exactidão e de rigor, espírito de justiça e de verdade para com os elementos do real, espírito de descoberta, de inovação e de libertação da rotina – esse espírito é bom, em princípio”. O Padre Manuel Antunes, que sabia como poucos que o espírito da ciência remonta à Grécia Antiga, alimentava a esperança na ciência e reconhecia nela uma fonte de progresso. Escreveu no texto “Progresso”, republicado no tomo I (Theoria: Cultura e Civilização), volume IV (História da Cultura): “A Humanidade, ‘como um só homem’ aprende e acumula. Acumula instrumentos, ciência e experiência”.
PALAVRAS-CHAVES: PADRE MANUEL ANTUNES, CIÊNCIA, TECNOLOGIA, PROGRESSO, CIVILIZAÇÃO.
Carlos Fiolhais (Lisboa, 1956) é professor catedrático de Física na Universidade de Coimbra, ensaísta e comunicador de ciência. As suas áreas de trabalho têm sido a física teórica da matéria condensada e a história e o ensino das ciências. Entre os seus livros contam-se Física Divertida (1991); Pipocas com Telemóvel (2012); A Ciência e os Seus Inimigos (2017) (os dois últimos com David Marçal) e Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa (2017-) (coordenação com José Eduardo Franco). Foi dircetor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e responsável pelo programa de Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Foi comissário nacional de 2015 – Ano Internacional da Luz. Dirige a colecção “Ciência aberta” da Gradiva e o Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. É cronista do Público e de As Artes entre as Letras. Entre os seus vários prémios e distinções contam-se o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência da SIC (2005), a Ordem do Infante D. Henrique (2005), o Grande Prémio Ciência Viva (2017) e o Prémio José Mariano Gago da Sociedade Portuguesa de Au
tores (2018).
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