quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Comitê Olímpico Brasileiro (COB) proibe o uso da palavra "olimpíadas" para designar competições científicas.

"Ilustríssimo Senhor
 
CARLOS ARTHUR NUZMAN
 
Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
 
Senhor Presidente, 
 
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade civil, sem fins lucrativos nem cor político-partidária, que atua em defesa do avanço científico e tecnológico do Brasil e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), receberam com espanto e indignação a informação de que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) notificou extra-judicialmente a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pelo uso supostamente indevido da palavra "olimpíada", no nome da competição que organiza, a Olimpíada Nacional em História do Brasil.
 
Ninguém ignora a importância dessas competições científicas - no país já existem 18 delas - para a divulgação da ciência e o aumento do interesse dos jovens pelas atividades científicas, o que é fundamental para o desenvolvimento tecnológico de qualquer nação e o bem estar econômico e social de sua população.
 
Sem esquecer que jovens que vencem as olimpíadas nacionais depois vão participar de competições internacionais. E muitos deles têm se destacado, contribuindo para divulgar o nome do Brasil e da ciência e educação do país. É o caso, por exemplo, do jovem Matheus Camacho, de 14 anos, aluno de uma escola de São Paulo, que acaba de conquistar em Teerã, uma medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Ciências, concorrendo com estudantes de 28 países. 
 
Por isso, a proibição do uso da palavra "olimpíadas" para designar competições científicas é uma situação que se configura mais despropositada ainda, quando se sabe que a palavra é empregada mundialmente para designar competições científicas, tais como International Mathematical Olympiad, Math Olympids for Elementray and Midde Schools, The British Mathematical Olympiad Sibtrust, Science Olympiad, entre muitas outras.
 
Assim, a SBPC e a ABC não concordam com a decisão do  COB de ter a exclusividade do uso da palavra "olimpíada", pois significará um retrocesso trazendo em prejuízo a todas as tradicionais olimpíadas educacionais (matemática, ciências, língua portuguesa, química, astronomia entre outras) que se realizam no Brasil há anos.               
Sempre prontas a defender a ciência e a educação brasileira, a SBPC e a ABC subscrevem,
 
Atenciosamente,
 
Presidente da SBPC
 
Presidente da ABC"

12 comentários:

José Batista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Batista disse...

Um despropósito, que o Brasil não merece.

E que a SPBC, a ABC e A UEC, seguramente, ignorarão.

O comité olímpico português (COP) tem tido um papel pouco relevante, não sei se devido a quem tem por "comandante", e nunca ousou tal maluquice. Ora, visto por esse prisma, aquele organismo brasileiro não deve ser pior que o homólogo português, formalmente seu "parceiro". Pelo que pode ser lapso de algum funcionário mais "zeloso" e mal disposto...

O número de loucos é infinito e abrange todos os espaços, excepto alguns que ninguém consegue delimitar.
Mas a humanidade sabe isso muito bem, pelo menos desde Erasmus de Roterdão.

Anónimo disse...

Esta decisão do COB deve ser divulgada, pois irá certamente contribuir para divulgar ainda mais as diversas olimpíadas dirigidas aos estudantes. Com o seu "rigor", o COB só ajuda a divulgá-las.

Augusto Kuettner disse...

Estes brasileiros tambem estão a ficar meios aparvalhados!!!!!!!!!!!!!!

augusto kuettner disse...

Bem e agora o Brasil a ser mais do que é!!!!!!!! E depois escorrega-se e cai-se------------

Cláudia da Silva Tomazi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Batista disse...

Cara Cláudia

Por cá, tachista é (todo) aquele(a) que consegue uma ocupação proventosa com recurso a batota (cunha). Diz-se então que o "tachista" consegue um "tacho".
A designação aplica-se a grande número de políticos e aos seus protegidos, mas não só, infelizmente.
Viva (portanto...) a diversidade da "lusofonia"...
Mas, reconheça-se que o Brasil, tenha os defeitos que tiver, tem outra grandeza que Portugal não tem. E não me refiro, nem principalmente, ao tamanho.
Conheço até quem diz que "brasileiro" é "português com chocolate".
Especialmente nos tempos que correm.

Anónimo disse...

Parabén José Batista. Você já entende guarani.

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Com todo o respeito, aliás do máximo respeito ao professor José Batista que compreende, certamente do guarani e de guarânia.


joão boaventura disse...

Caro José Batista

Quando escreveu que "brasileiro" é "português com chocolate", lembrei-me logo do que o sociólogo brasileiro Gilberto Freire explicou sobre a matéria:

«A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo que com a comida: machocou-as, tirou-lhes as espinhas, os ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino branco as sílabas moles.»
In "Casa Grande & Senzala"

Cordialmente

José Batista disse...

Cara Cláudia

Tudo o que não entendo me faz uma certa pena. Mas julgo ter a sensibilidade de perceber a bondade das pessoas expressa em quaisquer que sejam as suas palavras. De resto a bondade nem precisa de palavras. E às vezes, as palavras chegam mesmo a ser supérfluas.
O que eu tenho dificuldade em compreender é a maldade, qualquer tipo de maldade, muda ou palavrosa.
Deve ser da minha imensa ignorância.

Seja como for, sinto-me grato a quem, de alguma forma, me ajuda a ser melhor.

Muito bem haja.

José Batista disse...

Meu bom João Boaventura

Bem haja pelo seu comentário. Acaba de sugerir-me mais um autor e uma obra das muitas que me fará muito bem ler. Certo de que algo de bom acrescentarei ao muito que aprendo quando leio os seus textos.

O meu abraço.

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