Acabei de assistir esta manhã, no “Programa Opinião Pública”,
da SIC, a uma entrevista ao Professor Paulo Guinote.
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Mas o que mais impressionou nesta” Opinião Pública” foi ele ter sido forçada a emudecer, como se a Educação fosse uma questão de lana caprina, para dar prioridade ao "pontapé na bola",
como foi anunciado pela respectiva responsável. Por essas e por outras é que a super estrela da Selecção das
Quinas, de seu nome Cristiano Ronaldo, se permitiu, dias atrás, tratar o presidente da República, ao que nos
dizem certas notícias, por “você”. E que essa personalidade, que se julga a si
própria pairar acima dos comuns mortais, no último Campeonato do Mundo de Futebol,
realizado na África do Sul, se voltasse para o Professor Carlos Queirós, antigo docente
universitário, ex-treinador das camadas
jovens dos nossos futebolistas,que se sagraram campeões do mundo duas vezes,
dizendo-lhe com ar agastado, responsabilizando-o
pela ausência de golos por si prometidos e não marcados (cito de memória): “Ó Carlos, isto assim não dá!”
Como escrevi, e de que transcrevo um pequeno excerto de um
meu artigo de opinião, publicado num jornal, em início de 61, “O DESPORTO COMO VALÊNCIA POSITIVA”: “Para um merecimento perfeito do fenómeno
desportivo há que, primeiro acreditar no valor moral dos desportistas, dos técnicos,
da imprensa e dos dirigentes. Enfim de todos aqueles que o servem para se
evitar o risco em se atingir a decadência do circo romano sem se ter conhecido,
sequer, o apogeu de uma educação integral helénica” (“Diário”, de Lourenço
Marques, 19/07/1961). Talvez que noutra altura transcreva outros excertos.
Apresto-me, agora, a assistir pela TV ao
jogo inicial do presente Campeonato da Europa, início de um período que fará
parar o país e servir de lenitivo para os graves problemas sociais e económicos
de uma Europa em evidente decadência e uma
União Europeia correndo o risco de voltar às fronteiras dos países que a
formam.
27 comentários:
muito sinceramente não percebo o puritanismo observado no facto do Ronaldo ter tratado o PR por "você". Também não se percebe a formalidade moral que reclama ao futebolista, quando ela falha a torto e a direito da parte dos políticos.
Caro Rolando Almeida: Como escreveu António Vieira, "quando se olha com simpatia para o rato preto até o rato preto nos parece branco; quando se olha com antipatia para o cisne branco até o cisne branco nos parece parece preto". Ou seja, com li algures, tudo depende do cristal com que se olham as coisas. Puritanismo meu? Deixemos o leitor, ilibar-me desta anátema ou acusar-me de excesso de puritanismo. Falar dos políticos amorais ou imorais, nesta altura, me parece um "fait-divers". O que não me leva, de forma alguma, a discordar de si neste particular sem generalizar. As generalizações são sempre perigosas.
Obrigado pelo seu comentário que perspectivou este caso por um outro prisma diferente do meu.
P.S.: Aproveito a ocasião para acrescentar que o Professor Carlos Queiroz foi, também, treinador de Cristiano Ronaldo no Manchester United.
Pois eu cá vejo no (nosso) "melhor do mundo" um prodígio de... falta de
educação. Menos por culpa dele, que não escolheu o berço em que nasceu, do
que de quem, nas estruturas diretivas, não está à altura de limar um
bocadinho as arestas comportamentais dos que são principescamente pagos (com
os nossos impostos, julgo) para representar o país.
Que isto de não saber dirigir umas curtas palavras ao mais alto magistrado
da nação (de quem eu, de resto, não gosto) é, infelizmente, muito
elucidativo.
Puritanismo?
Não, apenas uma questão de cortesia.
Acredito que esta é uma razão que (normalmente) contribui para não irmos
longe em coisa nenhuma.
Diz-se na minha aldeia que "até pela aragem se vê quem vai na carruagem".
Também há quem diga que os portugueses são mais para... puxar a carruagem...
dos outros. Orgulhosamente, debaixo do jugo. Livres, na subserviência.
Arrogantes, na estupidez.
Enfim.
Disse, desabridamente. Por necessidade.
Caro Rui
O provérbio já é velho:
"O que o berço dá, a tumba o leva."
Isto para dizer que tanto o homem do Palácio de Belém como o do futebol têm em comum a interiorização da linguagem de origem humilde, onde ambos a absorveram na sua juventude, incluindo o tratamento por "você", independentemente de ser uma abreviatura gasta de "vossamercê" que deu em vocemecê, e daqui o salto, pela lei do menor esforço "você".
Daqui parte-se do princípio que o homem de Belém não se amofinou pelo tratamento do "você", como o homem do futebol nunca terá pretendido ofender o outro.
É provável que a vivência diária do jogador com os brasileiros Pepe, Deco e outros, na selecção tenha avivado a sua linguagem de origem que, como é sabido, usa o "você", como todos os brasileiros usam em vez do "tu", e ajudado a entender o comportamento, cumulativamente com a origem do uso linguístico humilde do "você".
Por isso o homem de Belém terá sorrido, a lembrar-se também dessa linguagem exotérica da sua infância.
Este o meu entendimento.
Um abraço
Caro João: Concordo, em parte, contigo: "o que o berço dá a tumba o leva". E digo-te porquê. Conheço muito homem de origem humilde que se poliu comportando-se como um cavalheiro; outros, pelo contrário, que nasceram em berço de ouro, comportam-se, por vezes, como verdadeiros carroceiros. Compreendo que se possa desculpar o craque Cristiano Ronaldo pela simples razão de que se não se pode exigir às pessoas aquilo que elas não têm .
Infelizmente, o desporto (com letra minúscula) como escola de virtudes ou de "fair-play" é uma balela que encontra explicação na transcrição, de um artigo meu de 61, que faço no meu post.
Bem sei que os tempos são outros, mas, apesar de tudo, custa-me acreditar que o Eusébio, essa glória do desporto português, em situação idêntica dispensasse o tratamento de, pelo menos, senhoria devido ao Presidente da República Portuguesa.
Mas julgo que o general Humberto Delgado, se fosse vivo, não o desculparia tampouco. Conta-se que, quando chegou ao Brasil, ao ser entrevistado por um jornalista que o tratou por você o terá admoestado: “Você é estrebaria!”
Ou seja, “cada terra como o seu uso, cada roca com o seu fuso”! Ou seja, estamos em Portugal e não no Brasil. Resumindo, não foi o Professor Cavaco Silva a ter um tratamento que mesmo aplicado à sua pessoa como simples cidadão seria incorrecto. Como o adjectivar, tratando-se da mais alta figura de Estado? Por tudo isto, não julgo que eu possa ser um puritano, no sentido negativo da palavra. Mas se assim for decidido pela opinião pública, em nome do princípio democrático de respeitar a opinião da maioria, terei que aceitar o cognome de puritano! Agradeço-te o teu comentário e, principalmente, a oportunidade que me deste de melhor explicar a minha posição nesta questão de etiqueta.
Um abraço fraterno,
Na antepenúltima linha do último §, do meu comentário anterior, escrevi, sem aspas, a palavra cognome utilizada para figuras augustas. Peço ao leitor que a leia como se as aspas lá estivessem de origem.
Duas coisas que me parecem erradas: 1º tratar por "você" o Presidente é falta de educação por que razão? Sinceramente não sei. 2º Qual o sentido de considerar a educação de alguém proporcionalmente ao seu nível de riqueza? O que não falta são ricos mal educados e pobres bem educados, isto só para contrariar o que foi lá mais acima afirmado.
Caro Rui Baptista:
Neste país em que o desporto é futebol desculpa-se o «você» de CR ao PR... tal como se desculpou o seu dedo em riste no momento da sua substituição há uns anos quando o Chelsea veio à Luz... ou quando apertou o pescoço a um colega de profissão num amigável com o Brasil...
Mas como desculpamos uma criança (que até quer ser um CR) num jogo de futebol a fazer qualquer um destes gestos a um colega?
Como deesculpar o "melhor do mundo" por não ter dado um autógrafo a uma fã de 10 anos por ter uma camisola do Barça vestida?
É assim a estatura moral de quem pratica uma atividade que deveria ter valores...
Um abraço!
Caro Rolando:
Foi dito lá mais acima, por mim, que:
- Tratar por "você" o presidente da república é (apenas) falta de
cortesia [e acrescento agora que se compreende mas que fica mal mesmo
em "nababos" que submergiram em dinheiro].
- O "berço" em que se nasce é importante na educação de qualquer
pessoa [independente de ser ser rico ou pobre, acrescento também
agora; e ainda podia acrescentar que a educação de alguém é
diretamente proporcional à sua riqueza pessoal em termos de
pensamentos, sentimentos, atitudes e comportamentos].
Só isso.
A haver erro, eu vê-lo-ia na leitura pessoal de Rolando acerca do
comentário que fiz. O que nem combina com a impressão (favorável) que
tenho das questões que costuma levantar.
Olhe, mas se for por ser um fã do que se afirma "o melhor do mundo" eu
até simpatizo. Com esse facto, não com o padrão de atitudes do
"craque" (o fundamento desta minha posição está no comentário mais
abaixo de Armando Inocentes).
Com bonomia, que o caso não merece mais.
Basta dar uma olhadela em http://karatedopt.blogspot.pt/.
Grande abraço!
Agradeço o seu comentário. E agradeço penhorado por me dar a oportunidade de rescrever o que escrevi no meu comentário (09/Junho; 00:30):”Conheço muito homem de origem humilde que se poliu comportando-se como um cavalheiro; outros, pelo contrário, que nasceram em berço de ouro, comportam-se, por vezes, como verdadeiros carroceiros”.
Transcrevo agora o seu comentário (10/Junho, 11:30), no que se reporta à mesma questão: “ O que não falta são ricos mal-educados e pobres bem-educados, isto só para contrariar o que foi lá mais acima afirmado”.
Para evitar continuar neste diálogo de surdos , ponho ponto final, no que respeita, a esta argumentação do tipo “diz tu, direi eu” (para evitar más interpretações, este diz “tu” não significa que o esteja a tutear!) deixando ao leitor o cotejar destas duas transcrições para lhes encontrar diferenças de significação que suportem que “o que foi lá mais acima afirmado” [por mim] contraria o que neste seu comentário é afirmado por si.
Como escreveu Niels Bohr: “O oposto de uma afirmação correcta é uma afirmação falsa”. Assim, o oposto de uma afirmação correcta não pode ser outra opinião correcta. Ou, consequentemente, o oposto de uma afirmação falsa não pode ser outra afirmação falsa. Ora, pelo que me parece (o leitor, em posição de isenção, o dirá), ambos dissemos a mesma coisa, ainda que utilizando palavras diferentes.
Inicialmente, reincide o autor do já referenciado comentário, lançando-me a desafiante pergunta: “Tratar por ‘você, o Presidente é falta de educação por que razão?” Começo por lhe relembrar a resposta do General Humberto Delgado (embora com um certo exagero por os usos e costumes de tratamento variarem de terra para terra, ainda que entre países irmãos: “Cada roca como seu fuso, cada terra com seu uso”, na voz do povo”): “Você é estrebaria”!
Cristiano Ronaldo não asneou na gramática. Valha-nos, ao menos, isso: “Pode-se asnear nos tratamentos; mas na gramática lavra mais fino”, escreveu-o Camilo. O ideal seria, portanto, que ele não asneasse no tratamento devido ao mais elevado magistrado da Nação.
Mas discutir estas questões nos dias de hoje, em que o respeitinho deixou de ser uma coisa muito séria, concedo, muito a contragosto, que possa parecer como coisa ultrapassada ou mesmo com cheiro a mofo. E, desta forma, obrigando-me, para não passar por bota-de-elástico, a deixar passar em branco questões protocolares oficiais, ou de mera convivência no dia-a-dia dos cidadãos; obrigando-me a não respeitar os mais velhos; obrigando-me a não ter em conta parâmetros de uma sociedade que nos deve dar garantias de que a escola não é apenas um local de instrução mas, igualmente, de Educação; ™e, finalmente, obrigando-me a aceitar, como coisa boa, o facto do Desporto ter deixado de ser uma escola de virtudes. Esta a questão!
Caro Armando Inocentes:
Que dizer mais?
Embora estejamos longe dos tempos de monarquia do Padre António Vieira - em que, segundo ele, “chorarão os nobres vendo que se não guarda cortesia à sua qualidade”-, pensando melhor, obrigo-me a dizer isto mais: espero que algum membro da comitiva tenha explicado a Cristiano Ronaldo, em louvável atitude pedagógica, que o Presidente da República tem direito, por inerência do cargo, a um tratamento respeitoso, que não se coaduna como o "você", exigindo um Vossa Excelência.
Um abraço amigo,
O interessante da conversa é que ainda ninguém mostrou a razão pela qual se considera o Cristiano Ronaldo mal educado por ter tratado o PR por "você". E na verdade não me parece que existam bons argumentos para considerar falta de cortesia. Não me parece que tenha lido mal o post. O que ele questiona é ter-se interrompido uma discussão sobre educação - um tema sério - para noticiar o entretenimento - futebol. Até aqui compreendo as razões que motivaram o post, mesmo discordando pois em muitos mundos possíveis a notícia sobre futebol pode ser mais relevante para as pessoas que uma discussão sobre educação. (como disse, apesar disso, compreendo os motivos). O que frontalmente discordei foi o argumento usado depois para apoiar a tese principal, isto é, que o coitado do Ronaldo nem sequer sabe ter respeito pelo PR. Além de que não se percebe muito bem como é que o Rui sabe que o CR se julga uma criatura acima das outras. Onde é que foi buscar tal ideia? Talvez ele nem se julgue acima de ninguém, ora essa. Não sou especialmente fã de futebol, mas discordo totalmente quando se usa o futebol para abordar o "ópio do povo" contrapondo à elegância da educação, principalmente numa cultura onde muitas das vezes a educação droga mais que o futebol. A minha posição é de discordância, nada mais. Um abraço a todos e obrigado
Caro Rui, só mais um aspecto que esqueci no comentário anterior. Por que razão invoca no seu último comentário o respeito pelos mais velhos? Conhece algum critério moral consistente que nos possa indicar que devemos mais respeito aos mais velhos do que aos mais novos? Ou que devemos respeito aos mais velhos, mesmo no caso em que alguém mais velho desrespeite um mais novo? A idade é um posto que constitua sinal de respeito? Se a resposta for afirmativa então devemos falar em reverência e não respeito. Ora, parece ser muito discutível que as pessoas nas sociedades modernas devam reverência a Presidentes, aos mais velhos, a deuses ou a reis. Há certamente bons argumentos a favor de tal ideia, mas não me parece ser uma ideia consumada e fechada. Mas concordo que o Cristiano Ronaldo deva respeito ao PR, como o deve a mim e a si e a qualquer pessoa. Mas falta demonstrar que tratar uma pessoa por "você" é mal educado, quando o "você", existe precisamente para distinguir o tratamento mais informal "tu". O meu avô ainda dizia "vocemecê" que, como sabe, está na origem do mais simples "você".
Caro Rolando: Agradeço os seus comentários, qualquer deles escrito com "reverência" que era de esperar de um professor e que eu, professor aposentado, desde o início, julgo ter respeitado igualmente nas minhas respostas. E aqui está como uma pessoa mais nova do que eu me merece reverência. Plenamente de acordo consigo: a reverência deve ser respeitada por jovens e menos jovens (aqui estou a jogar à defesa para não utilizar o salvador eufemismo de idoso em vez de velho que a minha idade justificaria plenamente).
Quanto a eu ter pensado (não me lembro se o escrevi, até!) que Ronaldo "se julga uma criatura acima das outras", tenho por natural assim eu o entender pelo endeusamento que se criou à sua volta e que algumas atitudes suas de desrespeito pelo semelhante denunciam, não querendo eu atirar mais achas para a fogueira com exemplos recentes.
Como se sabe, na Grécia Antiga a Gerontocracia entregava a governação nas mãos dos velhos situação que eu não compartilho inteiramente - porque, como costumo dizer, “nem sempre cabelos brancos são sinal de sabedoria quando muito de velhice!” – , como não concordo, igualmente, de forma alguma, do conceito moderno que entende que a partir dos quarenta anos se é velho para procurar e encontrar emprego .
Quando ao tratamento por “você” que Cristiano Ronaldo deu ao Presidente da República, e que corre o risco de se transformar numa espécie de “discussão de pescadinha de rabo na boca”, para além do estipulado no protocolo oficial, respeito a sua opinião, caro Rolando, embora dela discorde, ademais quando por dela discordar incorrer, como escreve, em “puritanismo observado no facto do Ronaldo ter tratado o PR por ‘você’”!
Ora, como ninguém deve ser juiz em causa própria, deixemos esse julgamento para os leitores que já se pronunciaram sobre este assunto ou se continuem a pronunciar no futuro. Cessa, portanto, aqui, a minha intervenção na barra do tribunal da opinião pública sobre o tratamento de Cristiano Ronaldo dado ao Presidente da República numa cerimónia oficial.
Cordialmente,
Errata, 5.ª linha, 3.º §: Onde está "do conceito", corrijo para "com o conceito".
Professor Rui Baptista;
Permita-me fazer "eco" da frase que o Senhor acima escreve, pois ela é essencial para o caso, e quanto a mim não é preciso dizer mais nada:
"Compreendo que se possa desculpar o craque Cristiano Ronaldo pela simples razão de que se não se pode exigir às pessoas aquilo que elas não têm."
Cordialmente,
A linguagem do Cristiano Ronaldo é o Futebolês e gostaria de observar o Exmoº Presidente da Republica a dirigir-se ao melhor jogador do Mundo na referida forma de expressão. Esquece-mos que alguns autores definem a tão esquecida inteligência Motora, com génese na circunvalação frontal ascendete - o movimento é acima de tudo, de origem neural. Não que o comportamento de Ronaldo seja o adequado à ocasião, mas, como já referido, não me pareceu de índole ofensiva. Apraz também referir os inúmeros "pontapés" linguísticos que muitos profissinais dos media e inúmeras fíguras ilustres cometem e de que ninguém fala e debate tão compulsivamente. Claro que falamos de Ronaldo, o melhor jogador do desporto mais popular a nível Nacional e Mundial e isso será sempre uma razão de escrutínio compulsivo.
De resto, e retomando o tratamento do "você", há um programa diário matinal da TVI com o sugestivo título "Você na TV", com um item no "Roda Você".
Caro Filipe Alexandre: Li o seu comentário. Para além de outras questões, como o tratamento por você dado por Ronaldo ao Presidente da República, que mereceram já o meu declarado desacordo, relevo do seu comentário esta passagem que transcrevo: "Apraz também referir os inúmeros "pontapés" linguísticos que muitos profissionais dos media e inúmeras figuras ilustres cometem e de que ninguém fala e debate tão compulsivamente".
E digo-lhe a razão desse meu relevo. A mim nada me apraz esses “pontapés” linguísticos de que deu conta. Bem pelo contrário, não posso deixar de os lamentar profundamente.
Meu caro João: Repara que se o programa da TVI se chamasse, em vez de "Você na TV", "O Senhor na TV" podia ser confundido com um programa de natureza religiosa. Concordarás comigo que, neste caso, o "você" tem toda e a melhor aplicação.
Um abraço amigo,
Caro Rui Batista, a crítica que realizei aos "pontapés" linguísticos de certas figuras proeminentes dos Media foi com o intuito de expôr o facto de que, jornalistas e outros demais falantes com direitos de antena, têm maiores responsabilidades a nível do tratamento da nossa bem amada Língua Portuguesa no que respeita ao seu desempenho profissional do que qualquer jogador de Futebol. Convenhamos que Cristiano Ronaldo ou outro interprete Futebolistico não necessita sequer de falar fluentemente para colocar a "redondinha" nas redes adversárias!O debate em relação ao "você" - que, repito, não me pareceu ofensivo mas antes, ingénuo - parece-me tão estéril quanto o debate relativo ao penteado e carro que cada jogador de Futebol possui. Colocando o problema de outra pespectiva: quantas vezes se debate o nível de proficiência Futebolística de António Lobo Antunes?ou de Saramago?
Caro Filipe Alexandre: É um facto insofismável e indiscutível, “ipso facto”, sem merecer qualquer discussão ou servir de exemplo. Com escreveu, os jornalistas têm mais responsabilidade no domínio da Língua do que os jogadores de futebol. Mas não é disso que se trata. Trata-se de saber se o tratamento por “você” ao presidente da República Portuguesa é o mais adequado e protocolar. E isto, repare, não é o mesmo que discutir o penteado do Ronaldo. Aliás, coisa que nem me passou pela cabeça deixando esses aspectos estéticos para os cabeleireiros de homem.
Já colocar, como diz, em linguagem futebolística, a “ ‘redondinha’ nas redes adversárias”, não deve desculpar o tratamento por “você”, para mais numa cerimónia oficial que correu o risco de se transformar numa reunião informal e nada prestigiante para o desporto-rei. O Filipe acha que sim. Eu acho que não. Estamos ambos no nosso direito em que para haver um teimoso é necessário haver outro teimoso. Apenas este facto, não justifica, portanto, que continuemos a serrar serradura como se fosse a coisa mais importante do mundo. Não é certamente. Como atrevimento (ou ingenuidade?) é ir buscar os exemplos de António Lobo Antunes e Saramago como forma de debate de “ nível de proficiência” Futebolística”.
Por respeito aos leitores e colhendo eu exemplo em Eça, “não é um vencido que se retira; é um enfastiado que se safa!” Definitivamente.
Permita-me a ousadia mas o Filipe não acha que sim. Se subentendeu esse significado, as palavras escritas não as apaga o vento. O que estas críticas a Cristiano Ronaldo me transmitem é que é muito fácil acertar em alvos fáceis. Não sendo um fã incondicional do referido jogador, azeda-me o ânimo críticas fáceis a um dos embaixadores Portugueses nesse Mundo Global. Pode melhorar os comportamentos protocolares em ceremónias oficiais?Claro que pode, e deve. E claro que me atrevo a citar outros dois senhores que tanto estimo e admiro como melhores no Mundo na sua "praia". Em jeito de remate permita-me discordar que uma cerimónia protocolar com uma incorrecção se possa empolar para reunião informal pouco prestigiante para o desporto-rei. O desporto prestigia-se dentro do terreno de jogo. Cumprimentos de teimoso para teimoso
Caro Baptista de 13 de Junho de 2012, das 10:12
Não concordo com a ideia de que "...se o programa da TVI se chamasse, em vez de "Você na TV", "O Senhor na TV" podia ser confundido com um programa de natureza religiosa."
Por mim concluía que o programa era só para os cavalheiros, excluindo-se as damas.
Abr.
joão
Caro João: Não seria machismo a mais? Abraço. Rui
o tratamento por "voçe" é falta de educação, seja com o presidente ou com um simples cidadão anónimo.Infelizmente é termo muito português onde inspira distanciamento e principalmente um certo "desprezo" e atitude de individuo pseudo-superior
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