Crónica publicada na imprensa regional.
A edição inglesa do livro “A Matemática das Coisas – Do Papel A4aos Atacadores de Sapatos, do GPS às Rodas Dentadas”, de Nuno Crato, acaba de
receber a atenção de uma excelente recensão crítica na revista “The Mathematical Intelligencer” (da editora de ciência Springer).
Refira-se que o livro “A Matemática das Coisas” foi primeiramente editado pela Gradiva, na sua colecção Temas de Matemática, nº 6, em 2008. Os direitos desta obra para a língua inglesa foram adquiridos pela prestigiada editora de ciência Springer Verlag que vem a publicar o livro em 2010 com o título “Figuring It Out: Entertaining Encounters with Everyday Math”. É uma edição de 227 páginas, incluindo as 36 ilustrações da edição portuguesa.
Pamela Gorkin, autora da recensão agora publicada na 1ª edição de
Março de “The Mathematical Intelligencer”, tece as
melhores considerações à obra de divulgação de matemática do actual Ministro da
Educação e da Ciência, dando realce não só a algumas das cerca de cinquenta
histórias fascinantes de e sobre matemática que se encontram reunidas no livro,
mas também sobre o modo cativante com que Nuno Crato prende a atenção do leitor
e o envolve na narrativa com o magnetismo dos grandes contadores de histórias.
A autora do artigo, professora de matemática na
Universidade de Bucknell, em Lewisburg nos Estados Unidos da América, faz uma
apresentação dos cinco capítulos que agrupam as 50 histórias do livro e sublinha
que muitas delas têm o “condão” de atraírem pessoas para a beleza da
matemática, a utilidade de mostrar que o nosso dia-a-dia está repleto de “coisas”
com muita matemática, mesmo as secretas, as de ordem planetária, as que são
tecidas com arte e geometria.
Depreende-se da leitura da recensão que a autora
ficou fascinada e muitas vezes presa ao fio narrativo que Nuno Crato imprime à
forma como escreve. Sem muito esforço, o leitor experiencia viagens debruadas
com o mistério e fascínio de como a matemática ajudou a resolver problemas
concretos e situações de pessoas simples e reais, é uma das sensações
agradáveis que acompanham a leitura do livro.
Segundo Gorkin, “as histórias que compõem o livro são
inteligentes e divertidas, a escrita é clara e interessante e o autor (Nuno Crato)
é singularmente criativo. São histórias como estas as que levam as pessoas a
interessar-se pela matemática e ajudam aqueles que não são especialistas em
matemática a antever o mistério, poder e beleza da matemática”.
Esta
não só é uma boa notícia para a divulgação de ciência feita em Portugal, em
particular da divulgação da matemática, assim como um convite à (re)leitura da
edição portuguesa.
2 comentários:
Deve ser a única qualidade do senhor Crato! (E já não é pouco, diga-se em abono da verdade) Então porque não se dedica a tempo inteiro àsbelezas da Matemática e deixa a política?...
É sempre melhor ter na política alguém que, mais que sensível, dá
protagonismo às belezas da matemática do que os "canastrões" políticos a que
temos tido direito.
Já nem falo de políticos que entendessem muito de matemática. Era pedir-lhes
demasiado. E talvez não tivessemos chegado ao atoleiro em que nos
encontramos.
Agora, eu gostava que ele, Nuno Crato, tivesse a mesma mestria a mostrar-nos
um módico de racionalidade e utilidade na ação do ministério da educação.
Isso sim. Se bem que a tarefa não seja fácil, creio que é para isso que ele
lá está.
E para já é bom que lá esteja. No mínimo dos mínimos evita-se que esteja lá
outro pior, como foram todos aqueles de que senti a ação (ou falta dela) no
exercício do cargo.
É pouco? É.
Mas antes assim que pior.
Cá por coisas. Deus nos proteja.
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