quarta-feira, 21 de abril de 2010

Metas de Aprendizagem

Como é do conhecimento público, o Ministério da Educação está a desenvolver um Programa de Operacionalização de Metas de Aprendizagem do Ensino Básico e Secundário. A sessão de apresentação para Associações Profissionais e Sociedades Científicas aconteceu neste mês de Abril. Para o leitor se inteirar do sentido do dito Programa, reproduzimos, de seguida, a informação que consta no site da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

“No âmbito da Estratégia Global de Desenvolvimento do Currículo Nacional definida pelo Ministério da Educação (EGDCN, ME, 2009), o Programa de Operacionalização de Metas de Aprendizagem consiste na concepção de referentes de gestão curricular para cada disciplina ou área disciplinar, em cada ciclo e nível de ensino, desenvolvidos na sua sequência por anos de escolaridade, entendidos de modo tendencial e passíveis de ajustamentos no interior da gestão autónoma de cada escola/unidade orgânica. Traduzem-se na identificação dos desempenhos específicos esperados dos alunos que demonstrem a efectiva concretizaçãodas aprendizagens pretendidas em cada área ou disciplina e nos domínios transversais, preconizadas nos documentos curriculares de referência (Currículo Nacional, quando exista, Orientações Curriculares, e Programa ou Orientações Programáticas da Disciplina ou Área Disciplinar).

O trabalho a produzir neste Programa consiste na concepção de referentes para o trabalho dos professores e a informação de alunos, pais e público em geral, orientando a gestão curricular para cada disciplina ou área disciplinar, em cada ciclo de ensino.

As Metas de Aprendizagem são definidas para o final de cada ciclo da Educação Básica (em que se inclui a Educação Pré-escolar) e do Ensino Secundário, sendo a sua progressão referenciada aos respectivos anos de escolaridade.

A produção e publicação das Metas de Aprendizagem será acompanhada pela elaboração e disponibilização de exemplos de estratégias de ensino mobilizáveis e adequadas para cada disciplina ou área, e de exemplos de instrumentos e critérios de referência coerentes com uma avaliação adequada das metas visadas.”

Ver apresentação do projecto AQUI.

3 comentários:

Fartinho da Silva disse...

Pela constituição do núcleo e do sub-núcleo parece-me que teremos mais do mesmo.

Continuaremos a não ler palavras como ensinar, ensino, estudo, estudar e estudante e continuaremos a ler palavras e expressões como processo ensino-aprendizagem, actividades, orientar, projectos, etc.!

O lobby das "ciências" da educação é uma enorme e gigantesca lapa, agarrou e não larga por muito que se tente... é compreensível, pena é que pouca gente perceba isto e muito menos gente ainda perceba bem o desastre em foi mergulhada aquilo a que muitos chamam de "escola" pública.

Resumindo, continuaremos a ter os professores a trabalhar para justificar a existência deste lobby, os estudantes a servir de cobaias aos disparates ideológico-pedagógico-burocráticos emanados das "investigações" do referido lobby e os encarregados de educação a serem afastados da educação dos seus filhos.

Enfim, parece que corremos para o abismo e fazemos questão de correr cada vez mais depressa. Quando é que Portugal deixa a adolescência e passa a conviver com a idade adulta?

José Batista da Ascenção disse...

Já não há paciência.
E causa assombro, a falta de humildade de uma (qualquer) instituição que se (auto?)designa Direcção Geral de Inovação etc e tal...
Que inovação? Quais foram os resultados das inovações em matéria de ensino nos últimos trinta anos? Quando é que os "inovadores" se sentam no "banco dos réus do tribunal da opinião pública", já que os verdadeiros tribunais são uma espécie de verdadeira ficção?
O que eu gostava que os "inovadores" fossem chamados a trabalhar com turmas de alunos e a preencherem a papelada ridícula e toda a burocracia com que trituram os professores. Então sim, eles haveriam mesmo de inovar, de várias maneiras... estou em crer.

Carlos Fiolhais disse...

Concepção de referentes? Desempenhos específicos esperados? Estratégias de ensino mobilizáveis?

Para quem ainda não sabe o que é o eduquês, tem aqui um exemplo acabado. Quem souber ler eduquês - eu, francamente, não consigo! - poderia talvez traduzir para português normal...

Carlos Fiolhais

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Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...