Como é sabido, a última reestruturação do Ensino Básico data de 2001. No Decreto-Lei 6/2001, de 18 de Janeiro, e no Currículo Nacional do Ensino Básico (2001), consta uma área curricular disciplinar designada por Língua Portuguesa. Ora, na proposta de novos programas para esta área, que têm estado em consulta pública, a designação passa a ser Português, como acontece, aliás para o Ensino Secundário. Mas se consultarmos o Portal do Governo ficamos na dúvida se assim é. Lá podemos ler:
Programas de Português do Ensino Básico
O projecto de Programas de Língua Portuguesa para o Ensino Básico...
Não fará diferença usar uma ou outra designação!? Pode um programa ter uma designação diferente daquela que consta nos documentos legais que estabelecem o currículo e no próprio currículo!?
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5 comentários:
A menos que haja alguma subtileza que me escape, dizer Língua Portuguesa em vez de dizer Português resulta do mesmo género de impulso que levou há anos atrás a trocar Filosofia por Introdução à Filosofia e, no próprio programa da disciplina, "Descrição da actividade cognoscitiva" em vez de Epistemologia.
É o impulso de ser vago e redondo e fugir do rigor e da exigência como o diabo foge da cruz. Suponho que numa disciplina chamada "Língua Portuguesa" seja mais fácil incluir autores contemporâneos de valor duvidoso (portugueses, brasileiros e africanos.
É curioso, como muito bem referiu o Carlos, esta tendência mentecapta no pensamento que se tem por muito "concreto", considerando "abstracto" tudo aquilo que exige do indivíduo um mínimo de rigor, concentração, disciplina e criatividade. Na verdade, os queixumes da abstracção são duplamente idiotas, porque por um lado toda a linguagem tem um dado nível de abstracção, caso contrário seria impossível falar de árvores sem estar constantemente a arremessar uma árvore para o campo de visão do interlocutor. Por outro lado, e isto é o mais cómico, é precisamente o dito "pensamento concreto" dos fraseologistas baratos que nunca passa de generalidades ocas, afirmar coisas o mais vagas possíveis para que nunca seja possível infirmá-las com um exemplo contrário, etc. Sobretudo que sejam lugares comuns a excitar as glandes das pessoas preguiçosas que ainda assim gostam de se sentir bem pensantes quando lêm fraseados maricas acerca de coisa nenhuma, para dar uma aparência de justificação àquilo em que já queriam acreditar e que já queriam fazer antes sequer de começarem a pensar.
Será realmente necessário discorrer com tanta filosofia trivial, sobre uma questão tão elementar?
Não me parece que possa haver dúvida alguma sobre que denominar uma disciplina curricular como Português ou como Língua Portuguesa lhe atribui, teoricamente, conteúdos diferenciados.
Uma disciplina curricular denominada Português teria um espectro de abordagens inesgotável, porque incidiria à partida sobre toda a cultura portuguesa e a sua identidade. Poderia integrar a expressão literária, a expressão artística, etc., etc., etc., bem, até presumidamente o futebol.
Sintetizar a denominação da disciplina curricular Língua Portuguesa na denominação Português não me parece todavia relevante. Porque a síntese é a expressão literal de conteúdos redutores.
Pinta-se a casa, depois assentam-se os tijolos?
Enquanto se disputa sobre o nome da coisa, adia-se disputar sobre a coisa.
E o que sinto ao ler isto é que ainda ninguém encontrou a coisa. Pelo que é indiferente denominá-la assim ou assado.
E parece-me iminente a era em que qualquer pensante incorre no risco de ser sinalizado por maricas. Foi com esse argumento, mais ou menos, que calaram Sócrates. O filósofo…
Olá. Como é possivel que uma palavra que não existe no dicionario, seja sobejamente divulgada? É ignorancia minha por ser assim mesmo? Pf explique-me.
Refiro-me por ex à palavra "Codicologia"
Obgd. - José Lacerda
já prennchi
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