Na polémica sobre a língua portuguesa entre João Boavida e Desidério Murcho, chamo a atenção para o facto de a motivação do primeiro parecer residir simplesmente na sua discordância da classificação atribuída por um comité internacional de avaliadores nomeados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia a alguns centros de investigação em ciências de educação.
Eu não trabalho nessa área e por essa e por outras razões não me pronuncio sobre os pareceres do dito comité. Mas parece-me que a promoção activa da internacionalização da actividade científica portuguesa em todas as áreas, incluindo as ciências da educação, é extremamente salutar. Posso criticar e tenho criticado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em muitas coisas (ainda recentemente me pronunciei contra o estrangulamento financeiro das universidades que conduziu, por exemplo, ao incrível pingar de água na sala de leitura da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, sem haver meios de poder fazer uma remodelação decente do velho edifício), mas não o critico por isso. Julgo que a comunidade das ciências da educação portuguesa, uma área pela qual me tenho interessado, publica numa proporção demasiadamente elevada em português, o que configura uma situação de endogamia que se me afigura contraprudecente e a prazo insustentável. E é tanto mais insustentável quanto as grandes questões do ensino da maior parte das matérias são essencialmente as mesmas em qualquer parte do mundo, estando escrita em inglês a maior parte da literatura sobre elas. Quando se trabalha em circuito fechado e quase exclusivamente se publica em revistas próprias ou do vizinho do lado, numa língua que a comunidade científica internacional não entende, corre-se maior risco de repetir o que outrem já disse e de errar sem se poder ser emendado.
Receio até que num país pequeno e com uma comunidade científica pequena em certas áreas, algumas ideias resistam mais facilmente à crítica dos pares do que num ambiente internacional, naturalmente mais aberto e competitivo. Só para dar um exemplo: têm sido recentemente publicadas em revistas internacionais de psicologia e de ciências de educação várias críticas bem fundamentadas, baseadas em estudos empíricos, ao chamado ensino não directivo (há quem lhe chame aprendizagem por descoberta). Mas raramente encontro em revistas portuguesas de pedagogia, pelo menos nas que costumo ver, críticas a tais doutrinas, doutrinas essas que encontram ampla consagração em textos oficiais do nosso Ministério da Educação e que não serão alheias aos pobres resultados obtidos pelos nossos alunos em confrontos internacionais. Fico com a ideia, porventura injusta, que, se quiser saber o que hoje em dia se passa de mais avançado em ciências de educação, tenho mesmo de me valer dos meus conhecimentos de inglês.
Portanto, eu que muito prezo a minha língua-mãe, que é de resto a única onde me consigo exprimir sem dar muitos erros, e que leio regularmente com bastante gosto as boas prosas que o meu colega João Boavida escreve nessa língua, penso que a comunidade nacional de ciências de educação e afinal todos nós ganharíamos se se passasse a publicar mais em revistas e livros da especialidade que sejam lidos à escala internacional. E se se procurasse publicar mais em revistas e livros de circulação global com avaliadores com maior grau de exigência. Não tenho nada contra que se publique em revistas e livros nacionais, mas porque não tentar que todos ou a maioria dos artigos nessas publicações sejam escritos numa língua franca, neste caso o inglês? Mesmo que as revistas e os livros sejam editadas aqui, a afixação dos respectivos conteúdos na Internet facilitaria a livre circulação pelo mundo e, evidentemente, aumentaria a probabilidade de crítica. Eu posso escrever artigos de ensino e divulgação de física em português, mas não ganharia nada, absolutamente nada, em escrever artigos científicos de física em português. Tenho hoje de o fazer em inglês e não me queixo. Sim, percebo que nas ciências humanas, em particular nalgumas ciências humanas, seja um bocadinho diferente. Mas porque é que há-de ser assim tão diferente?
A menos que se pense que certos conteúdos científicos só fazem sentido em certas línguas, um argumento que me parece carecer de demonstração. O físico austríaco Erwin Schroedinger, um dos criadores da teoria quântica, queixou-se um dia amargamente de um aluno estrangeiro de doutoramento que ele orientava: "Como é que ele vai aprender mecânica quântica se nem sequer sabe alemão?". A origem germânica da teoria quântica ainda hoje transparece em termos como "eigenvalues", valores próprios, que pertencem ao jargão técnico em inglês - o prefixo "eigen" é alemão e não inglês. Mas, de facto, pode-se aprender teoria quântica em qualquer língua culta, para adoptar a expressão do Desidério (ao contrário dele, acho que o português é uma língua culta, embora possa e deva ser mais cultivada). Contudo, se se quiser aplicar essa teoria de um modo que possa ser verificado e eventualmente refutado, ou se se quiser rebater essa teoria propondo uma outra em sua substituição, tem de se escrever hoje em inglês tal como no tempo de Schroedinger se tinha de escrever em alemão...
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9 comentários:
E desde quando as "ciências" da educação são ciência? Se alguém tem dúvidas em relação a esta questão, basta ver os resultados da nossa revolução pedagógica produzida nas nossas "escolas", nos nossos "professores", nos nossos "alunos" e nos nossos "encarregados de educação"!
Perguntem a 100 "alunos" que façam esta simples conta: 208/10!
O problema continua a afigurar-se um tanto ou quanto confuso, porque parece que as publicações produzidas (citadas em anterior post) pela instituição que João Boavida coordena, e que as considerou como temas universais, mas apagados por escritas em português.
Apesar do desenvolvimento desta temática linguística fiquei sem saber se as referidas publicações têm ou não permuta com outras referências de universidades, ou instituições congéneres estrangeiras.
Por outro lado ainda, fiquei sem saber se os referidos trabalhos teriam ou não, ao menos, um resumo em francês, inglês, alemão, espanhol, como é norma.
Em caso negativo, então João Boavida não poderá queixar-se da pouca ou nenhuma repercussão dos trabalhos que coordena e são publicados em português, sem resumos de outras línguas, porque da leitura destas poderão as congéneres estrangeiros aferir da valia publicada e considerar a necessidade ou não de os traduzir.
Aqui ficam as minhas dúvidas: há resumos noutras línguas, há permutas com publicações estrangeiras do mesmo teor?
Se assim for, os trabalhos de João Boavida permanecerão arquivados.
Uma língua não é um mero veículo de transmissão de conhecimento. É uma obra-de-arte, uma construção única, sistemática e aberta, portadora de modos de pensar próprios, que não se reduzem a enunciados protocolares, pois reenviam à sua história, às camadas de sentido nela constituídas. É insubstituível. Só um filósofio analítico poderia pretender criar uma linguagem universal. Mas o Círculo de Viena ficou reduzido a uma tautologia.
A própria ciência, que requer a comunicação de proposições unívocas, inequívocas, desenvolve-se em todas as línguas cultas, como é a portuguesa, para quem lê Camões, Mário Dionísio, Bento de Jesus Caraça, e muitos outros nas suas respectivas áreas. Seria aliás possível, ou desejável, escrever uma dissertação sobre aspectos linguísticos do português ou sobre a estrutura narrativa dos Maias em Inglês?! Produzir directamente em Inglês um artigo acerca da descoberta de uma nova espécie vegetal na Amazónia? E para quê redigir originalmente uma tese em matemática nessa língua, quando a matemática é um código universal?
E sobre este título e em Portugal, o Ministério da Educação no que é educar em seu ensino deve-o aos especialistas das Ciências da Educação, a basear-se assim e unicamente neste Curso de Ciências de Educação, em curso este que existe na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. E talvez seja este um dos maiores dos erros do que é educar, e que é o estar-se a educar unicamente com Psicologia e sem Filosofia. E sobre esta matéria escrevi isto em 2007:
(...)
Nem uma única disciplina que se debruce sobre temas da Filosofia, da Ética, da Estética, do Pensamento, das Artes, do Artístico, matérias tão cruciais quanto imprescindíveis para que a Educação se efective com o máximo de sucesso…
Portugal, com cursos como estes, constrói a antítese de toda e qualquer produção artístico-cultural, através destas manhosas formas de se arquitectar novos conceitos de inumeros parasitismos profissionais. E tudo se resume ao mero materialismo do ganho a ser possível destruir o que ainda existe em prol do negócio e do lucro insustentável nas tão recém-chegadas instituições em seus magnânimos doutos.
Criam-se assim profissões de inexperientes e desnecessárias aptidões a não saberem validar os verdadeiros conceitos do incentivo à dignidade e valorização do intelecto, num crescente automatismo de estares num atroz retrocesso ao decente, adequado e natural processo evolutivo do Ser.
(...) Nome de curso que se deveria de inscrever num português correcto em sua significância e não fugindo a essa mesma realidade, porque e afinal o Curso de Ciências de Educação nada mais é do que um Curso de Pedagogia da Educação!
E porque se usa este outro nome que lhe deram de Curso de Ciências da Educação? Afinal quais são as ciências da educação ???
E se de Ciências se trata, onde estão as de ditas principais Ciências que deveriam de estar associadas à EDUCAÇÃO que são elas a ÉTICA e a ESTÉTICA?
Desde quando a Educação se detém a qualquer antecipação de Ciência ou se auto intitula de Ciência em Ciências ?
É que através de um bom Ensino a ensinar-se bem em suas adequadas pedagogias poderá eventualmente surgir uma qualquer outra nova ciência, mas a situação inversa jamais se poderá verificar!
Falácias previamente institucionalizadas ou enganatórias conjecturas em estratégias comercializáveis do Ensino e da Escola?
O que dizer destas supostas modas em vaidades das tão desmesuradas e teorizáveis distracções ? (...)
E sobre o Inglês e o que é culto, certamente todos estes especialistas ou de ditos cientistas das Ciências da Educação dominam muito bem o Inglês, mas de que serve ou do que tem servido afinal?
Muitos imputam às ciências da educação, ou à pedagogia (designações que se tomam, por vezes, como sinónimos) o estado do ensino, da aprendizagem, das escolas, dos sistemas educativos. De certo modo compreendo que assim seja, pois toda e qualquer medida que se tome na área da educação, por mais estranha que se afigure, é invariavelmente apresentada como pedagógica. Não há, por exemplo, currículo ou programa escolar que, logo nas primeiras linhas, dispense a “fundamentação pedagógica”.
Esteja, no entanto, o leitor atento às instâncias e pessoas responsáveis por essas medidas. Se o fizer há-de encontrar associações de pais e encarregados da educação, “academias de explicações”, escolas públicas e privadas, e autarcas com diversos níveis de escolaridade, físicos, matemáticos, historiadores, geógrafos, línguistas, filósofos, sociólogos, políticos de todas a cores… Pela minha parte, arrisco dizer que a maior parte destes sujeitos nunca leu sequer uma linha da investigação credível que se faz na área em que tão à vontade opinam e decidem…
O grande problema é que qualquer um se acha “cientista da educação” ou “pedagogo” e facilmente se lhe reconhecem créditos se o seu discurso for… aquele que o senso-comum entende por… pedagógico.
Para o senhor Vitor Guerreiro não deturpar, com o seu pensamento abstracto, os dois parágrafos com que comentei o tema, aqui vai o comentário completo, que, por algum motivo informático, não consegui enviar.
Acerca duma diatribe do filósofo analítico Desidério Murcho contra a língua portuguesa (não é culta) e contra a redacção de dissertações e artigos académicos na nossa língua mater.
E não será este novo Latim, esta nova língua universal, uma nova endogamia à semelhança da língua do império romano, que criou na Europa, como uma sequela que durou centenas de anos, uma elite de letrados a produzir uma cultura concentralizadora e uniforme?
Não foi a ruptura vernácula do Renascimento que prodigalizou a maravilhosa diversificação imprevisível e criativa que todos conhecemos? Teremos todos de nos tornar satélites dos Estados Unidos a produzir segundo o seu modelo e o seu Inglês, ignorando a riqueza específica de cada língua?
Uma língua não é um mero veículo de transmissão de conhecimento. É uma obra-de-arte, uma construção única, sistemática e aberta, portadora de modos de pensar próprios, que não se reduzem a enunciados protocolares, pois reenviam à sua história, às camadas de sentido nela constituídas. É insubstituível. Só um filósofio analítico poderia pretender criar uma linguagem universal. Mas o Círculo de Viena ficou reduzido a uma tautologia.
A própria ciência, que requer a comunicação de proposições unívocas, inequívocas, desenvolve-se em todas as línguas cultas, como é a portuguesa, para quem lê Camões, Mário Dionísio, Bento de Jesus Caraça, e muitos outros nas suas respectivas áreas. Seria aliás possível, ou desejável, escrever uma dissertação sobre aspectos linguísticos do português ou sobre a estrutura narrativa dos Maias em Inglês?! Produzir directamente em Inglês um artigo acerca da descoberta de uma nova espécie vegetal na Amazónia? E para quê redigir originalmente uma tese em matemática nessa língua, quando a matemática é um código universal?
Além disso, queremos um mundo policentrado, não enfeudado à América, que não vai ser para sempre a única superpotência, situação que já se vislumbra num horizonte próximo. Também o Vaticano e o seu Latim pareciam de pedra. Mas a fluidêz da água é mais duradoura.
«E para quê redigir originalmente uma tese em matemática nessa língua, quando a matemática é um código universal?»
A matemática é um código universal, mas o texto que o acompanha não! E nos resumos dos artigos matemáticos por regra quase não há fórmulas.
Assim, se posso concordar que se escrevam as teses na língua de cada autor, já não me parece viável que todos os artigos de investigação sejam sempre nela redigidos. (Não estou a dizer que o autor do comentário que citei o tenha feito.) Pelo que vejo, investigadores matemáticos actuais franceses, alemães e russos publicam também parcialmente, pelo menos, em inglês. Exemplo: Scientific papers of Wadim Zudilin .
Por outro lado vejo que é exigido, em certas Universidades americanas e inglesas, que os candidatos compreendam uma ou duas línguas de entre o francês, alemão e russo.
Julgo ser impossível um especialista estrangeiro, por exemplo, português compreender artigos matemáticos escritos em russo, na maioria dos casos, se não o dominar minimamente.
Em que língua é que o matemático russo Grigori Perelman publicou os seus artigos que o consagraram com a medalha Fields em 2006, embora não tenha comparecido no ICM desse ano para a receber, pela sua demonstração da conjectura de Poincaré? Em inglês. (Esta demonstração foi considerada o maior acontecimento cientifico do ano pela Science 22 December 2006 ) .
Para se perceber melhor a importância das palavras que acompanham a notação matemática, cito um trecho do post Take advantage of the English language de Terence Tao, outro medalhado no ICM2006:
"Mathematical notation is a wonderfully useful tool (...). However, just because you can write statements in purely mathematical notation doesn’t mean that you necessarily should. In many cases, it is in fact far more informative and readable to use liberal amounts of plain English; if used correctly and thoughtfully, the English language can communicate to the reader on many more levels than a mathematical expression, without sacrificing any precision or rigour. In particular, by subtly modulating the emphasis of one’s text, one can convey valuable contextual cues as to how a statement interacts with the rest of one’s argument."
O itálico é da minha responsabilidade.
"A menos que se pense que certos conteúdos científicos só fazem sentido em certas línguas, um argumento que me parece carecer de demonstração. "
Não me parece que seja esta a questão. O problema depende antes de saber quem é o beneficiario do trabalho de investigação cientifica.
No texto, ha uma ideia implicita que é a seguinte : os falantes de português não são os principais destinatarios do trabalho de investigação (realizado em instituições publicas portuguesas), mas sim a "comunidade cientifica" que fala principalmente em inglês. Os falantes de português apenas podem receber o trabalho "secundario" de divulgação...
Esta ideia também carece de demonstração.
Não me parece que o problema levantado tenha uma solução "simples", como seria preconizarmos o uso exclusivo do português, ou do inglês.
E obvio que ninguém hoje em dia pode pretender fazer ciência se estiver de costas voltadas para o que se faz noutros paises. Nessa medida, ha que preparar os investigadores a trabalhar em inglês (e não so) : lendo (para tomarem conhecimento do que se faz noutros paises) e escrevendo (para darem a conhecer o trabalho que realizam).
Agora isto não me parece justificar que se abandone, ou que se passe a considerar secundaria, a produção de trabalhos de investigação em português.
Eu sei pouco de ciências da educação, mas presumo que estas ciências visam melhorar ... a educação. E parece-me relativamente natural que os investigadores portugueses realizem estudos e trabalhos tendo em vista que eles vão ser lidos... pelos profissionais da educação em Portugal, que lêem de preferência em português.
O que eu quero dizer com isso é que ha que determinar o que é instrumental e o que é o principal.
Eu percebo que os investigadores digam : primeiro esta a qualidade cientifica, pois se o trabalho que desenvolvemos não tem valor cientifico, não estamos a fazer nada... Aceito o argumento.
Mas este argumento tem limites. Eles são obvios nas ciências humanas : para que serve termos investigadores de mérito internacional reconhecido em filosofia politica, em economia ou em ciências da educação, se os portugueses não beneficiam nada com isso, se eles continuam a viver completamente à margem dessas ciências ?
E mais : que valor podem ter os trabalhos dos investigadores nessas ciências se eles não procuram manter contactos com a realidade social em que se enquadram... Não vos parece que um investigador em ciências da educação tem tanto ou mais a aprender com o estudo da realidade portuguesa (e com a comunicação com as pessoas que trabalham nessa area) do que com o que pode lêr em inglês ?
Portanto o argumento pode perfeitamente ser virado do avesso : "A menos que se pense que os falantes de português vão todos passar a falar inglês amanhã, ou pelo menos passar a utilizar preferencialmente o inglês em tudo o que diz respeito à ciência e à educação, um argumento que me parece carecer de demonstração. "
O que eu critico na postura do Desidério, é ele fazer totalmente abstracção das finalidades sociais da investigação e da ciência, como se a ciência pudesse manter-se num espaço aéreo, com a sua lingua propria, e evoluir de maneira completamente auto-suficiente.
Se assim fosse, a comunidade cientifica não falaria inglês, mas uma lingua ideal, matematica, pura, completamente transparente.
Se a ciência utiliza as linguas naturais, é porque ele tem a ver com a realidade.
Dito isto, concordo com o autor do texto quando ele defende que é uma questão de medida : nem a preocupação de escrever (em português) para a comunidade portuguesa deve ser levada ao ponto de separar os investigadores portugueses do resto do mundo (e nomeadamente da ciência feita noutros paises), nem a preocupação de estar a par do que se faz no estrangeiro deve levar os investigadores a esquecer que eles não fazem investigação para outro planeta, mas inseridos numa sociedade particular que espera beneficiar com o seu trabalho.
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