terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Dois ministérios em luta

O diário As Beiras de hoje, dia 17 de Fevereiro, publicou mais uma crónica de João Boavida na qual se tocam aspectos relativos à língua portuguesa que têm vindo a lume no De Rerum Natura.

As culturas devem exigir que não lhes enferrujem propositadamente os êmbolos. Isto é, devem ser obrigadas a responder aos níveis mais exigentes dos problemas que são para elas essenciais. E a língua é nisto condição e força, motor e combustível.

O facto de o inglês hoje dominar a política, a economia e a ciência não nos obriga a transformar o português numa língua de párias, porque ela não é uma língua de párias. Está aí a literatura para o mostrar, e também muita publicação científica e filosófica. E se em termos científicos não somos hoje uma língua com peso, tal como acontece à maioria das línguas, não é fatal que assim continue eternamente. Porque as pessoas e as situações podem ir qualificando o português como língua científica e de pensamento, ou impedi-lo.

O Ministério da Ciência falou, há dias, na grande evolução que tem havido em doutorados, investigações e artigos científicos. Ou seja, assim que se começou a investir mais na investigação científica, as produções começaram a subir e a melhorar. Se prosseguirmos nesta política continuaremos a evoluir. Estranho é que o Ministério não veja que tirando ao português ocasião para se desenvolver como língua científica e de cultura, nos está a dar, com uma mão, e a tirar muito mais, com a outra.

O português não é uma língua local nem residual. Pelo contrário, é uma língua em expansão, quantitativa e qualitativamente. É pois inaceitável que sejamos nós próprios a cortar-lhe as pernas e a impedir que cresça nos níveis de exigência científica e de pensamento abstracto. E como a língua materna não se pode deitar fora, como as cobras fazem à pele, desqualificá-la cientificamente equivale a matar o pai e a mãe. Ao não considerar as publicações científicas em português, mesmo as boas, Mariano Gago está a fragilizar o cimento das nossas estruturas culturais e o óleo das nossas funções intelectuais. Está a empurrar-nos, a prazo, para um linguajar de carapau e sardinha. Se a especificidade e as possibilidades da língua portuguesa não se sentem ainda tanto como seria desejável, na ciência ou na filosofia, nada impede que isso possa vir a acontecer. A língua portuguesa tem essas possibilidades, mas acabará por perdê-las se continuamente inibirmos a sua expressão nesses domínios.

Atenção, porém. Não é por ser nossa que a língua portuguesa deve ser fortalecida, mas por ser aquela em que nós somos. E fomos e seremos. E isto é muito mais sério do que um cientista possa pensar. Não se trata de a conservar, a evolução linguística rebenta as cadeias; nem de a defender, ela não precisa. Mas não a proíbam de desenvolver as suas capacidades. Que não se sabe até onde vão, é certo, mas que sabemos que definharão se lhe retirarmos as condições de desenvolvimento.

Se, por hipótese, o português tivesse desaparecido, nenhuma outra língua teria hoje o Eça ou o Saramago que temos, e menos ainda o Mia Couto ou o Eugénio de Andrade que temos. Leia-se Aquilino, ou Luandino, e é evidente que estamos perante especificidades expressivas de natureza linguística, que são produtos de uma certa língua e que nas outras não funcionariam de igual modo. Não quero dizer que não funcionem, mas não da mesma maneira. Em arte isto é determinante. Há especificidades, expressões, soluções que as outras línguas não sabem traduzir. Mesmo que, noutros casos, seja verdadeira a inversa. E como o pensamento não é indiferente à língua em que é pensado, não temos o direito de reduzir à indigência uma língua que já produziu o que produziu. E que pode muito mais e muito melhor. Não lhe cortem as pernas, deixem-na andar. Quem ainda não viu que há aqui uma guerra entre o Ministério da Ciência e o da Cultura anda muito distraído.

João Boavida

12 comentários:

Desidério Murcho disse...

É perfeitamente possível — e até comum — defender ideias correctas com base em argumentos maus. Ou seja, defender conclusões plausíveis com base em premissas erradas. Eu concordo com o João nisto: não se deve asfixiar a língua portuguesa por via política. Mas não pelas razões nacional-místicas que ele invoca, mas simplesmente por haver pessoas que querem escrever em português e as pessoas são mais importantes do que as políticas e os desígnios nacionais. Ao passo que o João é favorável a Grandes Desígnios Nacionais que Lixam Quem não Gosta Deles, desde que esses desígnios sejam nacional-místicos, eu sou contra quaisquer Grandes Desígnios Nacionais, sejam eles para defender ou para atacar uma língua, porque lixam sempre alguém.

É um delírio confundir o número de pessoas que falam a língua portuguesa com a força cultural de uma língua. A língua portuguesa é falada por muita gente, mas se alguém quiser saber alguma coisa de história, filosofia, química ou matemática um pouco mais sofisticado do que as tontices que se dão no ensino pré-universitário, não pode fazer isso em português. Pelo menos, em obras originalmente escritas em português.

Poderia isso mudar, com o tempo? Sim. Mas é um lirismo insustentável pensar que isso poderia acontecer se desatarmos a publicar física ou matemática ou filosofia de ponta em português. É um lirismo porque a força cultural das línguas é algo que depende de muitos factores, entre os quais factores militares, económicos e sociais.

O mais importante, todavia, não é o facto de ser um lirismo, mas o facto de o João estar a favor de qualquer política que incentive isso, por ser um Desígnio Nacional Fixe, ao passo que não gosta do Desígnio Nacional Gago. O meu pensamento radical e anárquico é pura e simplesmente contra qualquer Desígnio, porque em qualquer Desígnio se deixa de ver o que as pessoas concretas realmente querem e desatamos a conceber as pessoas como meios para os fins políticos — que ainda por cima seriam incoerentemente irrelevantes se não fosse pelas pessoas. Que diferença faz se há ou não há produção científica em português, se não for por causa de as pessoas desejarem isso? Que diferença faz se somos um país cientificamente e academicamente desenvolvido ou não se não for por causa das pessoas que almejam legitimamente à ciência e ao conhecimento? Donde se infere que para a maior parte das pessoas, como dizia um comentador há dias, esta discussão não tem qualquer interesse porque a maior parte das pessoas só se interessa por futebol e telenovelas e telemóveis e mal sabem escrever ou ler uma página do Correio da Manhã, quanto mais um tratado de astronomia ou de epidemiologia.

Em conclusão, opõe-me duas coisas ao João. Primeiro, a ideia nacional-mística de que a língua portuguesa é melhor do que o suaíli ou qualquer outra porque é nossa. Esta ideia é a raiz do racismo linguístico. Segundo, porque o João não se opõe aos Grandes Desígnios Linguísticos, sejam eles quais forem, mas apenas ao tipo de Grande Desígnio Linguístico de que ele não gosta, sendo favorável a qualquer Grande Desígnio Linguístico de que goste, mesmo que outros não gostem desse Desígnio e prefiram outro. Ora, eu sou é contra quaisquer Desígnios que instrumentalizem as pessoas porque considero as pessoas mais importantes do que as abstracções políticas.

Anónimo disse...

ora nem mais, Desiderio! creio mesmo que a razao de AS Beiras incluirem esse artigo do Boavida é o apelo dele ao Grande Designio.

Anónimo disse...

"não nos obriga a transformar o português numa língua de párias, porque ela não é uma língua de párias." Como assim? Então vá de turista e verá que, com grande probabilidade, lhe darão um guia que fale castelhano. Porque sabem que o português é uma ligeira distorção do castelhano.
E com os diplomatas de certos países; enviam para Portugal um que fale castelhano e já sabem que eles começam a falar português logo que percebam quais as terminações das palavra que devem ser alteradas. Por acaso saudade nem é a palavra mais difícil de traduzir do mundo, vem só em sétimo lugar. Mas muitos potugueses "patriotas" têm a mania que falam uma língua muito especial. É só mania...

joão boaventura disse...

Apesar de respeitar a opinião do autor na matéria em epígrafe, não posso deixar de a compaginar com o empolamento dos defensores da língua portuguesa, nos idos de 40 e 50, para a manutenção da sua aparente pureza, e erradicação dos anglicismos e galicismos, que levaram à implantação da Sociedade de Língua Portuguesa.

Aquilo constituiu um acordar das consciências face à invasão dos signos estrangeiros, e essa defesa estava ínsita no nacionalismo inculcado pela ideologia do Estado Novo.

Hoje, a Sociedade de Língua Portuguesa está reduzida à sua quase insignificância, e a luta contra o estrangeirismo corrosivo da língua portuguesa, morreu com o Estado Novo.

A porta abriu-se às escâncaras para os múltiplos signos técnicos internacionalizados do inglês e introduzidos, depois de trajados à portuguesa, pela Academia das Ciências de Lisboa, no contestado Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.

Não encontro melhor comparação, sem ofensa para o autor, mas a luta que João Boavida trava em três frentes (a conservação da pureza linguística, o desejo de a ver inscrita "língua científica", e a aversão à apresentação de trabalhos em inglês), afigura-se desatempada, e fora da realidade.

O Programa Erasmus/Sócrates, de que a Universidade de Coimbra foi também fundadora, contrapõe-se às ideias de João Boavida, quando no mesmo se estabelece que aos estudantes de licenciatura e pós-graduação se oferece a oportunidade de experimentar e conhecer formas e processos de estudo em diversas Universidades do Reino Unido e Irlanda.

Recentemente doutorou-se uma socióloga no ISCTE, e um elemento do júri era inglês. E aí temos uma tese escrita em português, e inglês, por força das circunstâncias.

O ser europeu é passar o Rubicão. É ser português, espanhol, francês, italiano, inglês, alemão... É derrubar a nossa fronteira mental, o acrisolamento do regresso, a fixação ao mar.

E quanto à literatura científica em língua portuguesa, mais do que solicitá-la, mais do que clamá-la, é fazê-la, apresentá-la, divulgá-la.

Não me parece haver impedimentos para que o português continue a ser "uma língua em expansão, quantitativa e qualitativamente", como diz, e nunca "uma língua de párias", nem "uma língua local nem residual", como teme.

A única maneira de a fortalecer é escrevê-la, e deixar os fantasmas recolhidos nos seus antros.

Cordialmente

Anónimo disse...

note-se, contudo, que a salazarenta Sociedade de Lingua Portuguesa continua a viver num último reduto, nomeadamente o site Ciberduvidas, financiado em parte pelo dinheiro dos contribuintes (tem dois professores destacados pelo Ministério da Educação)e arauto da ideologia nacional-linguistica.

Anónimo disse...

Eu nem estou com João Boavida nem com o Desidério, estarei talvez a meio caminho. Tal como o Desidério, não gosto desse "desígnio nacional-místico" (gostei da expressão). Tal como o João Boavida, acho contudo que se pode fazer algo mais pela publicação dos artigos em português e nisso os alemães e chineses são exemplos.

O alemão foi, no início do séc. XX a língua por excelência da publicação científica. Hoje em dia, com o inglês a tomar essa posição, o alemão não deixou de ser usado, mas passou a ser adaptado. O Angewandte Chemie, por exemplo, tem hoje duas edições: uma em alemão e outra em inglês, sendo que são idênticas (à excepção um ou outro artigo sobre livros em alemão que não está presente na edição em inglês).

Não vejo razões para não criar jornais sobre filosofia, química, biologia, antropologia, etc, etc, etc, que possuam duas edições, uma em inglês e outra em português. Seria um pouco oneroso? Sem dúvida, mas o mais caro até seria garantir a qualidade, mas do que garantir as traduções. E abrir-se-ia a possibilidade de publicação em português.

Quanto a haver muita gente que apenas lê o Correio da Manhã e não se interessar por mais nada, esse argumento é, muito simplesmente, estúpido e estupidizante. É o mesmo argumento que manteve as universidades sem mulheres ("não têm cabeça para estas coisas, ficam melhor em casa"), guetizou minorias ("são inferiores, devem estudar coisas mais simples e não competir connosco") e manteve os estudos superiores abertos apenas às elites ("são uns pobres diabos, têm é que saber escrever o nome e ir à missa, mais nada"). Continuar a tratar as pessoas como ignorantes nada fará para lhes retirar essa ignorância. Bem pelo contrário, mas manterá as elites pensantes como tal, uma vez que não têm ninguém que lhes possa fazer frente. Por esta lógica, Abraham Lincoln ter-se-ia mantido como lenhador, ou algo do género...

joão viegas disse...

Caros,

A lingua não é mais, nem menos, do que aquilo que é falado pelas pessoas. Não ha intrumentlização nenhuma das pessoas quando procuramos fazer com que a educação e a ciência feitas por instituições publicas utilizem a lingua falada pelas pessoas.

Agora é verdade que uma pessoa, considerada individualmente, não escolhe a sua lingua, esta é-lhe imposta por realidades sociais que a ultrapassam. Se cada individuo fosse completamente livre de escolher à nascença a maneira como vai ser educado, sem ser guiado ou influenciado por nada nem por niguém, o proprio conceito de educação deixaria de ter sentido.

Isto é um dado basico constante em qualquer sociedade.

Mas para além disso, a inserção de um individuo numa comunidade politica implica cedências que não se retringem ao campo da lingua. Se determinados individuos portugueses tiverem a possibilidade de trabalhar para a Mafia ganhando muito dinheiro traficando droga, isto obviamente sera benéfico para eles e eles podem ter razões legitimas de dedicar-se a essa actividade. Mas, ao mesmo tempo, não se pode dizer que estejam a prestar um bom serviço à comunidade e, por essa razão, a comunidade dotou-se de regras penais que acabam por restringir a liberdade das pessoas em causa, isto em nome do "interesse publico" de cariz fascista estigmatizado pelo Desidério.

Passa-se o mesmo com as regras que regem o funcionamento das universidades publicas. Estas regras são decididas, por autoridades com legitimidade democratica, tendo em vista o interesse comum das pessoas que constituem o Estado português e que, por acaso, até falam Português e tudo.

Pode ser que um ou outro cientista veja no facto de a sua actividade estar orientada para a utilidade da comunidade um empecilho intoleravel. Este cientista pode então fazer ciência fora da universidade publica, ou mesmo numa universidade publica de um pais cuja lingua ele considera mais comoda.

O que não pode é exigir que o seu interesse egoista - ainda que derive da sua sede de saber - se sobreponha ao interesse dos outros.

Portanto a unica questão que merece ser debatida é se a comunidade fica a ganhar ou a perder com universidades que ensinam em Português. O Desidério acha que não com os argumentos seguintes : para mim e para as pessoas verdadeiramente interessadas por ciência seria mais comodo que o ensino fosse em Inglês, e as outras pessoas que se lixem.

Eu ja não me espanto com isto, mas apenas pergunto : passara pela cabeça do Desidério que são as tais outras pessoas que financiam o ensino publico, e que elas não o fazem por puro altruismo, de maneira que é legitimo que elas possam ter alguma coisa a dizer sobre a questão ? Ou so têm que pagar e calar-se...

Ora se ele se preocupasse minimamente com esta questão, depressa decobriria que as regras que ele não percebe não diferem das que existem em todo o lado e que elas não resultam de imposições fascistas.

Mas procurar compreender esta realidade, pelos vistos, não é considerado ciência. E isto apesar de haver livros dedicados ao assunto em Inglês (e mesmo, em Inglês técnico)...

Desidério Murcho disse...

João Sousa André, repara que não vejo mal algum em fazer seja o que for com a língua, desde que não se obrigue ninguém a fazê-lo. É incoerente queixarmo-nos de sermos obrigados a escrever em inglês senão não temos financiamento do estado, mas defendermos que o estado deve obrigar a escrever em português para dar financiamento. O estado nada deve obrigar, excepto à qualidade académica, e cada académico deve ter a liberdade de escrever na língua que lhe der na gana. De modo que se as pessoas quiserem dar-se ao trabalho absurdo de traduzir para português coisas para as quais há trinta leitores em todo o mundo, não vejo problema nenhum nisso. É tempo perdido, e é pura tolice, mas não vejo problema. Problema vejo em não se dar atenção à publicação de livros de qualidade que ensinem e divulguem a física, filosofia, história, etc. Pois sem isso nunca terás em Portugal, à excepção de uns poucos privilegiados pessoas que podem compreender textos de investigação de ponta de filosofia, física, etc.

Anónimo disse...

Vítor Guerreiro: duas notas.

No cenário "contrafactual" da Península Ibérica, eu também posso dizer que as coisas foram completamente diferentes. É tão "contrafactual" como o seu. Por isso mesmo não me parece relevante para o assunto.

Quanto à questão da influência da língua no pensamento, eu não irei ao ponto de dizer que é fundamental, mas afirmo com covicção que a influência existe. Note o caso das línguas eslavas, que não possuem artigos. Quem as fala tem que usar termos para contornar esse facto. Fá-lo de forma natural, obviamente (tal como quem fala alemão use as regras mais rígidas da língua sem pensar no assunto), mas existe essa adaptação.

Experimente escrever a frase »É esse o ponto da questão» sem o artigo. Fica diferente, não é verdade? Tem então que existir uma pequena mudança na forma de pensar a frase. É um pormenor, sem dúvida nenhuma, mas importante. Exemplo ainda melhor. Diferenciar entre «Essa é a questão importante!» e «Essa é uma questão importante!». Como vê, ainda que não seja o ponto fundamental, a língua em que se pensa é um ponto importante.

João Vasco disse...

Excelentes os textos do Vitor Guerreiro sobre este assunto.

joão viegas disse...

Caros,

Acho que ninguem disse que o Portugues seria "superior" as outras linguas. Apenas estamos a dizer que um cientista, ou um escritor, ou um engenheiro ou um medico portugues tornar-se-a interessante (para os Portugueses e para os outros) na medida em que souber compreender a realidade que o rodeia, a sociedade, em que se insere, etc.

Beethoven tornou-se um grande artista porque nao se limitou a papaguear o que ja existia antes dele, mas procurou dar a sua musica um cunho novo que tinha a ver com a sua personalidade e, inevitavelmente, com o mundo que havia a sua volta.

Em vez disso, poderia ter feito como muitos e ter-se virado exclusivamente para a Italia, onde era suposto acontecer a musica "nobre" da epoca, e ter-se limitado a copiar obras de Salieri ou de outros.

O mesmo aconteceu com Berlioz, com Falla, com Villa Lobos e com Copland.

Obviamente, o que faz o interesse intrinseco de um grande escritor nao pode ser intraduzivel, e acho que ninguem defendeu esta tese absurda. Mas radica no que ele conseguiu trazer de novo, que deriva de a sua compreensao peculiar do mundo que o rodeia. E isto tem obviamente muito a ver com a sua cultura.

Nenhuma lingua, nem nenhuma cultura e "superior" as outras. Apenas ha obras superiores, e essas se-lo-ao precisamente por falarem a todos.

So que ninguem fara obra de interesse se estiver de costas voltadas para a sua cultura. Se nao fosse assim, a educaçao nao serviria para nada.

E so isto.

Desidério Murcho disse...

Portanto, Beethoven é bom porque em vez de imitar os músicos italianos imitou os padeiros alemães.

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