sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O dever de educar a memória

Oitava sessão do ciclo O dever de educar, no próximo dia 10 de Fevereiro, pelas 18h15, na Livraria Minerva Coimbra.

Nos documentos curriculares que orientam o ensino nos seus diversos ciclos, parece atribuir-se à memória um estatuto cognitivo menor, polarizando-se o dever de educar na compreensão e resolução de problemas. Estará esta opção certa à luz dos conhecimentos científicos de que dispomos? Memória e compreensão são capacidades antagónicas ou complementares? A resolução de problemas requer dados retidos na memória? A memória pode treinar-se? E, se sim, como?

A convidada é Maria Salomé Pinho, psicológa e professora da Universidade de Coimbra, tem-se dedicado ao estudo da memória, investigando entre outros aspectos, as relações que esta capacidade estabelece com a aprendizagem.

Local: Livraria Minerva (Rua de Macau, n.º 52 - Bairro Norton de Matos), em Coimbra.

Próxima sessão: 3 de Março.

As sessões deste ciclo são quinzenais e estão abertas ao público.

1 comentário:

Fernando Gouveia disse...

Quando os meus alunos (universitários) me papagueiam a máxima de que se deve compreender, não memorizar, eu corrijo: deve-se memorizar *e* compreender (e o conhecimento não se fica por aí); há coisas que têm necessariamente de ser memorizadas, construindo-se a compreensão a partir daí. Aos que contra-atacam dizendo que não, que tudo deve (porque pode) ser compreendido, pergunto: «Como se chama a sua mãe?» Após o espanto inicial, lá me respondem (digamos, Josefina), ao que eu pergunto: «Se eu encontrar a sua mãe, *compreendo* que ela se chama Josefina, ou alguém me informa disso e eu memorizo esse facto?...» Depois continuo: se a mãe da sua mãe se chamar Antónia, ou compreendo que o senhor tem (ou teve) uma avó chamada Antónia, mas primeiro tive de memorizar os nomes Josefina e Antónia, a relação de parentesco entre elas, e a regra mãe(mãe)=avó; a compreensão constrói-se com os tijolos da memorização de factos anteriores. Não existe a compreensão baseada em nada.

O mais curioso é que a sentença «Não se deve decorar, deve-se compreender» é das coisas que os alunos aprenderam *de cor* na escola...

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