No passado dia 19 de Janeiro, fez exactamente 200 anos que nasceu em Boston o escritor Edgar Allan Poe (portanto, era só um pouco mais velho do que Darwin). Morreu com 40 anos, em Baltimore, devido provavelmente a complicações derivadas do alcoolismo. Para além dos contos policiais pelas quais ele é hoje universalmente conhecido o The Murders in the Rue Morgue (Os Crimes da Rua Morgue) e The Purloined Letter (A Carta Roubada), lembro que foi também o autor em 1835 do primeiro conto de uma viagem espacial com base científica The Unparalleled Adventures of One Hans Pfaall (conto "Um homem na Lua", incluído na colectânea com o mesmo título, Ulmeiro, 2000), que terá influenciado o francês quase seu contemporâneo Júlio Verne (1828-1905), e, em 1848, do poema em prosa cosmogónico Eureka, dedicado ao explorador alemão Alexander von Humboldt (Coisas de Ler, 2004).
Muito se tem escrito sobre Edgar Allan Poe. Mas talvez um dos mais eloquentes nacos de prosa sobre ele continue a ser, passados tantos anos, o final do ensaio "Edgar Allan Poe", do poeta francês e grande tradutor de Poe Charles Baudelaire (1821-1867), que a editora Alma Azul de Coimbra reeditou há pouco tempo:
"Digo-o sem pudor, pois sinto que isto faz parte de um profundo sentimento de piedade e ternura: Edgar Allan Poe, bêbado, pobre, perseguido, pária, agrada-me mais que, calmo e virtuoso, um Goethe ou um W. Scott. Direi de bom grado dele, e de uma classe particular de homens, o que o catecismo diz de nosso Deus: "Ele sofreu bastante por nós".
E no seu túmulo podia escrever-se: "Vós todos que tendes ardentemente procurado descobrir as leis do vosso ser, que haveis aspirado ao infinito e cujos sentimentos reprimidos tiveram de procurar um terrível lenitivo no vinho do desregramento, orai por ele, Agora que o seu corpo purificado nada no meio de seres cuja existência ele entrevia; orai por ele que vê e que sabe; ele intercederá por vós". "
4 comentários:
Edgar Poe pertence à raríssima elite dos que foram originais e acrescentaram qualquer coisa de novo à criação humana. Bastava-lhe ter pela primeira vez sonhado um romance policial, para o seu nome merecer ser gravado a ouro na História da Literatura. Mas ele foi muito mais do que isso. Foi um génio.
Ao lado de Lewis Carrol, de Kafka, de Jorge Luís Borges e de meia dúzia de outros, as obras de Poe integram o núcleo muito restrito daquelas que eu não tolero que estejam a maior distância do que o meu braço estendido.
Dois exemplares de «Narrativa de A. Gordon Pym», de Poe, estão a ser oferecidos em:
http://sorumbatico.blogspot.com/2009/02/passatempo-relampago_25.html
Edgar Alan Poe, era um zuado, rs.
muito pedofilo
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