domingo, 22 de junho de 2008

GRANDES ERROS - INDIANA JONES E A BOMBA ATÓMICA



No filme "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" Indiana Jones (Harrison Ford) depara com uma cidade fantasma no deserto. Em breve se apercebe que está no sítio errado à hora errada. Trata-se de um sítio de teste de bombas nucleares (o filme passa-se em 1957, no tempo da guerra fria) e a explosão vai dar-se dentro de poucos segundos... Como se vai salvar o arqueólogo para nos garantir o resto do filme? Pois mete-se dentro de um frigorífico revestido a chumbo. O aparelho é ejectado com a explosão mas Indiana Jones sai de lá são e salvo para ver o cogumelo atómico.

Spielberg e Lucas são mestres do cinema e muita gente achará a cena verosímil. Mas não é. O local existe mesmo e funcionou para explosões experimentais: é um sítio de testes nucleares no Nevada, não muito longe de Las Vegas (cerca de 100 km a norte da famosa "Strip" de Las Vegas). Trata-se talvez do sítio mais bombardeado do mundo: de 1951 até 1992, quando um tratado baniu os testes deste tipo, realizaram-se ali quase mil explosões, as primeiras aéreas e da partir de 1962 subterrâneas.

Mas o resto está errado, completamente errado. Não se pode escapar do centro de uma explosão nuclear dentro de um frigorífico ainda que blindado. O chumbo poderia atenuar os efeitos das radiações, mas é um bom condutor térmico. A temperatura atingida na explosão não dá qualquer hipótese a quem esteja lá dentro. Mas há mais coisas erradas: por exemplo, o frigorífico revestido a chumbo é muito pesado e a sua inércia impede que ele seja projectado à frente da onda de choque. Este tipo de erros (com importância física, mas sem nenhuma importância cinematográfica) faz-me lembrar um manual de defesa civil do território português dos anos 60 que dizia o que fazer a quem se encontrasse perto do local da explosão. O manual mandava agachar no chão, mas não falava no frigorífico...

7 comentários:

alvares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
alvares disse...

E o Peter Pan jamais poderia voar....

Tiago Moreira Ramalho disse...

Eu não percebo nada de física... mas o facto de o frigorifico ser um frigorifico nao arrefeceria as coisas?

JSA disse...

Não Tiago, não arrefeceria. Pelo menos não o suficiente. Além disso, seria provavelmente o próprio frigorífico a ser desintegrado pela explosão (não sei a que edistância estava o "nosso herói" no momento da explosão, mas assumo que fosse muito perto). mas é pouco importante. No cinema, a ciência de pouco conta. Basta lembrar que me lembro de apenas dois filmes em que as naves espaciais não geravam ruído no espaço sideral (tal como é a realidade): "2001 Odisseia no Espaço" e "Serenity". O resto é tudo "suspension of desbelief", nada mais.

O curioso no post é o tal manual. É verdade que de nada serviria, mas a função desses manuais nada tem a ver com seguramça real. Tem antes a ver com uma tentativa de transmitir segurança à população civil. É verdade que deitarem-se no chão de nada serviria, mas também é verdade que, julgando que ajudaria, as pessoas se sentiriam mais seguras e aceitariam melhor a ameaça. É tudo uma questão de perspectiva.

P Amorim disse...

E o que dizer do campo magnético criado pela cabeça dentro do caixote?
Quantos tesla seriam necessários para que as balas atiradas ao ar fossem atraídas àquelas distâncias?É só filme...divirtam-se com ele.

Nostalgia disse...

Mas a saga Indiana Jones tem sempre elementos inverosímeis...Faz parte da sua essência...Andou aí tanta crítica ao filme...Por exemplo no segundo filme da saga acham verosímel o arrancar-se um coração daquela maneira e a pessoa continuar viva? Ou então a cena, no primeiro filme da saga em que o avião prestes a despenhar-se resolvem aquilo com o enfiarem-se num barco de salvamento e cair em quedas de água dignas de Niagara, e saírem ilesos? Podia aqui inumerar uma série de cenas inverosímeis da saga...mas não o faço porque acho que já deviam saber que é uma saga de aventura e do fantástico...
Aceite-se um pouco de fantasia também :)

Planta disse...

e portugues eh tdo burro e n entende a pidada

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