sábado, 9 de maio de 2020

UM CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA


“O amor é aquilo que depois do casamento se chama engano” (Oscar Wilde).

Aproximando-se o período eleitoral contam-se espingardas  e uns tantos tabus vão sendo desfeitos.

Neste particular bateu recordes Marcelo Rebelo de Sousa hábil jogador nesta  complexa e matreira matéria. Ficámos, finalmente,  a saber que se recandidata à Presidência da República  o que não me causa  perplexidade.

Após o seu  namoro com o Partido Socialista, com altos e baixos em que o pico maior de arrufo sucedeu aquando do sacudir água do capote de ambos na polémica gerada pelas recentes comemorações de1.º de Maio, é anunciado,  agora, com pompa e circuntância, um casamento de conveniência  para assegurar vitórias para a Presidência da República  e para as   legislativas por parte do Partido Socialista sem a sobrecarga de uma  Geringonça posta na sucata. 

Como reagirão  os seus “compagnons de route” abandonados na berma da estrada? Que acordos farão num momento em que o Chega continua a crescer em percentagens  comparativas com outros partidos que vão ficando para trás, entre eles o CDS com tradição no panorama político nacional, um dos baluartes  contra a ditadura do  Partido  Comunista  durante o chamado “Verão Quente”?

Os esponsais por conveniência entre o Presidente da República e o PS têm os convites feitos e o luxuoso e farto “Copo de Água” encomendado com os convidados com água a crescer na boca receosos que a água do copo  se possa entornar  à porta do Registo Civil!

Estas simples questões levantadas por quem pouco percebe de política,  a não ser sentir na pele os seus reflexos sobre os cidadãos agravados numa época de crise  por os entes da numerosa família socialista  preenchem os lugares da governação num espécie de herança monárquica que passa de pais para filhos e, por vezes, sobra para parentes menos chegados e amigalhaços. Quase a totalidade destes cavalheiros e senhoras fazem manchete nos jornais e abrem os noticiários televisivos com escândalos diários que ferem de morte a fazenda pública.

Não me compete e, muito menos,  tenho o perfil de analistas, pagos a peso de ouro, que enchem  os ecráns televisivos, prevendo o que se vai passar e desculpando-se, posteriormente,  do seu papel de falsos profetas  Nessa não caio eu porque avisado estou pela crítica mordaz de Mark Twain: “A profecia é algo muito difícil, especialmente em relação ao futuro”.

Todavia, dado que Marcelo Rebelo de Sousa não podendo recandidatar-se a uma terceira eleição não tem nada a perder, arrisco que ainda vamos assistir a muito escaqueirar de louça entre Costa e Marcelo  desavindos. Aposto, mesmo,  dobrado contra singelo!

Sem comentários:

A panaceia da educação ou uma jornada em loop?

Novo texto de Cátia Delgado, na continuação de dois anteriores ( aqui e aqui ), O grafismo e os tons da imagem ao lado, a que facilmente at...