À memória de
Glória de Sant’Anna
Bela poetisa, que viveu no norte de Moçambique,
face à esplendorosa baía de Pemba
Eras discreta e boa ouvinte,
sabias ouvir a dor e o mar.
Era com um sossegado requinte,
que tu conseguias auscultar.
Eras curiosamente daltónica,
não distinguias o branco do preto.
Tua arte era suave, mas tónica,
dando ânimo aos que estavam num gueto.
O silêncio azul da tua água
continha em si vozes bem profundas,
capazes de acolher tanta mágoa!
Com tua água transparente,
afundas
tanto ódio e tanto preconceito,
deixando o malfeitor desafeito!
Eugénio Lisboa
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