Recupero palavras de Eduardo Marçal Grilo, ex-Ministro da Educação, constantes na entrevista que deu ao Jornal de Letras, n.º 1370 (ano XLIII) de 5 a 18 de abril deste ano. A entrevista saiu com o título "O que está em jogo na Escola". Os destaques são meus.
"Politicamente [a educação] tornou-se um tema dominante na opinião pública, com cada um a emitir opiniões, umas muito refletidas, racionalizadas e construtivas, mas outras despidas de qualquer relevância por terem como único objetivo aumentar a confusão, a entropia e a desordem que, para alguns, é objetivo central que pretendem instalar, não apenas nas escolas, mas também em tudo o que possam ser serviços prestados pelo Estado, ou seja, serviços de saúde, transportes, segurança social, polícias, tribunais e forças armadas.
Não tenhamos dúvida alguma. Estes movimentos semi-inorgânicos, que estão hoje espalhados por toda a Europa e que recentemente chegaram a Portugal, não têm quaisquer outros objetivos que não seja desmantelar e destruir o que existe, sem que, em alternativa, apresentem qualquer proposta exequível a não ser o caminho para o caos onde, então, poderão ditar as suas leis e impor os modelos".
2 comentários:
Quem está a abrir "o caminho para o caos" na educação não são os "movimentos semi-orgânicos". São as próprias instituições governamentais, capturadas por pessoas doutoradas em educação, que querem "desmantelar" a escola antiga, entendida como o lugar privilegiado de ensino/ aprendizagem, para, sobre as seus muros derribados, construírem a "escola dos pobrezinhos", livre de "conhecimentos enciclopédicos", mas cheia de amor e carinho pelos filhos do proletariado, onde a filosofia orientadora de professores e alunos deve ser preferencialmente o ubuntu. A escola transforma-se assim numa espécie de casa de caridade, onde para além do pão, da sopa e de bebidas sem álcool fornecidas gratuitamente, ou a preços módicos, também se fabricam facilmente, para todos, vistosos diplomas, indispensáveis para entrar em "Faculdades" onde se formam ricos burgueses, como professores e educadores de infância!
E o que é a semestralização, imposta pela tutela às escolas, senão a separação completa entre o calendário escolar, estabelecido no respeito pelos ciclo das estações do ano e das festas religiosas, provocando, juntamente com os tempos letivos de 90 minutos - porque um dia a Doutora Ana Benavente se lembrou que os cinquenta minutos eram do tempo do fascismo -, uma gestão contra-natura do tempo nas escolas EB 1, 2, 3 + JI + S.
Esta é a minha opinião bem intencionada.
No post anterior eu queria dizer isto:
"E o que é a semestralização, imposta pela tutela às escolas, senão a separação completa entre o calendário escolar, estabelecido no respeito pelos ciclo das estações do ano e das festas religiosas, e os horários de trabalho dos encarregados de educação, provocando, juntamente com os tempos letivos de 90 minutos - porque um dia a Doutora Ana Benavente se lembrou que os cinquenta minutos eram do tempo do fascismo -, uma gestão contra-natura do tempo nas escolas EB 1, 2, 3 + JI + S."
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