onde cada palavra é pesada
e onde se rejeita, com vigor,
a obscuridade tão venerada!
Com claridade, rompemos a névoa,
a claridade apunhala o obscuro.
A claridade exibe a coroa
de um reino que afasta o impuro.
A claridade ilumina os recantos,
onde se anicha o falso pensamento
e dá a todos os nossos espantos
a luz tão necessária ao seu alento.
A claridade agarra o rei das trevas
e arranca-o às tontices medievas!
Eugénio Lisboa
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Explicação: Para atazanar os obscuros, os obscurantistas e os que gostam de se esconder no escuro… Tudo gente geralmente muito apreciada no meio literário, muito louvada, premiada, condecorada e utilizada nos manuais e, ocasionalmente, aclamada nas universidades, onde se tornam matéria-prima privilegiada de mestrados, doutoramentos e até canonizações laicas. No obscuro, dizem, anicham-se grandes riquezas – a serem realmente descobertas, como devem, dentro de duas ou três gerações ou até num futuro galacticamente distante. Gente muito bebida em Bandarra e seus discípulos da Filosofia Sibilina. Gente que cultiva uma literatura que não é feita para ser lida, mas, sim, decifrada e, uma ou outra vez, arremessada.
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