Minha mensagem na Visão de hoje (parabéns à Visão pelos 1500 números):
Espero que esta mensagem, colocada
dentro de uma garrafa, chegue, depois de muitos mais números da Visão (quiçá
mais 1500, o que significa no ano 2050), a alguém que a leia. Dado o
crescimento do nível das águas do mar, a garrafa poderá ser encontrada numa
zona que hoje está afastada da beira marítima. No quadro das alterações
climáticas em curso, uma das mais inexoráveis é, de facto, a subida da água do
mar, devida em boa parte à fusão de massas de gelo polares e dos glaciares de
altitude.
Para parar essas alterações, é preciso que o pico de emissões de dióxido de carbono seja atingido nas décadas mais próximas, o mais tardar até 2050, e, assim, quem me leia possa ter mais esperança na boa habitabilidade do planeta do que nós temos hoje. A Terra, que bem se poderia chamar Água ou Mar, é, na prática, o único sítio onde a Humanidade pode viver e é, de resto, um sítio maravilhoso para se viver. Sei bem que é obrigação da minha geração legar a nossa «casa» em bom estado às próximas gerações, a quem me vier a ler. Nós, quem hoje vive e quem amanhã viverá, não somos possuidores da Terra, mas apenas seus habitantes durante o nosso tempo de vida. A ciência, que recebemos e transmitimos, tem-nos proporcionado um cada vez maior conhecimento do mundo e, com ele, melhores condições de vida. Sem a ciência estaríamos decerto perdidos. Mas não é apenas a ciência que nos salva. É preciso uma forte vontade colectiva, uma vontade que, em qualquer presente, seja solidária para com o futuro.
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