quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

"A escola não é um parque de atracções"

 "Vivemos tempos estranhos: ensinar confunde-se com entreter, o emotivismo impõe-se à emotividade e o entretenimento aquieta o conhecimento." 

 

Neste livro publicado em 2020, o filósofo, pedagogo e ensaísta espanhol Gregório Luri analisa a situação actual da escola e as políticas educativas de cariz economicista que põem de lado o conhecimento e a exigência, em favor do lúdico e do facilitismo. Defendendo o valor do conhecimento poderoso, aquele que compete à escola transmitir ao aluno, critica o empobrecimento intelectual a que se condenou toda uma geração que sai da escolaridade obrigatória sem os conhecimentos fundamentais, e sem saber distinguir "um facto de uma opinião".

Numa entrevista ao jornal digital "Vozpópuli", em Março de 2020, afirma que:

"Se a escola está em crise não é por ser uma instituição vetusta, mas por ter esquecido a sua nobre função: a de reduzir, no mínimo tempo possível e no maior número de alunos, a distância entre a ignorância e o conhecimento poderoso."

Alertando para o facto de estarmos a viver uma "batalha cultural", incita a que cada um defenda sem complexos aquilo em que acredita, pois:

"Há que defender aspectos essenciais da transmissão do melhor da nossa herança e a memória é um delas."

E destaca:

"Em educação damos mais atenção ao bonito que ao rigoroso. O que eu digo é que não há substituto do esforço e creio que uma das grandes satisfações desta vida é o esforço intelectual que encontra a resposta para o que se procura."
"As novas tecnologias permitem chegar a muitas coisas e proporcionam muitos recursos, mas eu defino-as como próteses antropológicas que ampliam o que já eras. "

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