domingo, 30 de dezembro de 2018

Adira à nova moda: implante um "microship". É tão fácil e rápido como fazer um piercing!

Numa notícia da Euronews de ontem, passada na RTP, dizia-se que a implantação de microchips no corpo humano é, agora, além de uma questão de comodidade, de funcionalidade, de utilidade, uma questão de moda.
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Imagem recolhida aqui.
Na breve notícia  não se percebeu nenhum sobressalto na voz muito técnica de quem a leu, não se deu conta de nenhuma interrogação da parte de qualquer entidade e também não se introduziu nenhum comentário especializado. Apenas a declaração inequívoca e airosa de que o apetrecho garante destaque social, o que se torna tanto mais convincente por ser ilustrada com gente sorridente, jovem e bela.
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É moda, sublinho, na Europa, continente onde a escolaridade obrigatória anda pelos dez anos ou mais, onde se tem acesso fácil a livros, jornais, internet. Acresce que tanto os implantadores como os implantados parecem ser de um nível cultural, académico e social médio ou acima disso. Estes dois aspectos tornam ainda mais desconcertante a ausência de um toque de apreensão por parte dessas pessoas, já nem falo em crítica... É certo que os microchips também ganham adeptos na América, do Norte e do Sul, e na Oceania, mas é da Europa que me centro.

Parece que Estocolmo, com todo o seu conforto material, é, neste final de 2018, a cidade como mais "microchipados": o número, que vai para 4.000, subiu rapidamente nos últimos meses e espera-se que assim continue.

Abrir portas, usar computadores e impressoras, substituir bilhetes de transportes públicos, fazer pagamentos da mais diversa ordem, substituindo o cartão bancário, e monitorizar o funcionamento do corpo a todo o momento estão entre as grandes e maravilhosas vantagens apontadas aos microchips, além que não são caros e certas empresas têm a "amabilidade" de os oferecer. 

Há outros argumentos mobilizadores, talvez ainda mais potentes. Quem resiste a estes dois: "é como colocar um piercing", "não ter o microchip é estar ultrapassado"?

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Textos consultados: aquiaquiaquiaqui e aqui
Textos que escrevi antes sobre o assunto: "Tecnologia e dignidade. Aplicação de microchips em pessoas"aqui, aqui, aqui e aqui.

Sem comentários:

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