domingo, 9 de dezembro de 2018

Será preciso um guia para os professores usarem a "internet" no seu trabalho?

"A amizade de professores e alunos no Facebook é uma realidade, 
no entanto é uma questão que tem levantado alguma polémica. 
Será indicada e ética esta relação? Pode prejudicar ou, por outro lado,
é um facilitador de comunicação entre ambas as partes?"

Esta escola chegou a ter uma página no Facebook, 
no entanto foi uma experiência sem resultados satisfatórios 
«Parámos de colocar conteúdo pois nem todos agem de forma ética. 
Há comentários maléficos, e não queremos alimentar esse tipo de movimento 
Preferimos ficar à margem das redes sociais»”.

Texto datado de 2012 (aqui)


A generalização do correio electrónico e das plataformas online, bem como dos blogues e das redes sociais, trouxe, aparentemente novas questões respeitantes à relação pedagógica, mais concretamente, à relação entre professores e alunos. Digo aparentemente porque as questões que se colocam são de princípio e, portanto, de sempre, apenas mudaram as suas roupagens.

É certo que o sentido da palavra "amizade" esbateu-se, modificou-se, em virtude de tal generalização; o mesmo aconteceu ao sentido da expressão "relação pedagógica". No que a esta expressão diz respeito, a "assimetria" que a caracterizou, deixou de ser mencionada na literatura educacional, foi praticamente esquecida. Em contrapartida, professores e alunos passaram a ser encarados num plano de igualdade, académica e pessoal. Assim, não se vê  nada de estranho em serem considerados "amigos" e, nessa qualidade, que comuniquem pelos referidos meios, fora do espaço e tempo escolar

Há escolas que têm, contudo, achado essa situação contraproducente e agido em conformidade.

Um exemplo é dado pelo Departamento de Educação em Nova Iorque, que publicou um guia de boas práticas destinado a professores, alunos e funcionários. No respeitante aos professores aí se esclarece que não podem comunicar com os alunos em redes sociais, blogues, etc. A comunicação online, dependente da conta do departamento, a acontecer, tem de ser estritamente profissional.

Outro exemplo é dado pelo Colégio Farroupilha, em Porto Alegre, Brasil, que tem procedimento idêntico (ver na imagem o Guia de Postura nas Redes Sociais, que criou).
Diz Luciana Motta, psicóloga deste colégio: “A nossa preocupação é garantir que os papéis fiquem bem definidos. Professor é professor, aluno é aluno, e é assim que deve ser também nas redes sociais.”
Voltando ao princípio deste texto: será preciso um guia para que os professores orientem, nestas e noutras matérias, as suas práticas? Práticas que dependem da adopção de princípios que estruturam a sua profissão ? Pelos vistos, é.

Ver textos de interesse aqui e aqui

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