segunda-feira, 5 de março de 2018

"Um futuro sem livros seria a morte da humanidade"

Na sequência de alguns textos aqui publicados sobre o encerramento de livrarias, deixo este breve apontamento:
“Um futuro sem livros seria a morte da humanidade” — são palavras do filósofo espanhol Emilio Lledó em entrevista ao jornal diario Sur, de Málaga, em 19 de Fevereiro de 2018, a propósito do Prémio Internacional Humanismo Solidário Erasmo de Roterdão, que lhe foi atribuído. (aqui)
Lledó fala sobre memória, cultura e linguagem, valores fundamentais, e afirma que está a haver um retrocesso na sociedade contemporânea.
“A nossa educação está a ser basicamente informática e esse conhecimento é fundamental no nosso tempo, mas é só uma parte. O essencial é a linguagem, a reflexão, a filosofia, a literatura... O mundo digital é importante, mas por debaixo disso está a linguagem da cultura, a tradição, a memória."
Questionado sobre a batalha em prol da cultura e do estudo da filosofia, responde:
"Não sei se estou enganado, mas é maravilhoso poder dialogar com autores como Platão, Aristóteles, Ésquilo, Homero. A característica da literatura clássica é o facto de estar viva. Mas, muitos dos que escrevem agora, talvez dentro de 30 anos não haja quem os leia."
À afirmação do jornalista “li um conto sobre um futuro próximo em que os livros são peças de coleccionadores” responde:
“Seria terrível, a morte da humanidade.”

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