Na sequência de alguns textos aqui publicados sobre o encerramento de livrarias, deixo este breve apontamento:
“Um futuro sem livros seria a morte da humanidade” — são palavras do filósofo espanhol Emilio Lledó em entrevista ao jornal diario Sur, de Málaga, em 19 de Fevereiro de 2018, a propósito do Prémio Internacional Humanismo Solidário Erasmo de Roterdão, que lhe foi atribuído. (aqui)Lledó fala sobre memória, cultura e linguagem, valores fundamentais, e afirma que está a haver um retrocesso na sociedade contemporânea.
“A nossa educação está a ser basicamente informática e esse conhecimento é fundamental no nosso tempo, mas é só uma parte. O essencial é a linguagem, a reflexão, a filosofia, a literatura... O mundo digital é importante, mas por debaixo disso está a linguagem da cultura, a tradição, a memória."Questionado sobre a batalha em prol da cultura e do estudo da filosofia, responde:
"Não sei se estou enganado, mas é maravilhoso poder dialogar com autores como Platão, Aristóteles, Ésquilo, Homero. A característica da literatura clássica é o facto de estar viva. Mas, muitos dos que escrevem agora, talvez dentro de 30 anos não haja quem os leia."À afirmação do jornalista “li um conto sobre um futuro próximo em que os livros são peças de coleccionadores” responde:
“Seria terrível, a morte da humanidade.”
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