Num certo país europeu não distante do nosso, o ensino da cultura e das línguas clássicas, sobretudo do latim, tem-se mantido no centro do currículo. Essa situação vai mudar já a partir do próximo ano lectivo, em virtude da reforma educativa que passará a vigorar.
Grande contestação de académicos, professores, pessoas comuns. Isto nas mais diversas formas: cartas, artigos de jornal, debates, petições... Claro está que os partidos políticos, de direita e de esquerda, não podiam deixar de intervir: uns a favor de esse ensino continuar em primeiro plano; outros a favor de ele ser relegado para um plano secundário.
Em finais de Maio passado surgiu no Parlamento Europeu uma proposta de resolução bem escrita, invocando argumentos adequados. Mandaram-ma com entusiamo e recebi-a do mesmo modo: até que enfim uma questão relativa ao conhecimento fundamental, ao conhecimento que deve chegar a todos, ia ser debatida numa instituição que se tem mostrado mais preocupada com a preparação escolar que se ajuste ao mercado de trabalho!
Habituada à ideia de que, em política educativa, quando uma coisa se afigura boa há muitas probabilidades de ser, realmente, o contrário, procurei informação suplementar...
Lamentavelmente, mais uma vez, confirmei o meu "pré-conceito": a proposta de resolução era de um partido (o leitor já terá adivinhado) de extrema direita.
Que tristeza quando o conhecimento fundamental é defendido pelas direitas e é ignorado ou negado pelas esquerdas, e não apenas nem principalmente neste país mas um pouco por toda a Europa.
É que o conhecimento fundamental, com valor, que devemos preservar e ter a pretenção de ampliar não é das esquerdas nem das direitas é de todos.
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1 comentário:
Parece que tem de se arranjar tempo para outras técnicas de aprendizagem como esta pretensão da microsoft, quer comentar esta professora Helena Damião?
http://tek.sapo.pt/extras/site_do_dia/artigo/microsoft_quer_levar_o_minecraft_para_a_educacao-43261ewl.html
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