Charles Lyell |
Autor do conhecido Princípio do Uniformitarismo, mostrou que os processos geológicos se desenvolvem de forma natural, devido a processos físicos, químicos e biológicos actuantes de forma lenta, gradual e contínua ao longo dos tempos, ou por outras palavras, que a natureza manteve, desde sempre, as mesmas leis. Entretanto, na Alemanha, Christian Gottfried Ehrenberg (1795-1876), zoólogo e microbiólogo, deixou-nos a sua contribuição ao estudar durante três décadas, centenas de espécies de micro-organismos actuais e fósseis, incluindo diatomáceas, radiolários e foraminíferos, cujos resultados figuram em cerca de 400 publicações.
Uma entre as muitas
ilustrações de foraminíferos desenhadas e anotadas por Ehrenberg, em 1830
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Fundador da morfologia comparada entre vegetais fósseis e actuais, Alexandre Brongniart deixou-nos Histoire des végétaux fossiles (1828-1837), trabalho notável que abriu caminho ao estabelecimento de relações entre as plantas do passado e as do presente. Contemporâneo de Adolphe Brongniart, o médico português Bernardino António Gomes (1806-1877) foi pioneiro no estudo da flora fóssil do Carbónico de Portugal, tendo-nos deixado a sua publicação Flora fóssil do terreno carbonífero das vizinhanças do Porto, Serra do Buçaco, e Moinho da Ordem, próximo a Alcácer do Sal, editada em 1865.
Homenagem a Bernardino António Gomes no Jardim Botânico da Universidade
de Lisboa
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Doutor em Filosofia Natural e em Medicina, Oswald Heer (1809-1883), de nacionalidade suiça, começou por se interessar por entomologia, depois por botânica, acabando por se tornar um especialista e um dos pioneiros da paleobotânica, à escala internacional, nomeadamente, pelas suas investigações sobre a flora do Cenozóico de vários locais do mundo, incluindo Portugal, num estudo que publicou em 1881, intitulado Contributions à la flore fossile du Portugal, numa edição da Secção dos Trabalhos Geológicos de Portugal.
Richard Owen ao lado do esqueleto de Dinornis. |
Nos seus estudos sobre aves fósseis e actuais figuram a moa gigante (Dinornis), da Nova Zelândia, extinta há menos de mil anos, e a célebre Archaeopteryx, a ave com dentes e cauda, do calcário litográfico do Jurássico superior de Solenhofen, da Baviera. Owen estudou ainda as ossadas de mamíferos extintos da América do Sul, recolhidos por Darwin, tendo descrito os géneros Glyptodon, Mylodon, Megatherium e Toxodon, e outras da Austrália, dando a conhecer os géneros Diprotodon e Thylacoleo, além de uma espécie de canguru extinto e outra do wombat gigante.
Megatherium |
Do seu trabalho destaca-se a descoberta de espécies de dicotiledóneas no Cretácico inferior de Cercal (Ourém), num nível muito mais antigo do que até então era conhecido, passando a localizar-se em Portugal, segundo ele, o berço deste grande grupo botânico. Nos Estados Unidos da América, a paleontologia dos dinossáurios começa em 1854, com a descoberta, no estado de Montana, de dentes fósseis deste tipo de répteis, identificados como sendo de Hadrosaurus foulkei, por Joseph Leidy (1823-1891), da Academia das Ciências de Filadélfia e autor de Extinct Fauna of Dakota and Nebraska, editado em 1869. Esta espécie pertencente a um grupo conhecido por dinossáurios "bico-de-pato", característicos do Cretácico, foi assim designada em homenagem a William Parker Foulke (1816-1865), da mesma Academia, também ele um nome importante e entre os seus pares.
Hadrosaurus foulkey |
Na sequência disso, fez estudos universitários e fundou o Museu Peabody, na mesma cidade, no qual desenvolveu notável e longa carreira científica. Licenciado pela Universidade de Yale, em 1860, estudou depois geologia e mineralogia na Scientific School de Sheffield, em New Haven (Connecticut), e paleontologia e anatomia comparada em Berlim, Heidelberga e Breslau. Regressado ao país, foi nomeado professor de paleontologia dos vertebrados na sua universidade.
Othniel Marsh (à esquerda) e Edward Cope |
Entre si, escreveram mais de dois mil trabalhos científicos, tendo, além disso, desenvolvido técnicas de escavação, ainda hoje utilizadas. Tal actividade, muito conhecida, também e sobretudo, nos seus aspectos negativos à margem da ciência, foi o começo de uma autêntica "corrida aos dinossáurios". Na sequência desta ”corrida aos dinossáurios”, apareceram os mecenas, os filantropos e as instituições financiadoras das expedições, explorações e pesquisas científicas; surgiram academias, sociedades científicas e novos museus.
Continua...
A. Galopim de Carvalho
4 comentários:
Professor, gostei do seu Hipparion gracile do Miocénico de Pikermi (Grécia), do outro lado do rio.
Sabia que o Führer foi operado ao maxilar? Por isso, tinha uma maneira esquisita de mexer a boca. Parecia que um ovo circulava de uma bochecha para a outra. Não sendo vegetariano, não comia carne, só ovos e peixe e saladas de todo o tipo e, por isso, não tinha necessidade de se servir da faca...
conocimiento extraordinario, que nos ayuda a aprender gracias
ele nem era professor há 20 anos e muito menos o é agora
se gostaste do bicho chupa-lhe os ossos
de Pikermi...como se a zoogeografia valha-nos o pedro rodrigues viesse com a taxonomia-tafonomia fossilífera
também snifas cola
coño mesmo
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