domingo, 11 de outubro de 2020

ATÉ DOS PÂNTANOS BROTAM NENÚFARES



Acabo de ler um texto do jornalista Nicolau dos Santos, salvo erro, na revista da TAP, em que ele numa longa pesquisa exalta epicamente os progressos feitos em Portugal nestes últimos trinta anos. 

Progressos reais que não devem sofrer total contestação pelo risco de perda de isenção Pela extensão, do seu texto extraio nacos de prosa, que comento, “en passant”, opondo um amador da escrita (eu) a um profissional desse mister (ele). 

Até dos pântanos brotam nenúfares. Saudemos pois esses nenúfares do pântano em que corre o risco de se se tornar o Serviço Nacional de Saúde coroa de glória do seu criador, António Arnaut; do pântano onde é citado José Saramago e é esquecido o nosso primeiro Prémio Nobel António Egas Moniz (por não pertencer à actual geração socialista?); do pântano que calça milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o 2.º calçado mais caro a nível planetário e onde se vê pedintes com tiras de pano roto nos pés para os proteger do frio; pântano que fabrica lençóis inovadores onde dormem 30 milhões de americanos e onde tentam adormecer portugueses na rua ou debaixo das pontes ao lado de cães seus fiéis amigos a eles abraçados aquecendo-se mutuamente do frio invernoso cobertos com os andrajos que vestem durante o dia; pântano onde se abandonam os cães na rua por deixarem de interessar aos meninos que fizeram birra para os pais os adquirirem e por eles deixarem de se interessar ; pântano de um país que tem os seus propagandistas do regime pagos para o efeito enquanto eu redijo este apontamento "pro bono", etc.etc.

Este o paradoxo de um mundo de fronteiras comunitárias que, para inglês ver, varre o lixo para debaixo do tapete e limpa as pratas da casa, por vezes, de estanho, que possam servir de espelho onde os visitantes, previamente anunciados, se possam mirar!

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