terça-feira, 6 de novembro de 2018

Uma escola portuguesa sem telemóveis

Os directores escolares e os professores, no quadro da sua autonomia profissional, não podendo, em princípio, deixar de seguir as directrizes da tutela, têm o dever de tomar as decisões que beneficiam os alunos. A sua responsabilidade primeira é para com eles, pugnando pela sua instrução e também pela sua formação, isto no que é específico da educação formal.

Essa autonomia não é de agora, ou de finais do século passado, quando se viu amplamente afirmada. De facto, mesmo em tempos mais sombrios, ela não abandonou o espírito de muitos.

Os sistemas de ensino funcionam porque há directores e professores que, não obstante as políticas educativas (que, em geral, estão longe de o ser; em vez delas e fazendo-se passar por elas, encontramos interesses vários), insistem no seu dever.

Digo isto a propósito de uma decisão que a Escola EB23 de Lourosa, Santa Maria da Feira, tomou recentemente: à semelhança do que se passa em França neste ano lectivo, por determinação do Ministro da Educação, proibiu o uso de telemóveis em todo o recinto escolar, não só nas salas de aulas mas também nos recreios.

Deixo os leitores com parte do texto que António Duarte escreveu sobre o assunto no seu blogue Escola Portuguesa:
"Quem leva o aparelho para a escola tem de o entregar ao professor no início da primeira aula, só o recebendo de volta ao final do dia de escola. O que motivou a aplicação desta medida foi uma constatação que já todos os professores fizeram: as crianças e jovens interagem muito pouco nos recreios escolares, passando a maior parte do tempo entretidos com os telemóveis. E perante isto surgiu a ideia radical: recuperar, banindo o uso dos aparelhos electrónicos, o convívio, as brincadeiras e os jogos típicos dos intervalos escolares. No início, houve algumas resistências. Foi preciso firmeza – e aplicar alguns castigos – para que todos percebessem que a tolerância zero aos telemóveis era mesmo para cumprir. Mas agora, lendo a reportagem do JN, fica a ideia de que todos – alunos, pais, professores – parecem sentir-se agradados com a nova situação."
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