Percebo toda esta estratégia das televisões privadas ao serviço, que estão, de interesses e ideologias contrárias às do PS e dos seus aliados no Parlamento. Mas já não entendo uma actuação muito semelhante por parte da televisão pública. «Com amigos destes, não precisamos de inimigos» diz o povo.
Quem me lê em todos fóruns em que escrevi e escrevo e quem me ouve sabe do meu apoio à actual solução governativa e a António Costa, político que conheço há muitos anos, que estimo e que contou com o meu voto, quer na Câmara Municipal de Lisboa, quer no Governo da Nação. Também conhece a minha absoluta independência dos aparelhos partidários, estruturas fundamentais de democracia, onde a política tem sido adaptada ao sabor de interesses, nem sempre confessados.
Posta esta ressalva
Ocorre-me trazer hoje aqui estas palavras do nosso Primeiro Ministro, em finais de 2016, na cerimónia de entrega do Prémio Manuel António da Mota, no Palácio da Bolsa, no Porto. Disse, preto no branco:
“De uma vez por todas, o país tem de compreender que o maior défice que temos não é o das finanças. O maior défice que temos é o défice que acumulámos de ignorância, de desconhecimento, de ausência de educação, de ausência de formação e de ausência de preparação”.Uma afirmação que vem ao encontro do que, há muito, ando a dizer e que, para infelicidade de todos nós, não passou de palavras e a verdade é que não vejo qualquer propósito de alteração (eu gosto de dizer “vassourada”) no ministério da tutela.
Por todo o lado, oiço dizer que, à semelhança de outras tutelas, a educação está sujeita à “ditadura das finanças” (leia-se Centeno), mas eu gostava de acreditar que o Primeiro Ministro tem uma explicação credível para esta nódoa da nossa democracia.
A. Galopim de Carvalho
Lisboa, 18 de Novembro de 2018
Sem comentários:
Enviar um comentário