quarta-feira, 7 de novembro de 2018

"HÁ CIÊNCIA E POESIA NAS COISAS DO DIA A DIA"

A professora de Físico-Química Regina Gouveia, que por ser professora dessa disciplina e poeta com temas de inspiração científica, é uma seguidora de Rómulo de Carvalho / António Gedeão. Ela própria já ganhou o Prémio Rómulo de Carvalho, em 2005, Ano Internacional da Física. Com vários livros publicados em várias editoras ("Era uma vez ciência e poesia no reino da fantasia". Campo das Letras, 2ª ed. e Palavras e Rimas, 3ª ed.;   "Ciência para meninos em poemas pequeninos", Gatafunho, 2ª ed., Porto Editora, 3ª ed.; "Pelo sistema solar vamos todos viajar",  Ana Paula Faria Editora;  "Breve História da Química", 7 dias 6 noites), brindou agora os seus admiradores, entre os quais me incluo, com o livro, em edição de autora, com o título de cima, ilustrado pelos seus filhos e netos Miguel Gouveia, Nuno Gouveia, Rita Gouveia, José Gouveia, Bernardo Gouveia e Marta Gouveia.

O estilo pedagógico e sedutor da autora está bem patente no segundo poema:

"O bichinho da ciência

O bichinho da ciência vamos todos
procurar.
Como o vamos encontrar?
Basta-nos saber olhar para depois
perguntar.
Porque é que a lua não cai? Para onde é
que ela vai quando à noite segue o dia?

Porque  é
que o dia e a noite se sucedem à porfia?
Como pode flutuar um pesado petroleiro,´
que anda de mar em mar navegando o dia
inteiro?

Como é que no
céu noturno, uma luneta nos permite ver
Saturno, lá tão longe, tão distante?

Como surgem luz e cor e o ruído
dum tabor?
Como pode a voz chegar ao outro lado do
mar e quase no mesmo instante?
Ser´
a que vai num barquinho
que voga tão ligeirinho que mal parte
está a chegar?
A ciências vai responder se soubermos
perguntar.

É essa a sua magia
e por isso é divertida mas por vezes está
escondida aqui, ali, mais além e dentro dos
livros também."




2 comentários:

regina disse...

Obrigada Professor Fiolhais pela generosidade das suas palavras
Regina Gouveia

Anónimo disse...

Nos meus tempos de liceu, um dos mais belos poemas que aprendi foi a descrição científica de uma flor de uma planta angiospérmica.
Ultimamente, as políticas de ensino minimalista (Aprendizagens Essenciais) do ministério da educação pretendem expulsar das escolas a poesia e a ciência!

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