Paris, um quarto no quinto andar, pão
leite e chocolate, umas
maçãs e carvão para carregar,
des briquettes, o
seu odor especial,
de madrugada: Paris
o agradável cheiro a carvão, enquanto ela
se debruçava sobre a janela antes de
partir para o trabalho.
- uma fornalha, uma cavidade sofrendo dores
até à cisão; um vazio,
uma mulher, à espera de ser cheia
- a luminosidade dos elementos, a
corrente que avança!
Pecheblenda da Áustria, a
valência do Urânio inexplicavelmente
aumentada. Curie, o homem desistiu
do seu trabalho para a apoiar.
Mas ela está grávida!
Pobre José,
dizem os italianos.
Glória a Deus nas alturas
e paz na terra e aos homens
de boa vontade!
Acreditem ou não!
Uma alteração
na valência do Urânio
(se está interessado)
conduz à descoberta
- para analisar
um composto e nele
isolar o metal:
hidrogénio
a chama, hélio a
cinza fértil
(…)
o conhecimento, o urânio
contaminador, o complexo átomo, fraturando-se
em si mesmo, uma cidade, esse complexo
átomo, sempre a fraturar-se.
sem parar.
Mas libertando aquilo que, numa
lamela exposta, há de revelar.
e assim, com mãos ásperas
ela remexe
E o amor, contestando amargamente,
que o próprio espírito se declare não
estar sozinho em sonhos.
Um homem como tu devia ter tudo
aquilo que quer.
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