David Rodrigues é um professor universitário, doutorado na Universidade
Técnica de Lisboa com uma tese sobre crianças com paralisia cerebral, autor ou editor de numerosos livros sobre
educação, Presdiente da Pró Inclusão –
Associação nacional de Docdentes de Educação especial, e colunista do Público
sobre temas educativos (em particular, os temas da inclusão na escola). Mas,
comos e isso fosse pouco, é também um pianista de jazz antigo e um poeta. Autor
de nove livros de poesia, priveligia o haiku, a forma tradicional japonesa de
três versos que de iníio tinha 5-7-5 sílabas, com rima entre o primeiro e o
terceuiro verso e uma rima interna no segundo verso, mas que no ocidente se
tornou uma forma mais livre. O tema tradicional do haiku é o encontro breve do
homem e da natureza, que provoca uma emoção intensa que o poema procura
transmitir. Normalmente há um contraste, que nos leva a pensar. A ideia do haiku
é transmitir o máximo de modo mínimo.
O seu livrinho de haikus bilingue (português e inglês) “Plural
& Singular” (edição de autor, Lisboa, 2015) contém 24 poemas desse género
sobre o tema dos direitos humanos. Eis meia dúzia de exemplos, da minha escolha, que ilustram a
sensibilidade poética do autor, membro da
World Haiku Association (Japão) e
orientador de workshops sobre haikus:
Linhas no mapa
Separam a fome da comida.
só linhas.
Centenas de pessoas
Salvam uma baleia.
À deriva, os migrantes.
Não há
Pássaros
Estrangeiros.
Numa praia da Síria
Um homem olha um búzio
Com a casa às costas.
As árvores
Ensinam a escola:
Estações, flores e frutos.
Ouvir o outro
como se ouve um regato:
Para adivinhar a água.
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