Uma das várias discussões que a mais recente reforma curricular francesa gerou reporta-se à redução do lugar destinado às línguas clássicas - latim e grego -, em favor de disciplinas centradas na aquisição de "saberes fundamentais", que se afirmam ser, nomeadamente, os da matemática e do inglês funcionais.
A ministra da educação tem sido confrontada com posições fortes de diversos sectores da sociedade que questionam o acantonamento destas línguas, e à cultura a que dão acesso, no EPI - Ensino pático interdisciplinar.
Tornando-se opção, ficam ao critério de cada escola e dos alunos, não havendo garantia da sua manutenção. A isto responde a ministra que essas línguas, nomeadamente o latim, encontram-se acessíveis, não só no EPI como nos novos programas disciplinares que deverão contemplar elementos culturais e linguísticos essenciais para a compreensão da língua francesa.
A questão é profunda, está longe de ficar por esta discussão. Diz respeito ao próprio sentido da escola pública que, nos diversos países ocidentais, tem sido convertida numa instância dependente da economia imediatista e ao seu serviço, centrando-se na preparação para o adverso e competitivo mercado de trabalho. O horizonte é a produtividade. E isto para benefícios de alguns, poucos; as nossas crianças e jovens estão destinadas a ser os seus "recursos humanos".
Ler mais, por exemplo: aqui.
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