Há três dias (alguém ainda se lembra?) houve uma campanha - "E se fosse eu" - promovida por uma organização designada por "Plataforma de Apoio aos Refugiados". Ao que li na página on line, a sua intenção era
"sensibilizar a sociedade portuguesa para as condições em que os refugiados se encontram", "promover um exercício de empatia com quem foge da guerra na Síria e procura proteção humanitária, percebendo o que quer dizer deixar tudo para trás, ter de selecionar o que é mais importante e viver só com uma mochila numa jornada de perigos e de incertezas."A inspiração, declarou essa organização, foi encontrada no projeto “What’s in my bag?”
"desenvolvido pelo International Rescue Committee em colaboração com o fotógrafo Tyler Jump que fotografou um grupo de refugiados que chegou à ilha de Lesbos (Grécia) – uma mãe, uma criança, um adolescente, uma família, um farmacêutico e um artista – e que partilharam o que trouxeram nas suas mochilas quando tiveram de fugir."Passo por esta informação sem fazer comentários (o seu conteúdo parece-me suficientemente explícito) e centro-me nos resultados da campanha portuguesa, a que, de um modo disperso, tive acesso.
Percebi que obteve a atenção de toda a comunicação social - jornais, estações de televisão e de rádio, internet - e que por ela desfilou uma multiplicidade de entidades, representantes, grupos, pessoas comuns.
No que respeita à educação, envolveram-se o próprio ministro, secretários de estado, centenas de escolas, muitos directores e professores, milhares de crianças e jovens. Todos falaram a uma só voz.
O mesmo aconteceu com as muitas celebridades que fizeram declarações. Aqui houve, no entanto, a nota discordante de uma artista que, desapaixonadamente, disse num vídeo que, caso tivesse de fugir da guerra, levaria as suas jóias na mochila. Também a uma só voz o país caiu-lhe em cima!
5 comentários:
As pessoas caíram-lhe em cima porque nunca tiveram de fugir. Caso contrário compreenderiam que tem razão.
cumps
Rui SIlva
Não percebo o barulho a respeito do que Joana Vasconcelos disse. Eu, se tivesse de fugir, procuraria levar o que de mais valioso tivesse à mão. O iPhone (ou o equivalente) não seria esquecido, nunca o esqueço normalmente quanto mais quando poderia ser-me útil para pedir auxílio. Acho que é o que os fugitivos da Sírtia têm feito e até já foram fortemente criticados (acho que sem razão) por imagens em que aparecem a telefonar.
Bem, eu se tivesse jóias e tivesse de fugir levava-as. O telemóvel é que não ficaria para trás.
J. L.
Seria para mim também interessante saber se existe nesta "Plataforma de Apoio aos Refugiados" dinheiro público.
cumps
Rui Silva
Senhor Rui Silva:
Confesse lá, se for reformado, se há dinheiro público na sua reforma.
Se for empresário, se há dinheiro público na sua empresa.
Ou vive do euromilhões?
Tanta fobia contra o que é público até cansa, pela irracionalidade, pela estupidez, pelo fanatismo ideológico.
Nem os tristes exemplos do dia-a-dia, do chupismo de milhões do erário público para interesses privados, vos aclara a vista.
Coitados destes novos liberais de algibeira.
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