quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Um método de ensino... diferente...

Imagem recolhida aqui
O professor tem de ser inovador, criativo, tem de captar a atenção dos alunos, tem de despertar o seu interesse, de os surpreender, tem de usar métodos diversos e activos, o ambiente de sala de aula tem de ser agradável, lúdico, divertido... o ensino tem de ser, enfim, muito real, concreto, significativo...

Esta "conversata" está espalhadíssima, marcando pontos no ensino das ciências.

Nos últimos anos essa "conversata" tem sido insistemente usada para justificar as novas tecnologias da informação e da comunicação na escola, mas parece que elas não bastam para cativar os cada vez mais exigentes alunos. É, portanto, preciso puxar pela imaginação: foi o que fez a professora de biologia que consta na imagem. Em pé em cima de uma mesa, tirou a roupa comum e ficou (talvez em aulas diferentes) com dois fatos de licra: um tinha os músculos desenhados, outro tinha o esqueleto.

E, lá explicou, em várias turmas, a anatomia humana com apoio, naturalmente, de um quadro interactivo, dispensando essa coisa do passado que se chama papel, onde os alunos costumavam escrever...

Mais: a aula foi gravada (por quem!? para quê!?) e disponibilizada no facebook (com que intenção!?), onde, ao que li, é muito elogiada. Nem seria de esperar outra coisa...

Poderá o leitor ter acesso à notícia, por exemplo, aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

"O professor tem de ser inovador, criativo, tem de captar a atenção dos alunos, tem de despertar o seu interesse, de os surpreender, tem de usar métodos diversos e activos, o ambiente de sala de aula tem de ser agradável, lúdico, divertido... o ensino tem de ser, enfim, muito real, concreto, significativo..."

O mais incrível de tudo é ouvir um/a professor/a a debitar esse mesmo discurso e depois não prestar atenção nenhuma aos alunos, "ausentar-se" por completo das suas responsabilidades e ainda usar esse discurso para criticar quem captou a atenção dos alunos, lhes respondeu a todas as perguntas, estimulou a sua curiosidade e desejo de aprender mais - enquanto o professor do discurso tirava fotografias para postar em blogs a denegrir o trabalho de quem realmente se esforçou e dos alunos que estavam muito interessados (sem ser preciso tirar a roupa).

É o/a professor/a celebridade que emprega esse discurso para justificar o que não tem justificação - incompetência.

Helena Damião disse...

Prezado Leitor "Anónimo"
Usou uma expressão muito interessante: "professor celebridade". Nunca me lembraria dela, mas, sim... traduz o essencial desta "abordagem pedagógica"´, é uma expressão perfeita!
Cordialmente,
MHD

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...