quarta-feira, 15 de abril de 2015

E AGORA SENHOR MINISTRO?

O facto de o ministro Nuno Crato tardar a nomear um(a) novo(a) Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia apenas pode indicar que ele continua distante da ciência, não a considerando uma prioridade no seu mandato. Manter em funções uma equipa completamente desacreditada, conivente com todas as malfeitorias (isto é, coisas mal feitas) perpetradas pelo Presidente anterior, é um enorme erro tanto do ponto de vista da ciência como do ponto de vista da política em geral. Significa isto que numa altura como esta, em que há problemas graves a resolver urgentemente como a avaliação do sistema de ciência nacional (digo avaliação e não reavaliação, pois não houve verdadeira avaliação mas sim um simulacro dela), e como o reforço de bolsas para estimular esse sistema, estancando a hemorragia de jovens para o estrangeiro, o governo português anda entretido com outras coisas.

O governo, se fizer como de costume, vai decidir no seu pequeno círculo, esquecendo talvez que com toda a probabilidade irá mudar nas próximas eleições, Mas, pensando que a contribuição de cidadãos independentes defensores intransigentes da ciência possa interessar, sempre digo que a nova direcção, se quer ter as mãos limpas, não pode ter nenhuma das pessoas que conduziram ao actual descrédito da FCT. Nem pode ser ninguém que tenha tido colaboração íntima com a direcção que finda. Por uma questão de ombridade, de equilíbrio e de coerência com a linha defendida pelo governo de aproximação da ciência à economia, a nova direcção deve ter, em vez de pessoas da áreas das ciências biomédicas ou bioqualquer coisa da área de Lisboa, pessoas  da área das tecnologias fora da Grande Lisboa, uma geografia que tem sido amplamente favorecida (em particular, na Universidade Nova, mas não só). Um engenheiro do eixo, que é hoje muito forte no nosso sistema científico-tecnológico, Porto-Braga seria uma boa solução nessa equipa, porventura à frente. Vamos ver a força que têm os reitores das Universidades do Porto e Braga, os dois engenheiros muito sábios que conhecem bem a relação entre ciência e desenvolvimento e que conhecem bem melhor o país do que alguns poderes fátuos que andam pelos partidos e pelas alcatifas ministeriais em Lisboa.

E agora senhor ministro?

4 comentários:

Anónimo disse...

O nosso amigo Carlos Fiolhais ainda não sabe ou finge que não sabe? Já toda a gente sabe! E é, facto a pessoa indicada para seguir as pégadas do ex-presidente.

Anónimo disse...

Não percebi a razão de ser do: "para presidente da FCT tem que ser um engenheiro". O que era preciso era alguém com engenho.

Anónimo disse...

Porquê? É igualmente incompetente? Também faz acumulação ilegal de funções?

Anónimo disse...

Era preciso alguém com os pés assentes na terra. Sem o tique que se pode resumir em:

" tudo o que inclua a Ciência" está bem e merece um apoio estatal ilimitado. Não é preciso qualquer critério para distribuir um recurso escasso. E aí de quem o fizer".

Característica que neste momento para mim é claro, Carlos Fiolhais possui em demasia o que seria péssimo para os bons cientistas que temos e para o País.

cumps

Rui Silva

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