Meu artigo no Sol de hoje:
O símbolo de 2015 - Ano
Internacional da Luz consiste num disco solar rodeado por bandeiras de várias
cores, de modo a que o conjunto pareça uma flor. O Sol representa a origem da
vida, pois sem Sol nenhum ser vivo existiria sobre a Terra (a energia solar
assegura por um lado a existência de água em estado líquido e por outro lado a
fotossíntese nas plantas, que transformam água e dióxido de carbono em oxigénio
e compostos orgânicos vitais). A nossa estrela significa também a
sustentabilidade humana, pois a energia que dele nos chega é uma condição
necessária da vida humana (daqui a cinco mil milhões de anos, quando o Sol se
começar a extinguir, não teremos condições para viver neste sítio do cosmos). O
Sol representa a cultura universal, pois como diz o provérbio “O Sol quando
nasce é para todos” (na inauguração do Ano da Luz, na sede da UNESCO, um
representante da Nova Zelândia comentou: “Sim, mas primeiro é para nós.”). Dada
a omnipresença do Sol na nossa vida, não admira que os povos antigos como os
Egípcios, os Aztecas e os Incas tenham divinizando o Sol.
As bandeiras coloridas
representam a variedade e inclusão internacional. A proclamação do Ano
Internacional da Luz foi feita por unanimidade, num dos raros gestos em que as
nações da Terra aparecem unidas. As cores (curiosamente oito e não as sete
tradicionais do arco-íris) podem ser vistas como simbolizando um espectro de
temas associados ao Sol como a ciência, a tecnologia, o desenvolvimento, o
ambiente, a cultura, a história e a educação.
É graças à luz que obtemos a
maior parte do nosso conhecimento do mundo. Perto do Sol, a evolução biológica
tornou os nossos olhos aptos a receber a luz que é mais emitida pelo Sol, a
chamada luz visível. A atmosfera filtra, para nossa protecção, boa parte da luz
invisível enviada pelo Sol. Mas ela é permeável às ondas de rádio e microondas que usamos em telecomunicações
hoje de uma forma maciça. Luz invisível muito energética (raios X e raios gama)
é produzida por nós para ser usada, por exemplo, para diagnóstico e tratamentos
médicos. As tecnologias da luz são infindáveis: em nossas casas a luz entra por
fibras ópticas nas televisões e computadores e as comunicações globais assentam
em cabos ópticos que atravessam os oceanos. Beneficiamos hoje de todo um
conjunto de técnicas baseadas em lasers,
uma ideia de Einstein só concretizada no laboratório nos anos 50: desde os códigos
de barras nos supermercados até à cirurgia oftalmológica, passando pela leitura
de CD.
Neste ano dito não só da luz como
das tecnologias baseadas na luz, as Nações Unidas pretendem não só celebrar a
luz, um tema verdadeiramente transversal, como ligar, inspirar e motivar de
modo a que as tecnologias baseadas no nosso conhecimento da luz sejam mais
partilhadas em toda a sociedade humana. Muitas actividades estão a ser
organizadas em todo o mundo (www.light2015.org),
incluindo evidentemente Portugal (ail2015.org), com o envolvimento de
sociedades, laboratórios e escolas científicas assim como de empresas e
associações económicas, ambientais e culturais. Em Portugal, o ano arrancou
oficialmente a 16 de Março na Escola Passos Manuel, em Lisboa, o mais antigo
liceu português, com uma palestra sobre a história do nosso conhecimento da luz
e um show de luz, que demonstrou de
modo espectacular as várias propriedades da luz. Foi a primeira de um conjunto
de sessões escolares, intituladas Haja
Luz nas Escolas. Entre muitas outras iniciativas a 13 e 14 de Setembro
haverá uma noite de observação e
um workshop, curiosamente na aldeia da Luz, no Alqueva, uma das “reservas de luz”
do mundo (sítios onde a abundância de luz é impedida, para melhor observar a
luz cósmica). A 27 de Novembro haverá uma conferência internacional na Fundação
Gulbenkian, onde modernos aspectos da luz serão divulgados.
As Nações Unidas chamam a atenção para o desigual acesso, no mundo actual às tecnologias da luz. Dependemos da luz, visível e invisível, para vivermos, mas muitos povos têm um limitado acesso a formas artificiais de luz. Em África, onde a insolaridade é grande, existem, paradoxalmente, largas regiões sem rede eléctrica e, portanto, sem lâmpadas. A solução já existe: painéis fotovoltaicos que retêm a luz do dia para que ela possa ser fornecida de noite por lâmpadas LED. A luz quando nasce deve ser para todos.
As Nações Unidas chamam a atenção para o desigual acesso, no mundo actual às tecnologias da luz. Dependemos da luz, visível e invisível, para vivermos, mas muitos povos têm um limitado acesso a formas artificiais de luz. Em África, onde a insolaridade é grande, existem, paradoxalmente, largas regiões sem rede eléctrica e, portanto, sem lâmpadas. A solução já existe: painéis fotovoltaicos que retêm a luz do dia para que ela possa ser fornecida de noite por lâmpadas LED. A luz quando nasce deve ser para todos.
1 comentário:
Pois mas os iluminados são só alguns.
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