A actual Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves, é bem o retrato do grau de indigência da maior parte da nossa geração de políticos. É bem sabido que se trata de uma "reformada de luxo", que recebe uma reforma relativa a um lugar no Tribunal Constitucional, em vez de receber o salário do lugar que ocupa, correspondente ao de segunda figura do Estado. Não tem capacidade nem de pensamento nem de discurso, tendo chegado ao ponto de inventar palavras talvez por desconhecer as existentes. Não tem a sensibilidade política para se aperceber que devia representar todos os portugueses. Não tem qualquer sensibilidade social, que seria o mínimo exigível nestes tempos penosos. Ao dizer, como agora disse de forma sumária e intempestiva, que o problema da não comparência dos "capitães de Abril" na cerimónia oficial de comemoração dos 40 anos do 25 de Abril era um "problema deles", não podemos deixar de concluir que não está, de facto, à altura do lugar que ocupa. Mesmo que não concordasse com as pretensões dos autores materiais do 25 de Abril, há formas mais elegantes de se expressar do que essa, mais própria de uma conversa de rua. Desprestigiou a Assembleia da República quando o seu papel era o de prestigiar. É, decerto, um problema dela, mas é, sobretudo, um problema nosso, enquanto a tivermos em S. Bento.
domingo, 13 de abril de 2014
PROBLEMA DELA E PROBLEMA NOSSO
A actual Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves, é bem o retrato do grau de indigência da maior parte da nossa geração de políticos. É bem sabido que se trata de uma "reformada de luxo", que recebe uma reforma relativa a um lugar no Tribunal Constitucional, em vez de receber o salário do lugar que ocupa, correspondente ao de segunda figura do Estado. Não tem capacidade nem de pensamento nem de discurso, tendo chegado ao ponto de inventar palavras talvez por desconhecer as existentes. Não tem a sensibilidade política para se aperceber que devia representar todos os portugueses. Não tem qualquer sensibilidade social, que seria o mínimo exigível nestes tempos penosos. Ao dizer, como agora disse de forma sumária e intempestiva, que o problema da não comparência dos "capitães de Abril" na cerimónia oficial de comemoração dos 40 anos do 25 de Abril era um "problema deles", não podemos deixar de concluir que não está, de facto, à altura do lugar que ocupa. Mesmo que não concordasse com as pretensões dos autores materiais do 25 de Abril, há formas mais elegantes de se expressar do que essa, mais própria de uma conversa de rua. Desprestigiou a Assembleia da República quando o seu papel era o de prestigiar. É, decerto, um problema dela, mas é, sobretudo, um problema nosso, enquanto a tivermos em S. Bento.
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17 comentários:
Totalmente de acordo.
Seria de a Senhora abdicar??????
Subscrevo integralmente, e já referi as mesmas ideias em vários contextos.
Pelo amor de Deus Dr. Carlos Fiolhais, diz isso tudo da senhora e acha normal que um conjunto de capitães tenha acesso à tribuna da nossa assembleia sem ser eleito? Acha normal um conjunto de militares achar q a democracia é sua e só sua e, por isso, ter o direito de subir à tribuna para dizer umas coisas à PREC? Não acha que os PREC deste País nos trouxeram problemas de mais? Tb acha normal o dR. Mário Soares só ir ao parlamento quando lá estão os seus? Grande democrata este sr., não haja dúvidas. E sim, é um problema deles não aceitarem as regras da democracia.
Temos todos que assinar por baixo, sem sombra de dúvida!!!!
Esta gente não faz uso da Res Pública.
Segunda figura do Governo, a tal que, queira ou não, representa a voz de todos os portugueses. É afinal. E apenas.
Uma mulher a envergonhar a classe e a todos os portugueses;
Alguém que recebe à porta a comunicação social, como se fora o vizinho do 3º esquerdo, em patamar de escada; que responde a assuntos sérios qual criança zangada na mira da sua vingançazinha, em conversa também de lanço de escada, "problema deles".
Um membro do governo - mais um - que não sabe fazer política
Uma mal agradecida a quem lhe ganhou o posto e soube retirar-se em tempo record do poder - os capitães de Abril.
Alguém que não sabe usar o poder democrático que possui e suscita muitas dúvidas acerca da sua vivência em democracia.
Note-se que não estou a defender que desse voz aos Capitães de Abril como eles desejavam - aqui, o seu poder de decisão -, que abrisse a excepção.
Mas, abrindo ou não, o respeito que nos merecem esses Homens condena a solução formalmente envenenada de Assunção Esteves.
Concordo inteiramente:
http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.pt/2014/04/o-problema-e-deles.html
Se não podem falar as pessoas que não foram eleitas pelo povo, a presidente da AR também não pode falar.
Temos que diferenciar a AR no seu normal funcionamento, em que apenas falam os seus membros e uma comemoração em que são convidadas a falar várias individualidades e não qual, que se queira quer não, os militares foram fundamentais.
perhaps,
Assunção Esteves não recebeu à porta a comunicação social. Foi a comunicação social que a interpelou quando ia entrar na sala das sessões.
Assunção Esteves não é membro do governo.
Assunção Esteves não esteve bem, de facto. Como também não estão bem quem se impõe tutelar uma democracia em funcionamento.
Independentemente da opinião que possamos ter da senhora, que não tenho por aí além, não posso deixar de concordar com ela. Ela é detentora de um mandato do povo português, mandato esse que estabelece que capitães e heróis do quer que que seja, sentam-se nas cadeiras dos convidados. Calados. Querem ir, vão, não querem PROBLEMA DELES. Aquele é o símbolo da soberania popular que não pode ser sujeito a chantagens. E parece-me que não são só os capitães que têm que ter lições de democracia...
Galois
Citando CF «Mesmo que não concordasse com as pretensões dos autores materiais do 25 de Abril, há formas mais elegantes de se expressar do que essa».
Este é o ponto. Que você diga «Calados. Querem ir, vão, não querem PROBLEMA DELES.» em género de conversa de café, tudo bem. É mais que normal. Acontece que AEsteves é a 2ª figura do Estado. Dessa figura é de esperar uma outra conduta, diferente da conversa de café e do «Eu cá não me fico.».
Essa é a discussão. Esse é o teor do post. Caro JPC, não se trata de lições de democracia. É outra coisa...
Infelizmente, numa altura em que precisávamos de sentido de estado, levamos com esta guerrilha de café todos os dias. Pode não parecer nada, mas é mesmo preocupante.
Tanto ' inconseguimento ' até faz impressão, a coisa tem mesmo de ser reflectida no ordenado desta gente.
Como sabe o PR é a 1ª figura do estado -independentemente de gostar dele ou não-, eu gosto pouco, mas gostava e gosto menos da outra opção (Manuel Alegre) e foi eleito.
E repito, a chantagem dos militares em falar na Assembleia da Répública mostra o respeito que esses "democratas" têm por aquilo que ela representa. Mas disto, a nossa imprensa não fala nem discute.
DEMISSÃO SERIA A SOLUÇÃO - Quero o Sr. Ferro Rodrigues, até porque lhe devem muito após o caso Casa Pia... vocês sabem do que eu estou a falar.
A Senhora podia ficar em casa no 25 de Abril!
Pouco falta para acusarem os capitães de Abril de, malevolamente, terem posto termo à espectacular ditadura do Estado Novo.
De toda a maneira, cheira a festa de aniversário para a qual não se quis convidar o aniversariante.
Ivone Melo
A Sra. nunca teve o seu rosto, e nome, num boletim de voto sujeito a sufrágio perante o povo que diz representar. É um facto.
Muito menos foi, jamais, portanto, a mais votada pelo "seu" povo, o eleitor. Outro facto.
Pura usurpação de representatividade, curiosamente de forma "legal", diga-se. Mas isso não será culpa da Sra.....
Se a Sra. fosse minimamente urbana tal usurpação, de representatividade, até seria perdoada.
Enfim, mau exercício de cargo público, não sancionável pelo eleitorado, até já não é novidade.
Ps. Os militares de Abril, tiveram vivências de guerra. E de poder, poder de vida e de morte. Conheceram sim, de perto, o poder, muito poder.
Talvez por isso, a seu tempo, ingenuamente, acreditaram na imunidade à "doença do poder" dos não-militares (civis)?. Erro crasso.
Afinal quem tem medo dos ex-capitães de Abril?.
JS
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