A última passagem do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos, que teve lugar em 2012, e cujo relatório saiu em 2013, apresenta resultados de grande interesse para orientação das escolas e dos seus professores. Porém a esses resultados tem-se dado pouca atenção pelo facto de não incidirem directamente na competição entre países, onde todos os olhos estão postos.
O PISA 2012 questionou os alunos sobre sua motivação, esforço/resistência/perseverança, capacidade de trabalho e percepção das causas de sucesso. Os resultados mostram que, independentemente do potencial que possam ter à partida, esses aspectos são essenciais à proficiência na aprendizagem.
Assim, em muitos casos, os que aparentam inicialmente menos potencial mas maior ambição académica são os que conseguem chegar mais longe.
• Quando os alunos acreditam que as suas aptidões e talentos não são suficientes para dominar certos assuntos e que, nessa medida, têm de trabalhar para aprender obtêm melhores resultados.
• O facto de muitos alunos, dos mais diversos países e contextos sociais, acreditarem que o sucesso escolar decorre, em grande parte, do seu investimento e não tanto da inteligência, sugere que isso lhe foi incutido na escola.
A escola pode, portanto, fazer a diferença.
Nos países da OCDE, quase 2 em 3 estudantes referem que tendem a "adiar problemas difíceis", quase 1 em 2 referem que tendem a "desistir facilmente quando confrontados com um problema", e apenas 1 em cada 3 referem que "gosta de resolver problemas complexos".
O PISA 2012 também questionou os alunos sobre a metodologia usada pelos seus professores, tendo apurado que a instrução directa e a avaliação formativa são vantajosas.
• O uso de estratégias de activação cognitiva (como dar problemas para os quais não há uma maneira óbvia de se chegar à solução, exigindo um investimento de tempo prolongado) e a exploração de erros favorecem o investimento dos alunos.
• Apresentar claramente os objectivos de aprendizagem e facultar aos alunos feedback sobre o seu desempenho (indicando os seus pontos fortes e fracos) favorece a aprendizagem.
A escola pode, portanto, fazer a diferença.
1 comentário:
Nunca, em tempo algum, houve tantos estudos sobre Escola, tantas doutas opiniões e tanta estatística para tão parcos resultados.
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