domingo, 6 de abril de 2014

A escola pode fazer a diferença.

A última passagem do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos, que teve lugar em 2012, e cujo relatório saiu em 2013, apresenta resultados de grande interesse para orientação das escolas e dos seus professores. Porém a esses resultados tem-se dado pouca atenção pelo facto de não incidirem directamente na competição entre países, onde todos os olhos estão postos.

O PISA 2012 questionou os alunos sobre sua motivação, esforço/resistência/perseverança, capacidade de trabalho e percepção das causas de sucesso. Os resultados mostram que, independentemente do potencial que possam ter à partida, esses aspectos são essenciais à proficiência na aprendizagem. 

Assim, em muitos casos, os que aparentam inicialmente menos potencial mas maior ambição académica são os que conseguem chegar mais longe. 
• Quando os alunos acreditam que as suas aptidões e talentos não são suficientes para dominar certos assuntos e que, nessa medida, têm de trabalhar para aprender obtêm melhores resultados. 
• O facto de muitos alunos, dos mais diversos países e contextos sociais, acreditarem que o sucesso escolar decorre, em grande parte, do seu investimento e não tanto da inteligência, sugere que isso lhe foi incutido na escola. 

A escola pode, portanto, fazer a diferença. 

Nos países da OCDE, quase 2 em 3 estudantes referem que tendem a "adiar problemas difíceis", quase 1 em 2 referem que tendem a "desistir facilmente quando confrontados com um problema", e apenas 1 em cada 3 referem que "gosta de resolver problemas complexos". 

O PISA 2012 também questionou os alunos sobre a metodologia usada pelos seus professores, tendo apurado que a instrução directa e a avaliação formativa são vantajosas. 
• O uso de estratégias de activação cognitiva (como dar problemas para os quais não há uma maneira óbvia de se chegar à solução, exigindo um investimento de tempo prolongado) e a exploração de erros favorecem o investimento dos alunos.
• Apresentar claramente os objectivos de aprendizagem e facultar aos alunos feedback sobre o seu desempenho  (indicando os seus pontos fortes e fracos) favorece a aprendizagem.

A escola pode, portanto, fazer a diferença. 

1 comentário:

Blondewithaphd disse...

Nunca, em tempo algum, houve tantos estudos sobre Escola, tantas doutas opiniões e tanta estatística para tão parcos resultados.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...