quinta-feira, 24 de abril de 2014

A PRAXE VOLTA A MATAR


Volta a haver uma tragédia estudantil. Vidas na flor da idade são, mais uma vez, interrompidas. A academia volta a estar de luto.  Há meses, quando ocorreu a tragédia da Praia do Meco, propus que os próprios estudantes, em sinal de luto, interrompessem todas as praxes por um tempo. Não o fizeram. E mais uma brincadeira acabou mal, muito mal mesmo.

Numa chamada "guerra dos cursos" (repare-se na abstrusidade do nome!) alguns estudantes subiram para cima de um muro onde, evidentemente, era perigoso estar. Não se percebe por que razão o muro foi usado como "palco", aparentemente para cânticos e saltos de alunos de um curso contra outro. Veja-se na foto reveladora que fui buscar ao "Correio da Manhã" que o muro, com uma pequena plataforma por cima e destinado mais a albergar caixas de correio do que a suster um terreno com uma árvore, estava muito mal construído, exibindo uma inclinação próxima da da Torre de Pisa. O muro não deve ter caído naturalmente, o que até poderia um destes dias vir a acontecer, mas sim provavelmente devido aos impulsos dos três os quatro estudantes que subiram para cima dele. As leis da Física mandam que a o muro rode desabando. Por baixo estavam colegas que, infelizmente, morreram, deixando as famílias e todos nós em profunda dor. A investigação apurará e só se espera que seja mais rápida que a da praia do Meco.

Ninguém parece ter aprendido com a tragédia do Meco: certas brincadeiras, sejam com ondas sejam com muros, são perigosas. Fez muito bem o reitor da Universidade do Minho em proibir praxes dentro do campus da Universidade do Minho. O Presidente da Câmara de Braga talvez possa proibir praxes no perímetro da cidade. Mas o melhor seria os estudantes interromperem as praxes ou todas as brincadeiras aparentadas a praxes (haverá sempre alguém, imagino, que dirá que aquilo não são praxes). E tem de ser agora, quando se aproximam as festas académicas, que num ambiente enlutado não fazem qualquer sentido. Não haverá líderes estudantis que saibam sobrepor o luto à festa?

1 comentário:

Miguelito disse...

As festas académicas são autênticas máquinas de fazer dinheiro, e que envolvem muito dinheiro. Mais depressa se extinguem as praxes do que as festas académicas..

UM TIPO DE CENSURA DE LIVROS AINDA SEM DESIGNAÇÃO

Não sabemos ao certo, mas podemos colocar a hipótese, muito plausível, de a censura da expressão humana, nas suas mais diversas concretizaçõ...