Ontem estive com a socióloga Maria Filomena Mónica no Casino da Figueira da Foz em diálogo, com ela e com o numeroso público, sobre o livro A Sala de Aula (Fundação Francisco Manuel dos Santos). Transcrevo a notícia do jornal Campeão das Províncias:
A socióloga Maria Filomena Mónica considerou que “Portugal é o país mais desigual da Europa em questões de educação”, ao intervir, na noite de ontem, no ciclo de conferências “Em que país vivemos?”, no Casino da Figueira da Foz, numa parceria com a Fundação Manuel dos Santos.
Com o cientista Carlos Fiolhais a 
sublinhar que “a educação é um problema que nos preocupa a todos” e o 
administrador do Casino Figueira, Domingos Silva, a explicar que estes 
encontros visam “o diálogo e a provocação do pensamento”, a socióloga 
teceu duras críticas “aos disparates que o Ministério da Educação tem 
andado a fazer”.
Maria Filomena Mónica referiu que o seu 
último livro é uma defesa da escola pública, mas, também, para 
demonstrar que “os pobres servem de cobaia ao ensino”, o qual “tem de 
ser digno e é nossa obrigação exigi-lo, até porque pagamos impostos”.
Sustentando que “a escola é para ensinar a
 pensar” e que “não é possível substituir o papel do professor de carne e
 osso”, a socióloga declarou ser “um crime o que se fez com o 
alargamento de 20 para 30 alunos por turma”.
A oradora teceu reparos à “má gestão que 
se faz nas escolas”, onde “esta gente passa mais tempo a preencher 
formulários patetas do que a preparar aulas, ou a ensinar”, enquanto o 
Ministério da Educação quer “controlar, de forma obsessiva, aquilo que 
se faz na escola”, até porque “está inquinado de dificuldades e já nem 
sabe as leis que estão em vigor sobre o ensino”.
Neste serão, Maria Filomena Mónica deixou
 um conjunto de reflexões, tocando também na questão dos sindicatos, que
 “deveriam lutar mais pela autonomia dos professores”, segundo disse.
A conferência foi interessante enquanto 
os palestrantes foram falando entre si, mas assim que o debate foi 
aberto ao público presente, na sua maioria professores, entrou-se numa 
“montra de “vaidades” e ficou-se sem saber, afinal, o que se passa nas 
salas de aula.

1 comentário:
E ficou-se sem se saber o que pensa Carlos Fiolhais que, pelos vistos, nada disse.
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