terça-feira, 16 de abril de 2013

A ESCRITA E A INTERNET - UMA ESCRITA OUTRA?


Há hoje várias evidências que indicam ter a internet um efeito sobre a forma como o nosso cérebro processa a informação que dela retira. 
A história da literatuta e da filosofia mostram que a tecnologia usada em dado momento para expandir o pensamento e a memória é agente modelador de todo não desprezível. E a internet não é excepção.
Dados recentes provenientes das neurociências e fundamentados pelas novas tecnologias de imagiologia cerebral, indicam que a neuroplasticidade permite que o cérebro dos internautas (independetemente da idade e sexo) se ajuste à nova tecnologia e faça uso de outros padrões de actividade neuronal! 
Assim, a internet parece estar rapidamente altera a forma como pensamos e nos relacionamos com as fontes de conhecimento. Será que também altera a forma como escrevemos e o que escrevemos? E os editores de textos (word e companhia) que nos corrigem automaticamente, diminuindo a nossa atenção sobre a ortografia e a semântica, será interferem no processo e no produto final da escrita? É neste contexto que se enquadra a conversa/debate que agora e aqui se publicitam (através da internet!)
António Piedade


5 comentários:

joão viegas disse...

Ola,

As neurociências também explicam que a leitura de ideogramas chineses faz trabalhar zonas diferentes do cérebro (em comparação com a leitura da escrita alfabética).

Embora as neurociências não estivessem ca para registar o facto, a "nossa" maneira de ver as coisas foi provavelmente ja afectada pelo habito de ler livros, e outra vez pelo habito de ler livros em voz baixa (como São Jeronimo, para espanto total dos seus contemporâneos).

E' provavel que surjam ainda duzias, senão centenas, de instrumentos e de técnicas que vão produzir efeitos sobre a forma como o nosso cérebro apreende a realidade...

Infelizmente (ou se calhar nem por isso), nenhum desses instrumentos ou técnicas parece afectar de forma decisiva o nosso sentido critico, que é o que permite passar da apreensão da realidade à sua compreensão...

Boas

António Piedade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Piedade disse...

Caro João Viegas, obrigado pelo seu comentário que vem complementar a minha pequena nota.
Inteiramente de acordo em relação à leitura. E quanto à escrita?
Cumprimentos

joão viegas disse...

Ora essa, obrigado eu.

Julgo que para responder à sua pergunta, é necessario saber em que medida a leitura pode (ou deve) dissociar-se da escrita.

Posso responder com um enigma ?

Ha um provérbio japonês que diz "preferivel a ler uma passagem dez vezes, é transcrevê-la uma vez" (trad. Wenceslau de Morais).

A medida que vou ganhando experiência, vou-me apercebendo até que ponto o que diz o provérbio é verdade.

Boas

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Que importância isto teria?! Nenhuma. Salvo a descrição que livros educam, especialmente de um escritor exemplar!

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