terça-feira, 8 de abril de 2008
A última aula
Randy Pausch é professor de ciências computacionais na Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh. Pausch, uma das autoridades mundiais em realidade virtual, trabalha na área do Entretenimento Digital ou Computing Entertainment, é consultor da Google, da Walt Disney Imagineering e da Xerox Palo Alto Research Center. Foi ainda o criador da plataforma Alice e co-fundador do Entertainment Technology Center (ECT) da CMU. O ECT é actualmente responsável pela plataforma Alice que está prestes a ver a sua versão 3.0 integrada com o artwork de Sims 2 para além de ser responsável da plataforma Panda 3D originalmente criada pelos engenheiros da Disney, os imagineers. Pausch foi ainda o criador da cadeira Building Virtual Worlds da CMU.
Na tarde do dia 18 de Setembro do ano passado Pausch deu uma «Última aula». As últimas aulas, que se tornaram populares nos campiuniversitários norte-americanos, são palestras em que os oradores, escolhidos entre os melhores professores da Universidade, falam como se estivessem a morrer e tivessem uma última oportunidade para transmitir aos seus alunos todas as suas mais importantes e sapientes mensagens. Uma parte da «missão» da última aula foi espantosamente simples para Pausch: ele tem um cancro pancreático terminal e já ultrapassou a esperança máxima de vida da sua patologia.
A grande última aula de Pausch foi isso mesmo: uma grande aula que transformou uma tradição universitária numa lição de vida que, na totalidade ou em excertos, já foi ministrada a mais de cinco milhões de pessoas apenas no YouTube.
Logo no início da palestra, Pausch alivia com humor a tensão visível da plateia, algo recorrente ao longo da mesma com um dos momentos mais hilariantes na altura em que o cientista, que enunciara a religião e a espiritualidade como pontos que não constavam das suas mensagens, anuncia que teve uma conversão no leito da morte: comprara um Macintosh.
Vale a pena ver na íntegra a última aula de um grande professor e de um ainda maior Homem! Como o próprio diz:
«Divirta-se. Eu diverti-me muito, e vou divertir-me todos os dias que me restam. Todos os dias. Não existe outra maneira de viver.»
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8 comentários:
Também é o vídeo mais visto de sempre no google videos.
É mesmo uma lição de vida... e de morte!
É impressionate o carismo de Rausch, a força e o amor pela vida e pelos outros que demonstra! O esforço que ele está a fazer para os filhos terem mais tarde memórias felizes para recordarem o pai, para saberem que o pai foi um exemplo para milhões é inacreditável!
Especialmente gostei do facto de ele nos dizer claramente que amigos invísiveis, crenças em milagres e coisas no género não são necessárias para nada! Uma grande lição de vida de facto!
Agora um post inflamado de religiosidade ;-)
um Mac?!? Vade Retro....
Eu hoje posso estar do contra, mas , muito honestamente, esse vídeo chocou-me.
Chocar não será a expressão mais curial. Amachucou-me, feriu a minha susceptibilidade, arrancou-me uma certa perplexidade existencialista.
Pode ser porque eu tenha um medo terrível da morte. Pode ser que perante a ideia da minha morte, não sinta particular sentimento "joyeux" ou proclamar que vou morrer "feliz": destroçada por dentro, eufórica por fora.
Pode ser porque tenho na família, recentemente descoberto, um caso de leucemia. Pode ser porque quero que os meus filhos recordem a mãe tola, alegre, trsite, zangada, alegre, má, chata, generosa, maníaca mas que os amou profunda, incondicionalmente, dogmaticamente, eternamente.
Quero deixar uma lição de vida aos meus filhos. Não passará por um show off de americanismo, disso tenho a certeza. Não sei que lição de vida poderá ser. Sei apenas que desejo que um dia se recordem sempre de mim como a mãe que os adorou e que fez deles o seu maior feito.
E que a sua maior tristeza, a minha, quando partir, é deixá-los "sozinhos", sem mim para os proteger e amar.
E julgo que não me espavonearei perante uma audiência sequiosa de casos da vida. quanto muito, diria, julgo eu, obrigada e um até sempre, se Deus quiser. Pode ser que haja realmente outra vida e que nos encontremos lá. Que a vida deve ser vivida e que deveriamos todos partir em paz e sem medo. ~Mas não numa festa.
Concordo com a Maria. Por respeito à dona palmira, grande postadora, nem disse nada, mas este é um espectáculo de um puro geek americano, é tudo muito cerebral, não há lugar à emoção, é só planos e concretizações, etc. Tenho a idéia que as universidades estejam cheias de gente desta, onde só numeros, planos, etc, é que contam.
Como diria o Palma: deixa-me rir, tu nunca lambeste uma lágrima, desconheces os cambiantes do seu sabor, nunca seguiste a sua pista... Domingo sabe de cor o que vai fazer Segunda-feira...
Se eu fosse bater a bota nunca perderia semanas a preparar uma aula Hollywoodesca como esta, tinha mais que fazer.
Mas temos que respeitar, há gente para tudo, e eu não sou ninguém para lhe contrariar as vontades.
Ià, dude ( :) )
o Palma é um ganda maluco.. parece que voltou a estar internado.. mas era menino para morrer numa ganda festa, afogado em vodka, não? :)).
As pistas das lágrimas, dude, nas mulheres pelo menos, podem ser falsas e inconclusivas.
Aprende, que eu não duro sempre.
Tásse!
Interessante como algumas pessoas enfrentam as condições mais adversas sempre confiantes
Nuno,
confiantes em quê, quando se vai morrer?
Na vida além da morte? No legado que deixam?
Os legados, a menos que sejam científicos ou humanísticos, ainda aceito. Mas alguém morrer convencido que deixou um grande legado à Humanidade, e que a Humanidade sem a sua exist~encia seria mais pobre, denota um narcisismo vaidoso, passe a dose de pleonasmo.
Alguém ter como objectivo de vida deixar obra para ser eternamente lembrada, denota a vida de uma pessoa que viveu centrada nela própria. Mas há pessoas assim. Olhe, o Mário Soares, por exemplo. Julgo que o seu Ego Imenso o move mais do que a Ideologia. Outro exemplo será a Agustina, a mulher mais vaidosa do país . Apesar de ser a minha escritora preferida, apesar de ser a maior escritora que Portugal tem. Apesar de ser a mais "doida", mais clarividente e mais "absurda" da nossa literatura Apesar de ser fascinante. Mas tem uma soberba que só vista e não deixará de pensar que Deus nos agraciou a todos com a sua existência. Por isso, venero a escritora, desconfio da mulher, apesar daquele sentido de humor trucidante e daquele sarcasmo "superiorista".
As pessoas mais comezinhas, deixam uma recordação, uma memória, que durará porventura uma ou duas gerações no máximo: filhos e, eventualmente, netos.
Depois passam a ser uma lápide no cemitério. Alguns terão o nome escrito nos compêndios.
Talvez Afonso Henriques mereça as suas palavras, mas mesmo assim, se calhar foi Édipo quem o moveu.
E há quem diga que ele devia era ter estado quietinho e hoje seríamos um povo mais "movido"...
Bem, é complicado este final de vida.
Mas como disse ele, não é injusto é falta de sorte!
Espero que haja alguém que consiga nestas circunstancias, ter a mesma força que teve Randy.
Sigam a força deste HOMEM!
SX
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